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Em 2010, quando trabalhava no 69º Distrito Policial, na Cohab Teotônio Vilela, Fontes escapou de um plano de assassinato elaborado por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Dois homens foram presos em frente à delegacia com um fuzil, prontos para executar o delegado, que havia acabado de deixar a Delegacia de Roubo a Bancos, do Deic.
Dois anos depois, em 2012, o ex-delegado-geral foi abordado por dois homens armados na Via Anchieta, no ABC Paulista. Houve troca de tiros, e um dos suspeitos morreu. Fontes estava acompanhado de uma investigadora, que foi baleada no pescoço. Ela passou por cirurgia e ficou internada por 45 dias.
Ex-delegado geral da Polícia Civil de São Paulo é executado
Em 2020, já como figura conhecida no combate ao crime organizado, Fontes sofreu uma emboscada no bairro do Ipiranga, na capital. Ele reagiu e chegou a balear um dos assaltantes, que conseguiu fugir.
O GLOBO também apurou que, além de uma ameaça de morte mais antiga, Fontes foi citado por criminosos do PCC na mesma ocasião em que a facção jurou de morte o ex-juiz e senador Sérgio Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo. O nome de Fontes, entretanto, não se tornou público. Ele foi avisado pessoalmente que era um dos alvos, mas a informação ficou apenas no âmbito da inteligência do MP. O plano de execução foi descoberto pela Polícia Federal, que deflagrou uma operação para desmobilizar o crime em março de 2023.
O ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes atuava como secretário de Administração de Praia Grande, no litoral paulista. Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, ele atuou como delegado por mais de 40 anos e chegou a dirigir o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).
Fontes teve passagens por diversas delegacias especializadas e participou de cursos no Brasil, na França e no Canadá. Ele iniciou a carreira como delegado de Polícia Titular da Delegacia de Polícia do Município de Taguaí e trabalhou no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
A equipe de Fontes indiciou os principais líderes do Primeiro Comando Capital (PCC) no início dos anos 2000 por formação de quadrilha. Ele foi uma das autoridades mais atuantes diante da facção criminosa e de seu chefe Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. O então delegado passou a ser referido como inimigo número 1 dos contraventores e alvo de planos de execução
Nomeado pelo então governador João Doria, Fontes assumiu a função de delegado-geral da Polícia Civil de 2019 a 2022. Desde 2023, trabalhava na prefeitura de Praia Grande.
Durante a carreira, o ex-delegado fez pós-graduação em Direito Civil e atuou como professor de Criminologia e Direito Processual Penal.