O Programa Avança Saúde Escolar – Oftalmologia, realizado pela Prefeitura de São Paulo, está sendo retomado na rede municipal de ensino em 2025. Os principais objetivos são evitar problemas de visão que impactam o aprendizado e promover o diagnóstico precoce de doenças oculares em estudantes de 6 a 17 anos matriculados nas escolas municipais da cidade, desde o fundamental até o ensino médio, incluindo as escolas de educação bilíngue para surdos.
A ação, uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação, a Secretaria Municipal da Saúde e o Instituto Juntos pela Visão, começou em 2023 e já atendeu 141 mil estudantes, com mais de 27 mil óculos entregues.
– É um programa muito potente e que tem dado resultados excepcionais – diz Fernando Padula, Secretário Municipal de Educação. Segundo ele, a iniciativa é inédita em sua abrangência, pois busca atender os alunos do ensino fundamental.
– Nosso objetivo é garantir que estudantes com dificuldades de aprendizado devido a problemas de visão possam enxergar bem. Muitas vezes, um aluno é visto como bagunceiro, quando, na verdade, ele simplesmente não consegue enxergar a lousa. Essa ação também contribui para reduzir a evasão escolar – afirma o secretário.
Dados de um levantamento do projeto Alfabetização Solidária apontam que a deficiência visual é responsável pela evasão escolar de 22,9% dos estudantes de ensino fundamental no Brasil.
Para passar pela triagem oftalmológica na escola, que engloba seis exames, é necessário que a família autorize os procedimentos. Os responsáveis devem procurar a secretaria para consultar o calendário de atendimentos na unidade e assinar a autorização.
Os alunos que precisarem de correção visual poderão escolher a armação dos óculos de sua preferência e os receberão na própria instituição de ensino.
– Com esse programa, buscamos identificar e corrigir problemas de visão que afetam diretamente o aprendizado do aluno – diz Márcia H. Matsushita, integrante do Núcleo Intersecretarial Saúde na Escola da Secretaria Municipal de Educação.
– Além disso, o estudante que apresenta alguma outra patologia ocular, como estrabismo e glaucoma, é encaminhado para atendimento especializado, incluindo cirurgias – afirma Márcia. Nestes últimos casos os estudantes serão encaminhados para o Instituto Suel Abujamra.
A analista de recursos humanos Jeanne Araújo, 36 anos, moradora da Vila Liviero, Zona Sul, é mãe de uma criança que passou pelo Programa Saúde Ocular no segundo semestre do ano passado.
– A professora relatou que meu filho Felippe disse que a letra dela era muito pequena na lousa e ele não conseguia enxergar – diz. Mas ela não precisou procurar um oftalmologista, pois a própria instituição apresentou o projeto para Jeanne.
Felippe passou por uma consulta, recebeu seu diagnóstico e, algumas semanas depois, ganhou seus óculos. – Ele se adaptou rapidamente e diz que agora consegue enxergar a lousa. Usa os óculos o tempo todo – comemora Jeanne.
As atividades foram iniciadas já em fevereiro nas Diretorias Regionais de Educação (DREs) Penha, Jaçanã/Tremembé e Campo Limpo, além de seguir com os atendimentos nas DREs Santo Amaro e São Miguel.
A previsão é de que todas as Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), Escolas Municipais de Educação Bilíngue para Surdos (EMEBs) e Escolas Municipais de Ensino Fundamental e Médio (EMEFMs) sejam contempladas ao longo do ano.