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Criado no surf, Douglas Knesse transforma lonas de caminhão em obras de arte regadas de referências às praias

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maio 28, 2025
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Telas do artista plástico Douglas Knesse — Foto: Leo Martins

Um playboy carioca — surfista, skatista, quase faixa-preta no jiu-jitsu e que joga futebol com os amigos nas horas vagas — pode, sim, ser um artista. Essas características são aplicáveis a Douglas Knesse, pintor de 29 anos que cresceu na Barra da Tijuca, na Zona Oeste carioca, lugar que ele considera “não tão voltado às artes”, mas que lhe dá referências para compor obras sobre materiais como lonas rugosas — sim, aquelas mesmas usadas para proteger mercadorias em caminhões.

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Parte dessas lonas será apresentada na exposição “Contrapeso”, que abre hoje no Centro Cultural Correios, Centro do Rio. Ao todo, são 27 obras — conjunto que inclui também telas em lona de algodão e uma escultura. Além desta, Knesse apresenta, a partir de 26 de julho, uma mostra na Simchowitz Gallery, em Los Angeles, com 16 pinturas.

Telas do artista plástico Douglas Knesse — Foto: Leo Martins

Durante visita ao ateliê de Knesse, parte das lonas está espalhada pelo chão: elas têm rasgões, marcas do sol quente, aspecto um pouco sujo e, em alguns casos, até a logomarca de uma empresa. Apesar da aparência bruta, o artista avisa que o visitante pode tocar e pisar sobre a obra sem medo.

— Pinto em cima de todas as lonas aqui. Todas têm a marca do meu pé, porque gosto de pintar no chão mesmo. A gente é da terra e cresce com o pé no chão — diz ele, apontando para o piso de concreto.

O artista adquire tais lonas dos próprios caminhoneiros, que chegam a alertar: “Está tão velha que você não vai conseguir fazer mais nada”. Antes de produzir as obras, ele submete o material a um processo de limpeza e realiza recortes — de uma lona de 10m x 9m, ele chega a produzir cerca de dez obras.

Douglas Knesse usa material que protege cargas em caminhões como suas telas — Foto: Leo Martins
Douglas Knesse usa material que protege cargas em caminhões como suas telas — Foto: Leo Martins

Curadora da mostra nos Centro Cultural Correios, Daniela Avellar afirma que Knesse se apropria dessas marcas para compor o seu trabalho.

—Quando pensamos nas escolhas do Douglas, vemos ele poderia usar o contexto do caminhão ou da origem daquele material, mas há um interesse muito maior em explorar as marcas desse próprio material, suas asperezas e sua rugosidade. Não é uma tela em branco nem é uma superfície sem marcas que espera a ação do artista sobre ela — afirma Daniela, considerando ainda que o artista respeita o “tempo de respiro” do material.

Douglas Knesse começou a sua produção artística em 2014. Ele, que pratica surf por influência de sua família, sempre teve maior apreço em reproduzir as imagens que via na praia: o sol, as ondas e as árvores. Assim, o cenário carioca sempre foi uma referência muito forte — algo que ele também observava durante os passeios de skate.

— Tenho um vício em produzir e acredito que isso acontece porque venho do esporte. Não que eu tenha sido atleta de alto rendimento, mas a prática dos esportes envolve muita repetição e foco — observa. — Vejo a arte como meu paraíso. É onde posso criar o que quiser. O único lugar em que ninguém vai falar mais do que eu.

Douglas Knesse e escultura que lembra coqueiro — Foto: Leo Martins
Douglas Knesse e escultura que lembra coqueiro — Foto: Leo Martins

Essas últimas palavras de Knesse ganham mais sentido quando se considera como sua vivência esportiva confronta sua produção artística — especialmente diante de comentários que já ouviu, como: “esse playboy não é artista”.

— Não me importo mais — diz. — No meio da arte, vou ser o cara que às vezes chega com o olho roxo depois de uma luta de jiu-jitsu.

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