As bolsas asiáticas reagiram, em sua maioria, com fortes quedas à entrada em vigor das novas tarifas dos Estados Unidos, que reacenderam os temores de uma guerra comercial ao imporem uma taxa superior a 100% sobre produtos chineses.
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O índice Nikkei da Bolsa japonesa caiu 4,86% pouco depois da entrada em vigor das novas tarifas, enquanto sua moeda, o iene, valorizou-se 1,1% frente ao dólar americano.
Em Taiwan, o índice Taiex perdeu 5,8% no pregão da tarde, e a Bolsa de Hong Kong recuava 1,6%. A Bolsa de Xangai, por outro lado, registrava alta de 0,2%.
Os mercados mundiais entraram em turbulência desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na semana passada uma onda de tarifas sobre exportações de quase todos os países.
Trump havia inicialmente anunciado tarifas adicionais de 34% sobre bens chineses. Pequim afirmou que retaliaria com tarifas de 34% sobre as importações dos Estados Unidos, ao que Trump respondeu com mais 50% de sobretaxas, elevando a taxa sobre importações chinesas a 104%.
A troca de tarifas entre as duas maiores economias do mundo desencadeou temores de uma guerra comercial.
As novas tarifas alfandegárias lançadas pelo presidente Trump, que entraram em vigor nesta quarta-feira, atingem quase 60 parceiros comerciais, com sobretaxas adicionais entre 11% e 50%, com exceção da China, cujos produtos agora pagam uma taxa de 104%.
Desde que voltou ao poder, Trump já havia imposto um acréscimo de 20% sobre produtos chineses, que deveria subir para 54% nesta quarta-feira com os 34% anunciados na semana passada — mas a tarifa foi elevada a 104% como “punição” à China por ter retaliado o tarifaço dos EUA, impondo também uma tarifa de 34% sobre produtos americanos.
Um porta-voz do Ministério do Comércio da China afirmou que “a ameaça dos Estados Unidos de aumentar as tarifas contra a China é um erro atrás do outro e expõe mais uma vez a natureza chantagista” de Washington.
Segundo o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, o país tem “ferramentas” suficientes para “compensar” a turbulência econômica, de acordo com a agência Xinhua.