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O que representa a cultura sueca? Ikea? Sim. Abba? Dessa vez, não

BRCOM by BRCOM
setembro 9, 2025
in News
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O grupo sueco ABBA — Foto: Divulgação

Quais são as 100 coisas que definem inequivocamente a cultura sueca? Móveis embalados da Ikea? Claro. “Pippi Meialonga”? De fato. Os filmes marcantes de Ingmar Bergman? Com ​​certeza. Abba e almôndegas? Aparentemente não.

Esta semana, o governo sueco publicou o primeiro Cânone Cultural do país, um documento que lista 100 obras artísticas e fenômenos sociais, políticos e econômicos que, segundo um painel de acadêmicos, autores e historiadores, desempenharam um papel fundamental na formação da cultura do país.

A ideia de criar tal cânone, um projeto do partido de direita Democratas Suecos, dividiu o mundo cultural do país. Os defensores consideram uma simples tentativa de fomentar o orgulho cívico e ajudar os recém-chegados a se integrarem à sociedade. Mas os detratores, incluindo um especialista que deixou o comitê, veem isso como um esforço para criar uma visão limitada da identidade sueca que exclui minorias ou a vida contemporânea.

No entanto, desde sua publicação na terça-feira, o debate na Suécia se concentrou menos nas ramificações políticas da lista e mais no que foi — e não foi — incluído.

Entre as 100 entradas estão filmes (“O Sétimo Selo”, de Ingmar Bergman), livros (“Pippi Meialonga”, de Astrid Lindgren) e pinturas (“Pinturas para o Templo”, de Hilma af Klint), além de invenções (o rolamento com esferas, os Prêmios Nobel, a licença-paternidade), partes essenciais da história econômica da Suécia (antigas minas de cobre) e leis antigas (incluindo a tributação separada dos cônjuges).

Björn Wiman, editor de cultura do jornal Dagens Nyheter, diz que riu ao ver a lista pela primeira vez. “Há pinturas do século XVII e poesias do século XVI combinadas com fenômenos modernos como a licença-paternidade. É um pouco ridículo, na verdade.” Entre as omissões notáveis, acrescenta, está a música do Abba. “Quer dizer, é ridículo não tê-los na lista, certo?”

A organização afirma que o Abba não foi incluído na lista porque as “contribuições mais duradouras” do grupo pop para a cultura sueca ocorreram após 1975, data limite do projeto a fim de destacar apenas coisas que perduraram. O Abba recusou um pedido de entrevista.

O grupo sueco ABBA — Foto: Divulgação

A exclusão da banda não é o único aspecto da lista que causa polêmica. Leif Mannerström, um renomado chef, criticou a ausência de contribuições da Suécia para a culinária global, incluindo almôndegas e arenque. Observadores também levantaram suspeitas com a inclusão do caça sueco Saab Viggen.

Kerstin Bergea, presidente da Sociedade Sueca de Paz e Arbitragem, uma organização antiguerra fundada em 1883, disse em uma entrevista que a inclusão da aeronave em um cânone cultural “era algo que um Estado autoritário faria” e não condizia com a Suécia.

O governo de coalizão da Suécia lançou a iniciativa em 2023 como parte de um acordo para garantir o apoio do Partido Democrata Sueco. Alexander Christiansson, porta-voz cultural do Partido Democrata Sueco, disse em uma entrevista que estava satisfeito com a lista final, especialmente por destacar invenções e leis que normalmente não seriam encontradas em um cânone cultural.

“Isso mostra como a Suécia foi construída”, disse ele.

Ele argumentou que os detratores que disseram que o cânone excluía minorias estavam falando “bobagens” e que o crescimento do multiculturalismo havia minado a cultura sueca.

Lars Trägårdh, o historiador nomeado pelo governo para liderar o projeto, disse em uma entrevista que os membros da equipe de especialistas foram mantidos “à distância” do governo — e até dele mesmo — para que as escolhas para as 100 obras de arte e fenômenos “não fossem contaminadas pela política”.

Várias das escolhas do cânone eram leis instituídas “muito antes de existir sequer a ideia de direita ou esquerda na política”, acrescentou.

Ainda assim, Wiman afirmou que a alardeada propaganda da lista por parlamentares de direita demonstrava que se tratava de um projeto político. Debater o que constitui a cultura sueca era importante, disse ele, mas seria melhor combinar a iniciativa com “uma ambição política séria de aumentar os gastos com cultura e educação”.

Para compilar a lista, o projeto teve duas vertentes: o cânone foi decidido pelo painel acadêmico e, em seguida, um cânone popular, consistindo em submissões a um website.

O website recebeu mais de 9.500 submissões, muitas delas mais refletindo os gostos contemporâneos e um país em que cerca de um quinto da população nasceu no exterior. Ao contrário da alardeada propaganda do cânone sobre poesia, prosa e monumentos cristãos, as muitas sugestões do público incluíam pizza de kebab, músicas de rap e a Igreja de Satã da Suécia.

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