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Quase 2 mil pessoas, incluindo mais de 300 estudantes, foram presas em meio aos protestos — que já são considerados as maiores manifestações na Turquia em mais de uma década — após a prisão de Imamoglu, em 19 de março, sob alegações de corrupção. Advogados e políticos criticaram a “brutalidade policial” contra estudantes presos por participarem dos protestos — para a maioria, ainda na faixa dos 20 anos, a jornada configurou a primeira participação em atos políticos, pelos quais acabaram no banco dos réus.
A informação sobre a ordem de soltura dos estudantes foi confirmada pelo advogado Ferhat Guzel à AFP.
O prefeito de Istambul, de 53 anos, é acusado de liderar uma organização criminosa, receber subornos, extorsão, gravação ilegal de dados pessoais e fraude em licitações — acusações que ele nega e classificou como politicamente motivadas e referiu-se como uma “execução sem julgamento”. O caso provocou uma mobilização ampla da oposição.
Em uma entrevista na quarta-feira, o líder do Partido Republicano Popular (CHP), Ozgur Ozel, afirmou que a oposição turca irá “lutar até o fim” contra Erdogan e exigiu eleições antecipadas que mostrem o “maior voto de desconfiança da história” contra o presidente, que acusa de ter dado um “golpe” ao prender Imamoglu.
— Erdogan deu um golpe contra seu próprio rival. Ele deu um golpe contra o próximo presidente da Turquia, nosso candidato presidencial. É por isso que nossa resistência e luta contra isso continuarão até o fim — disse Ozel.
Uma petição do partido pela libertação de Imamoglu reuniu 7,2 milhões de assinaturas, segundo o líder do CHP, acrescentando que o objetivo é conseguir que pelo menos metade dos 61,4 milhões de eleitores da Turquia. O prefeito de Istambul era apontado em pesquisas de intenção de voto como um candidato capaz de desbancar Erdogan, caso ele conseguisse ser candidato mais uma vez.
— Se vencermos, a Turquia se tornará uma democracia onde prevalecerão o Estado de Direito, a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, a separação de poderes e um parlamento forte — prometeu Ozel. (Com AFP)