A 1ª rodada do Campeonato Brasileiro nem foi concluída, e a dança das cadeiras dos treinadores já começou. Na madrugada de sábado para domingo, o Fluminense anunciou a demissão de Mano Menezes. A insatisfação do elenco com o técnico e a avaliação da direção de que o trabalho regredira pesaram após a derrota para o Fortaleza na estreia.
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Tradicionalmente, as demissões de treinadores marcam o Brasileiro do início ao fim. Em 2024, foram 20 os que deixaram seus clubes ao longo das 38 rodadas. A edição deste ano começa com uma fila longa de profissionais pressionados. Confira abaixo a situação de cada um:
A torcida deixou o recado para o treinador no empate sem gols com o Sport, no Morumbis, na estreia. Vaiou o time no fim do jogo e gritou pelo nome de Dorival Junior. O São Paulo vem de um começo ruim de temporada. São apenas seis vitórias em 15 partidas, um aproveitamento de 51,1% que tem irritado os torcedores.
O incômodo ganhou mais força com a saída de Dorival da seleção. Campeão da Copa do Brasil com o tricolor em 2023, o técnico deixou o clube no ano seguinte para dirigir a Amarelinha. Após o empate com o Sport, Zubeldía procurou minimizar a sombra colocada sobre seu trabalho.
– Não é um tema de clima ou não. É simplesmente entender que estamos falando de um técnico que saiu da seleção e é muito querido aqui. É normal as emoções que possam aparecer por parte do torcedor. Tenho que fazer meu trabalho da melhor forma possível. Administrar essa situação não é fácil e nem difícil, estou trabalhando para o São Paulo. Os sentimentos do torcedor são normais. Foram campeões, ganharam a Copa do Brasil, estava na seleção brasileira. Então é lógico que se falem dele.
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As expectativas sobre o Santos cresceram com a chegada de Neymar e dos reforços que vieram em seguida. Mas o time caiu nas semifinais do Paulista e perdeu na estreia do Brasileiro, para o Vasco, de virada. Após o jogo, o presidente Marcelo Teixeira fez declarações duras, que expuseram sua insatisfação com o trabalho.
– Um time que quer chegar na decisão do campeonato entre os primeiros colocados não pode tomar os gols que a gente toma. Infantis. São coisas impressionantes para um time que treina, treina e treina e toma os gols de cabeça, bola aérea, relativamente sempre tem esse tipo de dificuldade. Também ofensivamente, quando você pode matar o jogo, tem que matar, Campeonato Brasileiro é isso – disparou Teixeira, que não parou por aí:
– Não vejo queda de preparação física. Eu vejo as modificações, naturais, que o treinador fez. O time estava composto de uma maneira, mesmo sem Neymar e Soteldo. Lógico, são peças importantes. Mas o time já vinha dando uma impressão importante, positiva, no primeiro tempo. No segundo, não justifico pela preparação física. Eu acho que muito mais das mudanças que foram feitas, em que o time demorou um pouco para impor de novo um ritmo e, dos 30 (minutos) para a frente, não houve condições de o Santos realmente mostrar que tinha uma força para virar o jogo.
Gustavo Quinteros (Grêmio)
O Grêmio venceu o Atlético-MG na estreia: 2 a 1 na Arena. Mas a vitória gerou mais alívio do que empolgação. Isso porque o time não vem de um bom começo de temporada. A expectativa em Porto Alegre era de que um tropeço em casa aumentaria a pressão sobre o treinador argentino.
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Sem convencer em campo, o Grêmio avançou nas duas primeiras fases da Copa do Brasil nos pênaltis. Foi também nas penalidades que chegou à decisão do Gaúcho, na qual acabou derrotado para o rival Internacional. Até mesmo a vitória do fim de semana contou com uma dose de sufoco. O grande herói do triunfo foi o goleiro Tiago Volpi, que saiu de campo com seis defesas. Uma mostra de como o time ainda está longe de poder ser chamado de equilibrado.
Abel Ferreira (Palmeiras)
Desde o fim de 2024, o Palmeiras sofre com atuações abaixo do esperado. Mas a impaciência da torcida nunca foi tão grande. Reflexo da perda do título paulista para o rival Corinthians. O empate sem gols com o Botafogo, em casa, até seria um resultado aceitável não fosse a performance pobre da equipe. Resultado: o time saiu de campo vaiado.
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O ataque é o maior problema. Já são três jogos sem marcar gols. Um drama que não se resolve apesar dos reforços contratados para o setor, como Vitor Roque e Felipe Anderson, além de Paulinho, que ainda não estreou devido a uma cirurgia na perna direita realizada em dezembro.