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Aos 92 anos, Kim Novak, estrela de ‘Um corpo que cai’, será homenageada no Festival de Cinema de Veneza

BRCOM by BRCOM
agosto 27, 2025
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Kim Novak e James Stewart em cena do filme "Um corpo que cai", de Alfred Hitchcock (1958) — Foto: Divulgação

A atriz Kim Novak, de 92 anos, que entrou pra história do cinema por seu papel em “Um corpo que cai”, obra-prima de Alfred Hitchcock de 1958, vai receber o Leão de Ouro pelo Conjunto da Obra em 1º de setembro, no 82º Festival Internacional de Cinema de Veneza. Durante a premiação, que acontece desta quarta-feira (27) até 6 de setembro, também será lançado um documentário sobre sua vida, “Kim Novak’s Vertigo”.

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Ela também será interpretada por Sydney Sweeney em “Scandalous”, novo filme dirigido por Colman Domingo sobre seu romance inter-racial com Sammy Davis Jr., vivido por David Jonsson.

Kim Novak e James Stewart em cena do filme “Um corpo que cai”, de Alfred Hitchcock (1958) — Foto: Divulgação

Os dois filmes e o prêmio iminente levaram Novak a relembrar sua era turbulenta em Hollywood. Com praticamente nenhum treinamento em atuação, ela assinou contrato com a Columbia Pictures aos 21 anos e, pouco depois, já era uma das maiores estrelas do cinema.

Mas Novak, que dedicou a maior parte de sua vida adulta a ser artista plástica — sua primeira paixão — e a resgatar animais, não tem arrependimentos por ter deixado tudo para trás.

— Quando saí de Hollywood, não foi como se eu tivesse simplesmente encerrado minha vida — diz. — De repente, eu estava livre para expressar tudo na tela e não precisar ser a tela.

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Em uma recente entrevista por telefone de sua casa no estado americano do Oregon, ela falou abertamente sobre seu passado e presente, e suas escolhas.

— Sou uma pessoa muito independente, que precisa se expressar do meu jeito, no meu tempo — conta. — Estou disposta a me comprometer, mas não estou disposta a ser alguém que não sou.

Esse espírito de integridade e desafio pode ter sido o que levou os executivos do Festival de Cinema de Veneza a homenageá-la este ano.

Kim Novak durante premiação na 66ª edição do Festival de Cannes — Foto: Alberto Pizzoli / AFP
Kim Novak durante premiação na 66ª edição do Festival de Cannes — Foto: Alberto Pizzoli / AFP

“Este Leão de Ouro pelo Conjunto da Obra celebra o legado de Kim Novak, mas também sua natureza rebelde”, escreveu em um e-mail Alberto Barbera, diretor artístico do festival. “Como Marilyn Monroe, ela foi uma criatura do antigo sistema de estúdios, que moldava ambas como objetos puros de sedução. Mas, ao contrário de Marilyn, Kim reagiu, recusando a prisão dourada. Marilyn acabou vítima de seu próprio sucesso, enquanto Kim se afastou a tempo, recolhendo-se à vida privada.”

Nascida Marilyn Pauline Novak em 13 de fevereiro de 1933, em Chicago, ela recebeu duas vezes ofertas de bolsas de estudo no Art Institute of Chicago antes de aceitar um emprego de verão como modelo, após o ensino médio, promovendo geladeiras Thor — foi apelidada de “Miss Deepfreeze” — e viajou a Los Angeles com uma amiga que queria mais trabalhos como modelo. Novak foi escalada como modelo no filme “Um Romance em Paris”, de 1953, e logo descoberta por um caça-talentos, assinando contrato com a Columbia Pictures.

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Harry Cohn, chefe do estúdio, cujo comportamento controlador era bem documentado, tentou dominar toda a sua persona, mas Novak lutou por papéis melhores — e conseguiu — ao contrário de muitas símbolos sexuais da época. Ela mostrou talento dramático em “Férias de Amor” e “O homem do braço de ouro”, cantou “My Funny Valentine” em “Meus dois carinhos” e conseguiu o papel principal feminino em “Um corpo que cai” (após Vera Miles, primeira opção de Hitchcock, engravidar).

Depois que Cohn morreu subitamente em 1958, no auge da fama de Novak, o estúdio ofereceu a ela roteiros inferiores, afirma a atriz, e aquilo foi o começo do fim. Apesar de fazer mais alguns filmes de qualidade, como “Sortilégio do amor” e “Noite sem fim”, Novak começou a se sentir sufocada.

— Quando ele faleceu, ninguém sabia como controlar o estúdio, então ninguém saía para comprar roteiros — revela Novak — Harry Cohn fazia tudo isso.

Durante almoço no restaurante do jornal, o colunista Ibrahim Sued mostra um exemplar do GLOBO a Kim Novak — Foto: Acervo O GLOBO
Durante almoço no restaurante do jornal, o colunista Ibrahim Sued mostra um exemplar do GLOBO a Kim Novak — Foto: Acervo O GLOBO

Em 1966, depois que um deslizamento de terra destruiu sua casa em Los Angeles, Novak mudou-se para a costa central da Califórnia, primeiro para Big Sur e depois para Carmel. Fez alguns filmes depois disso e ocasionalmente concedeu entrevistas, mas permaneceu em grande parte longe dos olhos do público, mudando-se para um rancho no Oregon no início dos anos 2000. Foi casada brevemente com o ator britânico Richard Johnson nos anos 1960 e depois com Robert Malloy, veterinário, por 44 anos, até sua morte em 2020.

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“Um corpo que cai” não foi um grande sucesso em seu lançamento inicial. Com o tempo, passou a ser considerado, em algumas avaliações, o maior filme de todos os tempos. Para Alexandre O. Philippe, diretor de “Kim Novak’s Vertigo”, sua obsessão de longa data com “Um corpo que cai” inicialmente o levou a querer fazer um filme sobre a cena final na torre. Em vez disso, ele decidiu documentar a vida de Novak, mas com ênfase em seu papel mais emblemático.

— Acho que existe uma vulnerabilidade inerente a Kim que se revelou em ‘Um corpo que cai’ de forma absolutamente perfeita, e os deuses do cinema a colocaram nesse caminho — disse ele em uma recente entrevista por vídeo. — Ela também fala de maneira muito aberta em meu filme sobre como é vulnerável. Greta Garbo, que também era extremamente vulnerável, era seu ídolo. Acho que há vidas realmente paralelas entre as duas.

Kim Novak no filme'Sortilégio do amor', de 1958 — Foto: Divulgação/Sony
Kim Novak no filme ‘Sortilégio do amor’, de 1958 — Foto: Divulgação/Sony

Apesar de viver uma vida bastante isolada, Novak concordou em começar as filmagens no dia seguinte a conhecê-lo. Philippe a encontrou em um momento em que ela estava pronta e capaz de olhar para o passado “de uma perspectiva diferente”.

— Com este documentário, consegui liberar muitos sentimentos, e havia coisas que precisavam sair e ser ditas — explica Novak — Senti que era uma oportunidade de documentar minha vida, e estava enfrentando muitos fantasmas do meu passado.

Após Veneza, o filme seguirá para o Festival de Cinema Americano de Deauville, na França, no início de setembro, ao qual ela também comparecerá para receber outro prêmio pelo conjunto da obra.

A viagem europeia incluirá o primeiro retorno de Novak a Veneza desde um romance relâmpago com o playboy italiano Mario Bandini no fim da década de 1950, quando estava em Roma para promover um de seus filmes (ela confessou não se lembrar qual filme ou em que ano).

— Foi minha primeira viagem ao exterior, e ele me conquistou — lembra Novak — Fomos juntos a Veneza, e eu não queria ir embora. O estúdio teve que mandar alguém para me trazer de volta. Bem, você sabe, o sotaque e tudo aquilo, me pegaram de surpresa.

Esta segunda viagem a La Serenissima será mais reflexiva, diz ela.

— Se não fosse por esta homenagem, eu não estaria viajando à Itália nesta fase da minha vida — diz — Mas é como se uma porta estivesse se abrindo sozinha sem que eu sequer a tocasse, e eu simplesmente tenho que ir e ver o que há por trás dela.

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