Um total de 24 novas pessoas, incluindo o rapper Koba LaD, foram detidas nesta segunda-feira como parte da investigação sobre a fuga sangrenta, em maio de 2024, do traficante de drogas Mohamed Amra. O narcochefe ficou foragido durante nove meses até que foi preso na Romênia, no final de fevereiro.
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Esta é a quarta onda de prisões feitas como parte das investigações conduzidas por juízes de instrução especialistas parisienses. Segundo uma fonte próxima ao caso, que confirmou informações divulgadas em primeira mão pela rede Franceinfo, 24 pessoas foram presas na segunda-feira. A custódia deles pode durar 96 horas.
Duas fontes próximas ao caso confirmaram à AFP que o rapper Koba LaD, que já estava preso, foi retirado de sua cela e levado sob custódia nesta segunda-feira como parte da investigação. O advogado dele se recusou a comentar o caso.
Seu nome verdadeiro é Marcel Junior Loutarila. Ele já estava atualmente em prisão preventiva aguardando julgamento por homicídio culposo qualificado, quatro meses após a morte de um dos passageiros num acidente de carro em Créteil, em setembro de 2024.
Em janeiro, ele foi condenado a 15 meses de prisão pelo Tribunal Penal de Melun (Seine-et-Marne) pela violência cometida em 2022 contra seu empresário de longa data, a quem acusou de fraudá-lo. Em 2018, Koba LaD foi considerado uma revelação do rap: sete anos depois, se destaca mais por suas estadias na prisão e seu papel obscuro no caso Amra.
Até agora, 27 pessoas, além de Mohamed Amra, foram acusadas. A maioria deles foi colocada em prisão preventiva, em confinamento solitário.
Nesta investigação “extraordinária”, as acusações — assassinato, tentativa de homicídio, fuga, tudo como parte de uma gangue organizada e conspiração criminosa — acarretam pena de prisão perpétua “para as mais graves”, detalhou a promotora pública de Paris, Laure Beccuau, em uma entrevista coletiva em 7 de março.
Entre os acusados estão supostos membros do grupo que atacou, com um carro-forte e rifles de assalto, uma van da prisão que transportava Mohamed Amra durante uma transferência, no pedágio de Incarville (Eure), matando dois agentes penitenciários e ferindo três em 14 de maio de 2024.
Além de Amra, seis pessoas são suspeitas de fazerem parte do comando: dois vigias — um dos quais também dirigia um veículo —, outros dois motoristas de veículos e dois passageiros. Foram detidas também pessoas que pareceram ter um papel mais secundário: assistência na preparação de outras tentativas de fuga de Amra, na sua fuga real em 14 de maio (roubo de veículos, por exemplo), na sua evasão (aluguel de apartamentos, etc.) e na fuga dos outros membros do grupo.
Questionado sobre o possível envolvimento de membros da “Família Black Manjak”, apresentada como uma organização criminosa sediada na Normandia e especializada em narcóticos, com possíveis ligações com Koba LaD, o diretor nacional da polícia judiciária, Christian Sainte, indicou em 7 de março que certos suspeitos tinham “laços estreitos” entre si.
Segundo uma fonte próxima ao caso, “um certo número de suspeitos pertence” à “BMF”, o que seria, a princípio, uma “espécie de rótulo, um sinal de reconhecimento em torno de Koba LaD”. Desde sua transferência para a justiça francesa no final de fevereiro, Mohamed Amra está mantido em confinamento solitário na prisão ultra-segura de Condé-sur-Sarthe (Orne).