A cidade de Arraial do Cabo teve um show especial na manhã deste domingo (13/7). Um grupo de dez baleias jubarte passou pela costa da Praia Grande e encantou banhistas, visitantes e admiradores, que costumam observar os animais do Mirante do Pontal do Atalaia com lunetas.
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Nesta época do ano, estes animais estão em rota migratória e costumam aparecer nos mares da Região dos Lagos. Segundo a ONG Instituto Baleia Jubarte (IBJ), Arraial do Cabo é um dos melhores lugares para o avistamento destes animais no Brasil.
— O mês de julho é o período em que mais passam baleias aqui em Arraial. É uma média de 30 grupos por dia. Temos duas lunetas e marcamos as coordenadas geográficas, para monitorarmos a trajetória migratória delas. Estamos fabricando mais 20 lunetas para serem instaladas em pontos de observação, sendo 10 acessíveis (para pessoas com deficiência) — explica Ronnie Plácido, presidente da Fundação de Meio Ambiente e Tecnologia de Arraial do Cabo (FUNTEC), que conduz o projeto Mar de Baleias, que faz o monitoramento de cetáceos na região.
Dez baleias jubartes são vistas no mar de Praia Grande, em Arraial do Cabo
As baleias jubarte migram da época que vai dos meses de maio a meados de outubro e novembro, vindas da Antártida, para se reproduzirem no Nordeste, especialmente no arquipélago de Abrolhos, na Bahia.
— Arraial é um dos locais do percurso da migração das jubarte. É uma região com grande biodiversidade, frequentemente tem ressurgência, um fenômeno que leva águas frias e ricas em nutrientes para a superfície, o que proporciona a grande presença da fauna marinha. Além disso, as águas são claras devido a questões geológicas e oceanográficas, o que melhora a visualização desses animais — destaca Yasmin Daoualibi, médica veterinária do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP), pelo Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores (Maqua), da UERJ.
Uma baleia jubarte adulta pode chegar a pesar 30 toneladas e medir entre 13 e 16 metros de comprimento. Segundo Plácido, Arraial do Cabo já foi apontado como local de matança desses animais, nos anos 1970, mas hoje é reconhecido como região de preservação das jubarte.
— No Nordeste, elas buscam águas mais quentes e rasas para reprodução e se alimentam em águas mais frias, principalmente na Antártida, de krills (pequenos crustáceos) e cardumes de peixes. Elas ainda podem ficar um período sem se alimentar na época da migração — completa Daoualibi.
