cultura pop invade o Vaticano

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Veículos de comunicação criticaram Trump pela publicação e afirmaram que a imagem é mais uma prova de suas tendências autoritárias, enquanto o presidente os acusou de não terem “senso de humor”.

A pesquisadora francesa em ciências da informação, Refka Payssan, disse à AFP que a eleição a portas fechadas na monumental Capela Sistina, com seu suspense inquietante e fumaça branca ou preta contém um forte “simbolismo visual” que “se adapta bem aos formatos narrativos das redes sociais”.

— O conclave evoca tanto ouro, protocolo e boatos, como segredos e mistérios. Nas redes sociais, todo mundo tem uma opinião, e todos querem decifrar as informações, procurar pistas e descobrir qual cardeal se tornará Papa. É quase como um “escape game” — concorda Stéphanie Laporte, fundadora da OTTA, uma agência de consultoria em estratégia digital.

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Por ser um evento raro e histórico, o conclave atrai a atenção de todos, até mesmo de pessoas de fora da religião. Stéphanie observa que “os jovens estão muito conscientes da influência do papa sobre centenas de milhões, até bilhões, de pessoas, seja por meio de sua postura em relação à contracepção ou ao meio ambiente”.

O interesse gerado pelo conclave também reflete a transformação digital implementada pelo Vaticano nos últimos anos para atrair novas gerações. A conta oficial do Papa no X, antigo Twitter, @pontifex, criada em 2012 por Bento XVI, mas usada principalmente por Francisco, existe em nove idiomas e tem 50 milhões de seguidores. Já no Instagram, o perfil do falecido Papa tem mais de 10 milhões.

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Stéphanie Laporte afirma que os cardeais são “personagens absolutamente fascinantes que entraram para a cultura pop”, alimentando o entusiasmo do público. Ainda mais com obras como o livro “Anjos e Demônios”, de Dan Brown, adaptado para o cinema em 2009, ou mais recentemente o suspense “Conclave”, do alemão Edward Berger, um grande sucesso nos cinemas e nas plataformas de streaming.

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Com o apoio da Igreja, muitos cardeais também decidiram aparecer nas redes sociais e alguns se tornaram verdadeiras figuras na internet. Conheça agora alguns dos cardeais ‘influencers’.

Tarcisio Isao Kikuchi, arcebispo de Tóquio, costuma postar selfies para seus 2.900 seguidores no Instagram e 1.700 amigos no Facebook — entre elas, uma ao lado de colegas em um ônibus a caminho do túmulo do Papa Francisco.

Timothy Dolan, arcebispo de Nova York — com cerca de 300 mil seguidores no X e 55 mil no Instagram — costuma publicar vídeos mostrando sua rotina em Roma antes do conclave, mas sem revelar o conteúdo das discussões.

Conhecido por suas posições moderadas, o cardeal filipino Luis Antonio Tagle chamou atenção nas redes sociais com seus vídeos cantando karaokê. Ele reúne mais de 600 mil seguidores no Facebook.