Uma testemunha do acidente da Linha 5-Lilás do metrô de São Paulo na manha desta terça-feira (6) disse que o fluxo de passageiros estava acima do normal para o horário no local, o que pode ter contribuído para a vítima ter ficado presa entre portas do trem e da estação. O veículo seguiu viagem, e o homem foi encontrado morto pelos seguranças da estação Campo Limpo, Zona Sul da capital paulista, deixando os demais passageiros perplexos.
— A porta que ele se prendeu foi a que fica em frente à escada rolante. Hoje estava mais cheio que o normal quando eu cheguei na estação, tanto que eu ia pegar a mesma porta do incidente, mas estava muito cheio — conta o analista administrativo Ryan Matos, de 20 anos. O acidente ocorreu próximo das 8h05 da manhã e foi seguido de gritos e correria pelo local.
Ryan não conseguiu entrar no vagão, mesmo cinco portas adiante. Ao ouvir os gritos, achou que poderia ser uma briga e começou a filmar, mas percebeu que se tratava de um acidente fatal ao ver o corpo caído nos trilhos e a porta coberta de sangue. Vídeo encaminhado por ele ao GLOBO mostra, nos segundos finais, o local do acidente, com um segurança olhando para baixo.
Passageiro morre preso na porta do metrô de São Paulo na estação Campo Limpo.
— Foram uns 5 minutos com todo mundo sem saber o que fazer, até os seguranças pedirem para descermos as escadas — disse. O metrô voltou a operar na estação por volta das 8h50. Nesse meio tempo, diversos passageiros desistiram e procuraram ônibus no entorno.
A ViaMobilidade, concessionária responsável pela linha, confirmou a morte e informou, em nota enviada à rádio CBN, que está empenhada em identificar a vítima, que não portava documentos, e localizar seus familiares para oferecer o suporte necessário. A empresa também afirmou que colabora com as autoridades e investiga as circunstâncias do ocorrido.
A companhia foi procurada novamente para comentar o relato, mas não prestou novos esclarecimentos.
Já a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que a ocorrência ainda está sendo apresentada na Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), órgão da Polícia Civil responsável por investigar crimes cometidos nas dependências do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) de São Paulo.
O g1 mostrou ainda que, semanas antes do acidente, uma mulher já havia ficado presa entre as portas da estação Vila Prudente, da Linha 2-Verde, mas conseguiu ser retirada antes da partida do veículo. O trecho é operado pelo estado e, ao contrário da linha Lilás, ainda conta com maquinistas conduzindo os veículos, enquanto a outra é automatizada.
*Colaborou Leonardo Zvarick, da CBN