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Zelensky chama de ‘justo’ acordo com os EUA sobre uso recursos minerais, mas dúvidas ainda pairam sobre Kiev

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maio 1, 2025
in News
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Trump e Zelensky conversam no Vaticano — Foto: Handout / UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE / AFP)
  • Titânio, lítio e terras raras: O que está em jogo entre Ucrânia e Trump no acordo sobre exploração mineral
  • Contraproposta: Putin oferece aos EUA exploração de metais e terras raras em territórios ocupados da Ucrânia

Em pronunciamento, divulgado em suas redes sociais, Zelensky elogia a equipe que participou da elaboração do plano, que segundo ele “mudou significativamente” durante as conversas, e aponta para possíveis efeitos positivos em seu país, não apenas na economia, mas também “na modernização das práticas jurídicas”.

Boa parte do otimismo também se refere ao que ele vê como reaproximação com o governo dos EUA, comandado por Donald Trump, após meses de críticas, ataques e até uma altercação pública na Casa Branca, que atrasou em dois meses a assinatura do plano.

— Isto é trabalhar em conjunto com a América e em termos justos, quando tanto o Estado ucraniano quanto os Estados Unidos, que nos ajudam a defender, podem ganhar em parceria — afirmou.

Trump e Zelensky conversam no Vaticano — Foto: Handout / UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE / AFP)

Segundo Zelensky, o saldo positivo das negociações foi o “primeiro resultado” de um encontro entre ele e o presidente americano no Vaticano, na semana passada, durante o funeral do Papa Francisco.

Os dois conversaram por 15 minutos e, de acordo com o portal Axios, citando fontes da Casa Branca, Trump o teria pressionado para assinar o acordo sobre os recursos minerais, e ouviu do ucraniano que, apesar de disposto a fazer concessões para encerrar a guerra, queria garantias de segurança e uma postura mais dura da Casa Branca sobre o Kremlin.

— Também estamos ansiosos pelos outros resultados da nossa conversa: foi uma reunião significativa, e o presidente Trump e eu aproveitamos cada minuto do nosso tempo — disse Zelensky nesta quinta-feira. — O trabalho no acordo foi realmente profissional e, embora as negociações tenham sido às vezes difíceis, o resultado é importante.

Minerais e metais aguardam embarque no porto de Odessa, no sul da Ucrânia — Foto: Vincent Mundy/Bloomberg
Minerais e metais aguardam embarque no porto de Odessa, no sul da Ucrânia — Foto: Vincent Mundy/Bloomberg

Firmado na tarde de quarta-feira, o acordo dá preferência aos EUA na exploração de recursos energéticos — incluindo petróleo e gás — e, especialmente, minerais da Ucrânia, incluindo as terras raras, titânio, lítio e outros minérios cruciais para setores como o de alta tecnologia e o de defesa.

Os ucranianos mantêm o controle sobre os recursos, e decidirão onde e como será realizada a extração, afirmam as autoridades. Os recursos obtidos serão controlados por um fundo regido por EUA e Ucrânia, e destinados a projetos de reconstrução nos primeiros dez anos de validade.

  • Interesses: Com China à frente, Trump transforma recursos minerais de Ucrânia e outros países em centro de política externa dos EUA

O acesso aos recursos — são mais de 100 grandes depósitos de minerais essenciais, de acordo com um estudo da Escola de Economia de Kiev — foi apresentado por Trump como uma maneira para Kiev “compensar” os EUA pelos bilhões em ajuda financeira e militar. O presidente americano inicialmente exigiu uma participação de US$ 500 bilhões nos recursos ucranianos, algo prontamente rejeitado por Zelensky. Os termos foram acertados, aos trancos e barrancos, nos meses seguintes, até a assinatura do documento em Washington.

Embora o tom de Zelensky e seus ministros seja de celebração, as concessões feitas por Kiev não podem ser esquecidas. A começar pela ausência de garantias de segurança contra novas invasões, algo que a Ucrânia afirmava ser essencial — durante as conversas, Trump afirmou que a presença das empresas americanas no país já seria suficiente.

— Também é bom para eles, porque terão uma presença americana no local — afirmou Trump na quarta-feira. — A presença americana, acredito, manterá muitos atores mal-intencionados fora do país, ou certamente fora da área onde estamos fazendo a escavação.

Manifestantes em Kiev protestam contra acordo que abre caminho para exploração dos recursos minerais ucranianos pelos EUA — Foto: Andrew Kravchenko/Bloomberg
Manifestantes em Kiev protestam contra acordo que abre caminho para exploração dos recursos minerais ucranianos pelos EUA — Foto: Andrew Kravchenko/Bloomberg

O texto precisará ser ratificado pelo Parlamento, onde Zelensky tem um número crescente de desafetos. Alguns políticos de oposição questionam o que veem como excesso de amarras econômicas — o acordo pode limitar a capacidade ucraniana para escolher futuros parceiros e a própria independência financeira do país, avaliam.

“A Ucrânia destina metade da receita de novas licenças para recursos naturais ao fundo, o que reduz o potencial de receita para o orçamento ucraniano por muitos anos”, escreveu no Telegram o deputado Yaroslav Jelejiak, que preside a Comissão Parlamentar de Finanças, Tributação e Política Aduaneira.

Há ainda outro elefante na sala: em um país em guerra e com 20% de seu território ocupados pelos russos, como atrair investidores para operações caras, complexas e de longo prazo?

  • Passo crucial: Ucrânia e EUA assinam memorando sobre acordo de minerais, afirma ministra

Em entrevista ao jornal Kyiv Independent, Edward Chow, associado sênior não residente do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, aponta que não há cláusulas relativas ao risco das operações, que deverão ser incluídas em rodadas futuras ou novos acertos.

— A questão é: o que este acordo faz, do ponto de vista de um potencial investidor, que o levaria a querer investir mais na Ucrânia? — questionou Chow. — Claramente houve trabalho nas negociações, mas ainda não vejo um acordo realmente abrangente que, do ponto de vista de um investidor do setor, diga: “Ok, isso muda tudo”.

Também ao Kyiv Independent, Timothy Ash, pesquisador do Programa de Rússia e Eurásia da Chatham House, acredita que “os ucranianos conseguiram eliminar os piores excessos do acordo”, mas o novo texto oferece “palavras calorosas em vez de investimento real”.

— Não consigo imaginar nenhum investimento grande e significativo na Ucrânia até que a segurança esteja garantida. E este acordo não faz nada por lá — opinou.

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O Kremlin ainda não se posicionou sobre o acerto, mas na véspera o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, afirmou que Kiev deveria negociar diretamente com Moscou, e não usar os EUA como intermediários. Já o ex-presidente, vice-chefe do Conselho de Segurança e propagandista russo, Dmitry Medvedev, disse que o plano a mostra fragilidade da Ucrânia.

“Trump finalmente quebrou o regime de Kiev”, escreveu no Telegram. “Agora, os suprimentos militares terão que ser pagos com a riqueza nacional de um país em vias de desaparecer.”

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