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Compra da Versace reforça plano de sucessão bilionário da Prada

BRCOM by BRCOM
abril 12, 2025
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Lorenzo Bertelli, a quem o mercado aposta que deve conduzir a Prada na sucessão familiar — Foto: Jacopo M. Raule / Getty Images Europe via Bloomberg

Durante décadas, o presidente da Prada , Patrizio Bertelli — conhecido por seu espírito ferozmente independente — falou sobre a necessidade de as casas de moda italianas ganharem tamanho e escala para enfrentar os gigantes do setor, como LVMH, dona da Louis Vuitton, e Kering, e também para evitar serem engolidas por eles.

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Ainda assim, suas tentativas de fortalecer a empresa com sede em Milão — que ele controla com sua esposa, Miuccia Prada — por meio de uma onda de aquisições no final dos anos 1990 acabaram deixando o grupo com mais de €1 bilhão (cerca de R$ 6,6 bilhão) em dívidas, o que posteriormente forçou o casal a buscar ajuda de bancos italianos para evitar perder o controle.

Mais de 25 anos depois, a família — incluindo o filho mais velho do casal, Lorenzo, apontado como sucessor de Bertelli — busca um desfecho diferente com a maior aquisição dos 112 anos de história da Prada: a Versace.

A Prada anunciou na quinta-feira que concordou em comprar a marca fundada nos anos 1970 pelo falecido estilista Gianni Versace por €1,25 bilhão (cerca de R$ 8,35 bilhões) da atual dona, a Capri.

Lorenzo Bertelli, a quem o mercado aposta que deve conduzir a Prada na sucessão familiar — Foto: Jacopo M. Raule / Getty Images Europe via Bloomberg

O valor foi significativamente inferior ao preço inicial de mais de €2 bilhões, segundo fontes de mercado a par do assunto. A Prada ainda conseguiu um desconto de última hora sobre o preço acordado de €1,4 bilhão (ou R$ 9,4 bi) após a turbulência causada pela política tarifária do então presidente dos EUA, Donald Trump. O valor final pode ser ainda menor, após vários ajustes.

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Incorporar a Versace ao pequeno — porém crescente — portfólio de marcas da Prada pode dar à casa italiana a capacidade de se manter independente na disputa por consumidores contra os maiores conglomerados de luxo do mundo, especialmente em um momento em que mercados-chave como China e EUA mostram sinais de enfraquecimento.

Esse reforço fortalece os planos de sucessão da família Prada-Bertelli, que detém 80% da Prada. Miuccia, de 76 anos, e Patrizio, de 79, estão determinados a passar o comando da empresa para Lorenzo de forma a garantir a independência da grife.

Garantir a sucessão é uma questão crítica para as empresas italianas controladas por famílias. Ao longo dos anos, viram uma marca após a outra ser adquirida por gigantes globais. A LVMH detém a Fendi e a Loro Piana e, no ano passado, comprou uma participação na empresa que controla a Moncler.

A Kering é dona da Gucci, da Bottega Veneta e tem a opção de assumir o controle da Valentino. Para as famílias por trás dessas marcas, isso significou a perda do controle.

Ícone clássico da marca, bolsa e manequim em uma loja da Versace no centro londrino — Foto: Chris J. Ratcliffe / Bloomberg
Ícone clássico da marca, bolsa e manequim em uma loja da Versace no centro londrino — Foto: Chris J. Ratcliffe / Bloomberg

Lorenzo, de 36 anos, ex-piloto de rali que entrou para o negócio da família há cerca de seis anos, é atualmente chefe de marketing e responsabilidade social da Prada. Ele deve assumir as funções do pai nos próximos anos.

Com a Versace, a Prada incorpora uma marca com uma estética diametralmente oposta, ampliando seu alcance. Enquanto a estilista Miuccia criou na Prada seu estilo “feio-chique”, a Versace é conhecida por seus designs elaborados, ornamentados e por sua icônica estampa Barocco.

— A estética distinta da Versace se encaixa perfeitamente em nosso portfólio, acrescentando complementaridade criativa e de público. Como vimos nos últimos anos, desbloquear todo o potencial de uma marca não exige necessariamente uma revolução, mas sim uma evolução por meio de passos pequenos e constantes — disse Lorenzo.

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A compra da Versace pela Prada ocorre após resultados recordes em 2024, impulsionados principalmente pela marca Miu Miu, que atende ao público mais jovem e ajudou a companhia a enfrentar a recente desaceleração global no setor de moda de luxo.

No entanto, assumir uma marca em dificuldades — que, embora ainda tenha reconhecimento global, está longe de seu auge nas décadas de 1980 e 1990 — pode ser uma empreitada arriscada no cenário atual do setor.

Vemos o relançamento como um processo longo e exigente, que dilui levemente a narrativa de crescimento visível e consistente das duas principais marcas, Prada e Miu Miu”, disse a analista Paola Carboni, da Equita, em relatório distribuído a clientes.

A Prada, que abriu capital (IPO) em Hong Kong em 2011, caiu mais de 30% desde sua máxima histórica, em meados de fevereiro. A própria Prada já alertou que a reestruturação da Versace levará tempo. A decisão de comprá-la foi “pensando no longo prazo, para o sucesso no longo prazo”, afirmou o CEO Andrea Guerra.

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A Prada planeja administrar a Versace como uma unidade separada, assim como faz com a Miu Miu, segundo pessoas próximas aos planos, que pediram anonimato. Miuccia — conhecida internamente como “La Signora” — não vai desenhar coleções para a Versace, que recentemente contratou Dario Vitale, ex-Miu Miu, como diretor criativo, após a saída da estilista Donatella Versace.

Caberá à Prada decidir qual rumo a marca deve tomar para recuperar seu prestígio.

Num sinal positivo para os negócios familiares italianos, o acordo uniu dois dos clãs mais conhecidos da famosa indústria de moda do país — fato comemorado por Donatella, que deixou o cargo de diretora criativa da Versace em março. Ela havia assumido o posto em 1997, após o assassinato de seu irmão Gianni, em frente à casa onde morava na Flórida.

“Estou absolutamente encantada por ver a Versace se tornar parte da família Prada. Gianni e eu sempre tivemos enorme admiração por Miuccia, Patrizio e sua família”, escreveu Donatella em uma publicação no Instagram.

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