A Polícia Civil do Rio e o Ministério Público estadual realizam, nesta quarta-feira, uma operação contra um grupo de matadores de aluguel suspeito de executar o advogado Rodrigo Marinho Crespo. Agentes visam a cumprir 19 mandados de busca e apreensão contra três policiais militares e quatro outros suspeitos. A ação é da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM).
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Três pessoas estão presas acusadas de monitorar a vítima e ter providenciado a logística para o crime. Um deles é o policial militar Leandro Machado da Silva, apontado como o responsável pelo aluguel dos veículos usados na execução, assim articular o contato entre os envolvidos na morte. Já César Daniel Mondêgo de Souza e Eduardo Sobreira Moraes são suspeitos de monitorar os passos de Crespo.
O avanço das investigações da DHC identificou mais um suspeito de envolvimento na morte do advogado: Ryan Patrick Barboza de Oliveira, conhecido como Motinha. Ele, de acordo com a polícia, acompanhava os passos da vítima com sua motocicleta. Ryan está preso acusado de participar do assassinato do comerciante Antônio Gaspazianne Mesquita, ocorrido em junho do ano passado, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, ocorrido em virtude de desavenças na exploração de máquinas caça-níqueis da região.
As investigações indicam que os matadores de aluguel são responsáveis por uma série de execuções ligadas a uma organização criminosa que explora o comércio ilegal de cigarros e atividades da contravenção. O chefe do grupo, de acordo com a DHC, é o policial militar Rafael do Nascimento Dutra, o Sem Alma. Contra ele, que está foragido, há cinco mandados de prisão preventiva em aberto.
O bando de matadores de Sem Alma é conhecido como o “Novo Escritório do Crime”. Em dois anos e meio, a organização é suspeita, além de mortes, de envolvimento dois atentados malsucedidos e dois sequestros de vítimas que nunca mais foram vistas.
Motinha é apontado pela Polícia Civil como um dos integrantes do bando, ligado à nova cúpula da contravenção carioca. Segundo investigações da DHC, ele chegava a passar dias a fio seguindo todos os passos dos alvos, repassando em tempo real todas as informações para a quadrilha executar as vítimas.