Embora a Red Bull tenha perdido o posto de “melhor carro do grid” para a McLaren, Max Verstappen segue aprontando das suas — ontem, conquistou a pole para o GP da Arábia Saudita, com largada às 14h de hoje (a Band exibe ao vivo). Oscar Piastri parte em 2º, e Lando Norris, após bater na classificação, é o 10º. Companheiro do tetracampeão, Yuki Tsunoda passou para o Q3 (larga em 8º) pela segunda etapa seguida, mas ficou a quase 1 segundo do holandês.
Em sua terceira etapa pela equipe, o japonês já fez mais que seu antecessor, Liam Lawson. No fim de semana passado, no Bahrein, garantiu dois pontos ao chegar em nono. Há dois domingos, no Japão, enquanto Verstappen levou seu carro para a primeira vitória na temporada, Yuki ficou em 12º. Mesmo considerando a genialidade do parceiro, Tsunoda ainda parece distante do que a Red Bull almeja para um segundo piloto: alguém que ande um pouco mais próximo de Max para ajudar na pontuação no Mundial de Construtores.
A escuderia chegou a 2025 com um assento livre após rescindir com o mexicano Sergio Pérez por falta de resultados, e optou por Liam Lawson, fruto da academia da Red Bull e que havia assumido a vaga de Daniel Ricciardo na Racing Bulls no meio da temporada passada. Após não passar do Q1 nas duas corridas, bater na Austrália e ser 16º na China, o neozelandês foi rebaixado de volta para a Racing Bulls. E o japonês, preterido várias vezes, ganhou uma chance.
— Às vezes, é preciso ser cruel para ser gentil, e acho que não é o fim para Liam — justificou-se Christian Horner, chefe da equipe, em entrevista à Sky Sports. — Acho que pedimos demais dele muito cedo. Dava para ver o peso sobre os ombros. Foi a coisa lógica a se fazer.
— Ser piloto da Red Bull era meu sonho desde criança. É para isso que trabalhei durante toda a minha vida. É difícil, mas sou grato por tudo que me trouxe até aqui — disse Lawson quando foi rebaixado.
O erro de julgamento da Red Bull coloca em evidência um problema crônico da equipe no processo de escolha do segundo piloto, maquiado por conta do talento de Verstappen, que empilhou os últimos quatro títulos mundiais. Se, em 2022 e 2023, foi o suficiente para a taça por equipes, em 2024, o mau desempenho de Pérez foi crucial para a RBR perder o posto para a McLaren.
Desde que chegou à equipe, em 2016, Verstappen teve sete companheiros. E, após a saída de Daniel Ricciardo da escuderia, a segunda cadeira — originalmente para pilotos oriundos da academia da equipe — nunca mais teve constância. Em 2019, Pierre Gasly foi substituído por Alexander Albon no meio do ano. O tailandês só durou uma temporada inteira e, em 2021, a equipe recorreu a um piloto fora de seu programa: Sergio Pérez. O mexicano ainda se sustentou até 2024, mas muito mais pelo aporte de patrocinadores que trazia que pelos resultados na pista. Tsunoda tenta não ser mais uma vítima da máquina de moer pilotos da RBR.