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Master capta R$ 1,9 bilhão vendendo títulos sem garantia a fundos de previdência de estados e municípios

BRCOM by BRCOM
abril 9, 2025
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Capa do audio - Malu Gaspar - Conversa de Bastidor

O Banco Master, que negocia a venda de parte de sua operação para o estatal BRB por R$ 2 bilhões, já arrecadou R$ 1,867 bilhão com a venda de letras financeiras a fundos de previdência estaduais e municipais. Os papéis, que prometem rendimento bem acima do CDI e foram considerados “arriscados demais” pela Caixa em meados do ano passado, estão no centro da controvérsia acerca da saúde financeira da instituição, assim como os CDBs.

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O levantamento foi feito pela equipe da coluna nos sistemas eletrônicos do Ministério da Previdência Social.

Ao contrário dos CDBs, porém, as letras financeiras compradas pelos fundos não são cobertas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) – o que significa que, se o banco não honrar o pagamento, não há garantia de recebimento do valor aplicado.

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Metade de toda a arrecadação do Master com essas letras – R$ 970 milhões – foi arrecadado com a venda de títulos para o Rioprevidência, como informou o GLOBO.

O fundo dos servidores do estado do Rio que é conhecido no estado como feudo político do União Brasil. Além dos fundos de pensão, a equipe da coluna mapeou outros R$ 200 milhões vendidos à Cedae, companhia de saneamento do Rio que também é dirigida por um indicado do União.

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O partido, de que faz parte o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar, é dirigido nacionalmente por Antonio Rueda – que apesar de ser pernambucano, é o presidente de legenda com mais influência sobre o governo de Cláudio Castro (que é do PL) e planeja se candidatar a deputado federal pelo estado em 2026.

Rueda também é muito próximo do dono do Master, Daniel Vorcaro, e atuou nos bastidores para concretizar a negociação com o BRB. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), negocia o apoio do União à sua candidatura ao Senado Federal no ano que vem.

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O segundo estado que mais comprou papéis do banco de Daniel Vorcaro foi o Amapá – estado em que, apesar de o governador ser do Solidariedade, o fundo de pensão também é área de influência do União Brasil, que tem como maior liderança no estado o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

No Amazonas, outro estado governado pelo União, o fundo de previdência dos servidores também comprou R$ 50 milhões em letras financeiras do Master.

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Ao todo, só os fundos ligados a Rueda aplicaram quase R$ 1,5 bilhão no banco de Vorcaro.

Procurado, o Master não se manifestou.

Em nota, o Rioprevidência afirmou que todos os investimentos da entidade “seguem os limites e recomendações do Conselho Monetário Nacional (Res. CMN 4.963/2021), bem como a política de investimentos aprovada pelo Conselho de Administração da Autarquia”, mas não explicou o que justificou os aportes nem quais são as estratégias para garantir a sustentabilidade do fundo em caso de prejuízos com as aplicações.

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Apesar disso, o Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), em dezembro passado, apontou indícios de irregularidade nos investimentos e fez um pedido cautelar ao Rioprevidência para a suspensão de novas aplicações no Master “e outras instituições financeiras que não atendam aos princípios da segurança, proteção e prudência financeira”.

A reportagem tentou contato com os fundos do Amapá e do Amazonas, mas não conseguiu resposta. O espaço está aberto para manifestação.

Na maior parte dos casos, o vendedor dos papéis é o próprio banco Master. Mas, em parte dos negócios realizados com o governo do Rio, a corretora foi a Planner, que vendeu R$ 510 milhões em letras financeiras ao Rioprevidência.

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A Planner já foi alvo de diversas operações da Polícia Federal — incluindo a Greenfield, que apurou fraudes e desvios em fundos de pensão. Em alguns desses processos, o sócio da Planner acusado de fraudes foi Maurício Quadrado, que depois da corretora tornou-se sócio do Master. Em setembro passado, ele anunciou que estava deixando o banco, mas até agora isso não ocorreu.

Procurada pela equipe do blog, a Planner disse não comentar estratégias implementadas por seus clientes e estratégias, mas frisou não reconhecer “qualquer envolvimento por atos classificados como ‘fraude’ envolvendo qualquer tipo de cliente”.

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A corretora declarou ainda atuar “em estrita conformidade com a legislação e regulamentação” e que “a intermediação desses títulos, emitidos por diferentes instituições financeiras, para uma base diversa de clientes é uma prática comum e de mercado”.

Em 2018, Quadrado foi citado na delação premiada de um ex-superintendente da Caixa, que disse ter recebido dele uma propina de R$ 8 milhões para destinar recursos do FI FGTS para empresas do grupo Odebrecht.

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No acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Roberto Madoglio se comprometeu a devolver à União R$ 39,2 milhões que arrecadou em subornos e que estavam em contas na Suíça e no Uruguai.

Esse foi um dos fatores que levou os gerentes da Caixa a reprovarem a operação de compra de R$ 500 milhões em letras financeiras do Master que estavam em análise pela subsidiária de investimentos. Após assinar um parecer técnico em que afirmam que o negócio era arriscado demais e que o Master tinha um alto risco de insolvência, os gerentes perderam seus cargos. O negócio, porém, foi suspenso.

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A negociação com a Caixa fez parte de um movimento realizado pelos gestores do Master a partir do final de 2023, quando o Banco Central emitiu normativas que aumentavam a exigência de capital de outras fontes que não apenas precatórios e CDBs para instituições financeiras continuarem operando. Porém a nova regra, feita sob medida para o Master, deu um prazo de dois anos para o banco se adaptar.

Nesse período, os executivos do Master acionaram todos os seus contatos políticos e institucionais para vender as letras financeiras a fundos de pensão estaduais e municipais.

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Os fundos de previdência ligados à administração federal foram proibidos de comprar esse tipo de ativo depois das fraudes constatadas na operação Greenfield, que deixou rombos bilionários na Petros (Petrobras), o Postalis (Correios) e a Funcef (Caixa Econômica Federal). Boa parte do prejuízo está sendo paga até hoje por meio de descontos mensais nas aposentadorias dos beneficiários.

Hoje, o balanço do Master traz um valor de R$ 3 bilhões em letras financeiras distribuídas no mercado.

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A falta de liquidez do banco, porém, preocupa.

Dados do próprio balanço mostram que, a menos que receba uma injeção de capital, o Master só tem condições de pagar metade das obrigações que assumiu com os compradores de CDBs e CDIs até o final deste ano.

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