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especialistas falam do medo do futuro cada vez mais presente nessa faixa etária

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setembro 19, 2025
in News
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Madu Cerca, de 25 anos, definiu um prazo de dez anos para "resolver tuda a sua vida" — Foto: Leo Martins / Agencia O Globo

Insegurança, sensação de estagnação, deslocamento social e medo do futuro. Todos esses são sentimentos conhecidos entre os jovens com a “crise dos 20 anos”. Amplamente debatida nas redes sociais, criadores de conteúdo voltados para essa faixa etária a descrevem como a “infância da vida adulta”.

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Ainda não existe um termo formal e protocolado para essa fase, mas especialistas entrevistados pelo GLOBO a relacionam com outras crises etárias, como a famosa crise da meia-idade. O conceito de “adultez emergente” também é utilizado para definir esse período da vida.

— O termo surge para simbolizar os receios da geração atual em relação ao futuro. Em muitos casos, a cobrança da sociedade, ao exigir novas responsabilidades, gera um conflito de interesses nos jovens. — afirma Matheus Karounis, doutor em psicologia clínica e professor da PUC-Rio.

Dados de um estudo da Kantar Ibope Media revelam que o número de jovens que saem de casa depois dos 25 anos aumentou em 137% em relação a 2022. No âmbito acadêmico, pessoas de 20 a 34 anos passaram a investir com mais frequência em universidades, com alta de 69%.

Os resultados da pesquisa demonstram a diferença monetária em comparação às gerações anteriores. O professor destaca que a maioria dos jovens, que observam seus parentes trabalharem muito e receberem pouco, não concordam que essa deva ser a vida adulta.

— A geração anterior diz: “Na minha época eu tinha cinco empregos”. E a nova geração pensa: “Eu não quero, acho que não precisa disso”. Então, não é só a questão econômica, mas também social e psicossocial — destaca.

As diferenças geracionais podem causar estranhamento e até levantar dúvidas sobre a veracidade dos sentimentos dos mais jovens. Em vídeos nas redes sociais, é comum que os mais velhos façam piadas com as atitudes das gerações Z e Alfa.

Para o psicólogo Matheus, comportamentos e sentimentos muitas vezes vistos como traços de homens e mulheres “mimados” pelas gerações anteriores precisam ser validados.

— Essas pessoas acabam acreditando que a nova geração “não quer nada com nada”. Como consequência, quem enfrenta a crise não se sente escutado. Muitos acabam entrando em depressão por não conseguirem ingressar no mercado de trabalho ou por lidarem com ambientes pouco acolhedores, que para gerações mais antigas seriam considerados normais — diz.

Há também uma explicação fisiológica para o fenômeno. Aos 20 anos, o cérebro ainda está em processo de amadurecimento, sobretudo na região responsável pela capacidade de planejamento e controle emocional.

Outra grande influência nessa postura é a forma como os jovens foram criados, afirmam os especialistas. As gerações anteriores assumiam mais responsabilidades desde cedo de forma geral, o que fortalecia funções executivas.

A troca de experiências por meio de vídeos e comentários nas redes sociais é frequente. Em seu canal no YouTube, o neuropsicólogo Pedro Lucas aconselha jovens a lidar melhor com os sentimentos vividos durante a “crise”.

Ele destaca que um ponto relevante a ser debatido é o impacto das redes sociais como fator de comparação.

— A crise sempre existiu, mas o advento das redes sociais acabou potencializando. Antes, os jovens tinham menos parâmetros de comparação. Agora, você se compara com pessoas com quem nunca teve nenhum vínculo — afirma.

A orientação, de acordo com Pedro, é ao menos diminuir bastante o consumo. Além disso, é importante começar a olhar com mais carinho para a própria vida e começar um processo de autoconhecimento na terapia.

De acordo com os especialistas, os níveis de cobrança consigo mesmo podem variar de acordo com a criação recebida na infância, já que muito do que aprendemos é constituído nesta fase. Madu Cerca, analista de eventos de 25 anos, relaciona esse fator à sua crise na vida adulta.

A jovem conta que passou a sentir medo do futuro aos 20 anos — e o sentimento permanece até hoje. Na época, estabeleceu para si mesma o prazo de apenas dez anos para “arrumar toda a sua vida”.

— Parece que depois dos 30 anos a possibilidade de conquistar algo novo acaba. Se errar depois dos 30, “perdeu tempo”. Mas, na real, é só uma convenção. Você pode começar quando quiser. Melhor começar aos 30 algo que você realmente quer, do que chegar lá frustrado — afirma.

Madu Cerca, de 25 anos, definiu um prazo de dez anos para “resolver tuda a sua vida” — Foto: Leo Martins / Agencia O Globo

Matheus Karounis explica que essas metas estão ligadas à expectativa de vida. Segundo o psicólogo, antigamente a terceira idade era vista como “o fim da vida”, e, por isso, os 30 anos passaram a ser considerados “o ápice”.

Com a consciência que tem hoje, Madu reconhece que já chegou a julgar colegas de faculdade com mais de 30 anos, mas agora vê a situação de outra forma. Ela também destaca a situação econômica do país e o uso constante das redes sociais, que intensificam a comparação com os outros.

— Aos 30, um está se casando, outro está tendo filhos. Eu vou ficar para trás? Vou ter filhos depois dos 30? Vou estar velha? É impossível não se comparar. Em um minuto, você pode ver 20 perfis diferentes, 20 vidas distintas — diz.

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Possibilidade de crescimento

Pode ser difícil sair da “crise dos 20”, mas é possível aprender com ela. Especialistas destacam a fase como oportunidade de crescimento e um ponto positivo para o autoconhecimento.

— Quem atravessa essa fase sem recorrer a atalhos, encarando os desafios pelo próprio esforço e evitando comparações com os outros, tende a se tornar um adulto mais equilibrado e saudável, por volta dos 30 ou 40 anos — conclui Pedro Lucas.

*Estagiária sob supervisão de Constança Tatsch.

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