‘Ela gastou o que tinha da herança e aposentadoria’ diz filho

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A declaração veio em entrevista à coluna de Pablo Oliveira, da rádio Tupi FM: “Ela gastou o que tinha da herança e da aposentadoria. Quer voltar, mas não tem grana nem pra passagem. E eu não vou ajudar”, afirmou Gleyson.

O filho, que viveu com a mãe por dez anos, afirma que desde que ela voltou a morar com uma das filhas no Rio, a situação desandou. Segundo ele, a irmã, que hoje vive nos Estados Unidos, deixou a matriarca sem rumo e sem recursos. “Venderam o apartamento, gastaram tudo. Depois mandaram minha mãe pra cá [Minas Gerais]. Agora ela está aqui, perdida, sem dinheiro.”

Gleyson deixou claro que quer distância

Gleyson afirma que a mãe já recusou ir para o Retiro dos Artistas, tradicional abrigo de veteranos do teatro e da televisão: “Diz que lá é lugar de gente esperando pra morrer”. A atriz, que atuou em novelas como “Vale Tudo”, “Top Model” e “O Beijo do Vampiro”, hoje vive hospedada em uma pousada no interior de Minas sem ter como arcar com os custos de transporte para voltar à capital fluminense.

Em tom de desabafo, Gleyson diz que não se sente responsável pela mãe. “Ela falou que foi roubada pela minha irmã, que usou o dinheiro pra comprar uma casa no Vidigal. Mas não quero me meter. […] Pra mim, são três loucas: minhas duas irmãs e minha mãe. Eu fui criado pelos meus avós. Ela está aí, moribunda, rodando por aí. Se não quer ajuda, não posso fazer nada”, declarou.

Enquanto Gleyson se afasta do drama, outra filha de Maria Gladys, Maria Thereza Mello Maron, tenta articular o resgate da mãe pelas redes sociais.

Em uma publicação feita nesta quinta-feira, 10, ela explicou que a atriz está confusa e sem dinheiro: “Lá é uma cidade de difícil acesso, pois não há transporte. Precisa de táxi para chegar a Volta Redonda e, de lá, vir para o Rio, e eu buscá-la na rodoviária. Nem eu, nem minha irmã temos o dinheiro para a passagem. Quem puder ajudar, estou deixando o Pix dela.”

A situação levantou questionamentos sobre um possível abandono e até mesmo sobre a apropriação indevida dos recursos da artista. Segundo informações da coluna, mesmo recebendo aposentadoria regularmente, Maria Gladys estaria sem acesso ao dinheiro. Um áudio obtido com exclusividade pela reportagem mostra a atriz relatando, em tom de desespero, que está completamente sem recursos. O conteúdo aponta para um possível colapso financeiro com indícios de negligência familiar.

O que aconteceu com Maria Gladys?

A trajetória recente da atriz contrasta com o cenário atual. Em novembro de 2024, ela participou das gravações do filme de terror “Privadas de Suas Vidas”, ao lado de nomes como Otávio Müller e Regina Braga. Em dezembro, foi vista em bares e restaurantes do Rio com amigos, aparentando bem-estar e bom humor. Fotos mostram Gladys sorrindo ao lado de conhecidos. No entanto, nos bastidores, o clima já era de instabilidade.

Não é a primeira vez que a atriz desaparece. Em janeiro, havia sido dada como desaparecida e reencontrada poucas horas depois. Agora, o episódio se repete com maior gravidade: há indícios de que Maria esteja desassistida e fragilizada mentalmente. Em postagens recentes, ela mesma escreveu que estava em apuros e queria voltar para casa.

Maria Gladys tem uma longa carreira nas artes cênicas brasileiras. No cinema, atuou em clássicos como “O Meu Pé de Laranja Lima” (1970) e “Rio Babilônia” (1982). Na TV, destacou-se com personagens marcantes, como Lucimar, na primeira versão de “Vale Tudo”, em 1988. Ela também esteve em novelas e séries como “Negócio da China” e “A Vida Alheia.

Mais recentemente, viu seu nome circular nas redes graças à fama internacional da neta, Mia Goth, que também é filha do artista Lee Jaffe, com quem Gladys teve um relacionamento nos anos 80.

Apesar da repercussão online, a situação da atriz segue indefinida. Amigos e admiradores se mobilizam para tentar oferecer ajuda, mas a ausência de um responsável direto e a briga entre os filhos tornam o processo lento e confuso. Internautas questionam onde estão os colegas de profissão e as instituições que historicamente apoiam artistas idosos.