A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, nesta quinta-feira, a Operação Toque de Midaz, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa composta por médicos suspeitos de formar um cartel para controlar o mercado de serviços de anestesiologia. De acordo com a polícia, os investigados integram “um grupo criminoso estruturado e estável”, que atua há anos no setor de serviços anestesiológicos por meio de uma cooperativa médica com “posição dominante no mercado”. Entre os crimes, estão ameaças físicas e psicológicas contra anestesiologistas que atuam de maneira independente.
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Segundo as investigações, o grupo estaria adotando “práticas anticompetitivas e condutas ilícitas” com o objetivo de controlar o mercado de forma exclusiva. Dentre as práticas ilegais, está a tentativa de dominar hospitais estratégicos do Distrito Federal para impedir a entrada de novos profissionais e restringir a concorrência. Os trabalhadores que não se submetem às diretrizes impostas pelo grupo são intimidados com ameaças de descredenciamento e exclusão da cooperativa.
Além disso, o grupo também buscava a exclusividade na negociação de tabelas de honorários médicos com operadoras de planos de saúde privados para eliminar a livre concorrência e impor valores abusivos. Nesta etapa da investigação, foram expedidos sete mandados de busca e apreensão contra os principais líderes da organização criminosa. Os alvos poderão responder, a depender da participação no esquema, pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro.
A operação ocorreu por intermédio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO) e do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DECOR) e em conjunto com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A Divisão de Inteligência Policial (DIPO/PCDF) também forneceu apoio.