O dançarino Gugu Hawaiano, do grupo de funk Os Hawaianos, foi detido e conduzido à delegacia durante uma operação de policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) na Cidade de Deus, na Zona Sudoeste do Rio. De acordo com a Polícia Civil, ele foi ouvido e liberado em seguida. Amigos e parentes dizem que ele foi agredido pelos agentes.
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Veja momento em que Gugu Hawaiano é levado pela polícia
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra Gugu algemado e com o rosto ferido e ensanguentado, enquanto é puxado pelo braço por um agente numa viela. Nas imagens, a esposa do dançarino aparece chorando. O registro mostra ainda a fachada de uma uisqueria da qual o artista seria dono dentro da comunidade.
“Olha o que eles fazem com o trabalhador. Isso é maior covardia. Seus covardes. Vocês só vêm aqui pra fazer covardia. Vocês esculacharam trabalhador”, revolta-se uma moradora.
Amigos se manifestaram nas redes sociais contra a condução de Gugu, como o coreógrafo e professor Jonas Emanuel, também integrante do grupo.
“Eu trabalho com ele. Ele não é traficante. É artista da dança e tem uma uisqueria dentro da comunidade. Os policiais entraram, bateram no amigo na frente da família. Desfiguraram o rosto do cara, que trabalha com a imagem. Tudo isso na frente da família. Pra quê? Tô muito triste”, lamentou.

Gugu Hawaiano dança hit do grupo Os Hawainos
Criado na Cidade de Deus, o grupo os Hawaianos fiz sucesso no cenário do funk carioca nos anos 2000, sobretudo por suas apresentações promovidas pela produtora e gravadora Furacão 2000. O coletivo ficou sem atividade por mais de uma década, mas voltou em 2022, emplacando o hit “Desenrola, bate, joga de ladin”.
Policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) realizaram uma operação, na tarde desta sexta-feira (19), na Cidade de Deus. O objetivo era capturar traficantes envolvidos no homicídio do agente José Antônio Lourenço, morto em maio durante uma operação da força de elite da Polícia Civil na mesma localidade. Um criminoso foi preso e um segundo atacou os agentes, foi ferido no confronto e acabou morto.
Helicópteros sobrevoaram a área e moradores relataram tiroteio. Uma das principais vias da região, a Rua Edgard Werneck chegou a ficar interditada por uma hora durante a tarde.
Durante a ação, os agentes apreenderam um fuzil, arma, explosivos e grande quantidade de drogas.
De acordo com a Polícia Civil, o criminoso morto, Mateus Inácio da Silva, o “MT”, era velho conhecido da polícia, com 17 anotações criminais, sete delas quando ainda era adolescente infrator. Ele era envolvido com tráfico de drogas, roubo, associação para o tráfico, homicídio, receptação e porte ilegal de arma de fogo. Depois de cumprir quatro medidas socioeducativas, o bandido foi preso em 2021, mas fugiu um ano depois. Ele estava foragido da Justiça desde dezembro de 2022.