A Rua Marquês de Abrantes, uma das principais do Flamengo, volta a ser alvo de reclamações por parte dos moradores. A concentração de pessoas em situação de rua no trecho próximo ao número 177 reacendeu preocupações antigas sobre segurança e saúde pública. Segundo as denúncias, o local vem se transformando, mais uma vez, em ponto de uso — e possivelmente de venda — de drogas, e há relatos de episódios de intimidação e agressividade.
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De acordo com os moradores, o problema começou a se intensificar em março, a partir da permanência de um homem no local que, com o tempo, passou a atrair outros. Desde então, o grupo vem crescendo e, em dias de chuva, aumenta. Além do acúmulo de lixo e fezes, vizinhos afirmam que os integrantes têm objetos cortantes e que seus cães já atacaram pedestres.
— Nós, moradores, nos encontramos amedrontados e impotentes — diz uma moradora que preferiu não se identificar.
Em dezembro do ano passado, O GLOBO já havia noticiado a mesma situação na Marquês de Abrantes, com queixas semelhantes: presença constante de barracas, odor de fezes e urina e receio de que o local estivesse sendo usado para tráfico de drogas. Na época da reportagem, a atuação de diferentes órgãos públicos levou à dispersão do grupo que estava no local.
O problema recomeçou, porém, três meses depois, dizem os moradores. Eles contam que, apesar das diversas denúncias feitas à Prefeitura e à Polícia Militar, nenhuma providência efetiva foi tomada.
— O prefeito e o governo do estado estão totalmente displicentes com essa região, embora tenhamos muitas reclamações formais registradas. A prefeitura se isenta dizendo que é questão de segurança pública, portanto uma responsabilidade do Estado, e o Estado diz que só pode agir em flagrante. Em uma das madrugadas desse movimento suspeito, eu cheguei a ligar para o 190, que não compareceu para verificar — reclama a moradora.
Os vizinhos também criticam a manutenção de vasos grandes na calçada por um condomínio, o que, segundo eles, contribui para a permanência do grupo no local, ao servirem de abrigo e esconderijo.
— Esse é o ponto mais crítico. Eles residem ali. Um dos homens é agressivo com mulheres e idosos. Estamos em risco e invadidos em nosso patrimônio e segurança física — diz um morador.
Em nota, a Secretaria municipal de Assistência Social informou que toda a extensão da Rua Marquês de Abrantes é alvo de abordagens regulares. Já a Polícia Militar declarou que o 2º BPM (Botafogo) atua na região com rondas frequentes, inclusive em ações conjuntas com a Secretaria municipal de Ordem Pública.
