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Diferente de 2017, Pentágono não se opõe a desfile militar em Washington, e críticos veem politização do Exército americano

BRCOM by BRCOM
maio 28, 2025
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Tanques Abrams do Exército dos EUA participando de um desfile militar em Varsóvia, em 2024 — Foto: Wojtek Radwanski / AFP

Em 2017, no primeiro mandato de Donald Trump, o Pentágono se opôs ao desejo do presidente de realizar um desfile militar em Washington, justificando que as forças armadas devem ficar fora da política. Agora, no segundo mandato de Trump, essa barreira desapareceu. No dia 14 de junho, haverá um desfile em comemoração aos 79 anos do presidente e ao aniversário do Exército dos Estados Unidos. Para críticos, este é um exemplo de como o republicano politizou os militares.

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O plano envolve uma cena tremenda no centro de Washington: 28 tanques M1A1 Abrams (de 70 toneladas cada, o mais pesado em serviço); 28 veículos blindados de transporte de pessoal Stryker; mais de 100 outros veículos; uma bomba B-25 da Segunda Guerra Mundial; 6.700 soldados; 50 helicópteros; 34 cavalos; duas mulas; e um cachorro.

Tanques Abrams do Exército dos EUA participando de um desfile militar em Varsóvia, em 2024 — Foto: Wojtek Radwanski / AFP

O Exército americano estima o custo entre US$ 25 milhões e US$ 45 milhões (mais de R$ 250 milhões na cotação atual). Porém, esse valor pode ser maior, já que o Exército prometeu consertar as ruas da capital danificadas pelo desfile, além dos custos de limpeza e policiamento. Embora US$ 45 milhões sejam uma pequena fração do orçamento proposto pelo Pentágono, de US$ 1,01 trilhão (cerca de R$ 6 trilhões) para o ano fiscal de 2026, o valor será gasto em um momento que o governo busca cortar verbas para educação, saúde e assistência pública.

— É muito dinheiro — reconheceu o porta-voz do Exército, Steve Warren. — Mas acho que essa quantia é insignificante diante dos 250 anos de serviço e sacrifício do Exército dos EUA.

O Exército, por sua vez, não está chamando o evento de desfile de aniversário de Trump — é o desfile de aniversário do Exército, que foi oficialmente formado em 14 de junho de 1775. Mas, de fato, também é a data do aniversário do presidente.

Em 1975, quando as cicatrizes da Guerra do Vietnã ainda estavam abertas, não houve um grande desfile em Washington para comemorar os 200 anos do Exército americano. Embora celebrações menores fossem realizadas em bases do Exército, poucas pessoas estavam dispostas a glorificar os militares, principalmente após o tiroteio em Kent State, conhecido como o “massacre de Kent” — onde quatro estudantes desarmados morreram e nove ficaram feridos depois que a Guarda Nacional de Ohio abriu fogo contra eles, no dia 4 de maio de 1970. Além disso, o país se preparava para grandes celebrações do bicentenário no ano seguinte.

O senador Jack Reed, principal democrata no Comitê de Serviços Armados, disse que se as coisas fossem ser igualmente discretas desta vez, a cidade de Fort Myer, na Virgínia, poderia ser um local ideal, “onde a Velha Guarda poderia marchar com alguns veteranos.

— Mas isso é Trump — acrescentou o senador. — É consistente com muito do que ele está fazendo.

Autoridades do Exército dizem que o desfile passará em frente ao mirante de Trump, perto da Casa Branca, como parte de uma grande festa no National Mall. Haverá tropas marchando e, após o desfile, os solados ficarão alojados em prédios governamentais. Oficiais, inclusive, querem equipar algumas tropas com uniformes de guerras antigas, como a de 1812 ou a Guerra Hispano-Americana.

Por mais de dois anos, o Exército americano vem planejando aspectos nacionais, globais e até interestelares da celebração — um astronauta do Exército na Estação Espacial Internacional ligará, afirmou Warren. Mas essas celebrações planejadas se concentravam em festivais, corridas divertidas, bandas militares e coisas do tipo. Contudo, segundo oficiais do Exército, em algum momento deste ano, um desfile militar em Washington apareceu nos planos.

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Autoridades afirmam que não há planos, por ora, para cantar “Parabéns a Você” para Donald Trump ou para o Exército durante o desfile. Um plano, no entanto, prevê que paraquedistas pousem durante as festividades e entreguem uma bandeira a Trump.

Plano prevê que paraquedistas pousem durante o desfile e entreguem uma bandeira a Trump — Foto: Pete Marovich / The New York Times
Plano prevê que paraquedistas pousem durante o desfile e entreguem uma bandeira a Trump — Foto: Pete Marovich / The New York Times

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  • O desejo de Trump em 2017
      • Diferente de 2017, Pentágono não se opõe a desfile militar em Washington, e críticos veem politização do Exército americano

O desejo de Trump em 2017

Em 2017, durante seu primeiro mandato, o republicano assistiu ao desfile do Dia da Bastilha em Paris com o presidente francês, Emmanuel Macron, e voltou para casa querendo o seu próprio. Mas o Pentágono, na época, o ignorou.

Jim Mattis, o então secretário de Defesa, disse que “preferia engolir ácido”, de acordo com “Holding the Line”, um livro de Guy Snodgrass, ex-redator de discursos do secretário.

— Todos nós neste país temos consciência do carinho e respeito do presidente pelas Forças Armadas — disse Mattis. — Estamos reunindo algumas opções e vamos enviá-las à Casa Branca para decisão.

O general Paul J. Selva, então vice-presidente do Estado-Maior Conjunto, disse a Trump durante uma reunião no Pentágono que desfiles militares eram “o que ditadores fazem”, de acordo com “The Divider”, de Peter Baker, repórter do New York Times, e Susan Glasser.

Após a saída de Mattis, Trump voltou a abordar a ideia. O sucessor de Mattis, Mark T. Esper, respondeu com um “desfile aéreo” como parte das comemorações do 4 de julho de 2020. Uma série de caças e outros aviões de guerra sobrevoaram a Costa Leste sobre cidades que desempenharam papéis na Revolução Americana, incluindo Boston, Nova York e Filadélfia.

Autoridades do primeiro Departamento de Defesa de Trump resistiram à sugestão do desfile, porque viam isso como colocar os militares no meio da política, algo que o Pentágono historicamente tem relutado em fazer.

Mas, agora, Trump tem o secretário de Defesa Pete Hegseth e líderes militares, que têm se mostrado mais dispostos a colocar suas reflexões em ação.

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— Isso levanta a questão: “Os militares dos EUA estão celebrando Trump?” — ponderou Risa Brooks, professora associada de ciência política na Universidade Marquette. — Ter tanques circulando pelas ruas da capital não parece algo consistente com a tradição de um Exército profissional e altamente capacitado. Parece, em vez disso, um Exército politizado e voltado para dentro, com foco em adversários internos em vez de externos.

Houve grandes desfiles militares americanos no passado, mas o último foi há quase 35 anos, para comemorar o fim da primeira Guerra do Golfo. Tradicionalmente, os desfiles militares nos Estados Unidos acompanham o fim de grandes conflitos, como a Guerra Civil e as duas Guerras Mundiais.

Também houve desfiles militares durante três posses presidenciais na Guerra Fria. Além disso, festividades em pequenas cidades também celebram os militares com alguns veículos blindados e tropas.

— Na verdade, não vejo problema em um desfile militar — defendeu Kori Schake, ex-oficial de defesa do governo George W. Bush, que dirige estudos de política externa e de segurança no American Enterprise Institute. — Mais americanos precisam ver as tropas que servem ao país. Se ver nossos compatriotas americanos uniformizados incentiva o conhecimento e a conexão pública, ou inspira o voluntariado, será benéfico.

No fim das contas, de acordo com Peter Feaver, professor de ciência política na Universidade Duke, “os militares não morrerão nesta colina, mesmo que não gostem”.

— A equipe 2.0 de Trump é melhor em dar ao presidente o que ele quer, seja ou não o melhor a longo prazo — afirmou Feaver.

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