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chamados para captura do animal aumentam 80% no Rio

BRCOM by BRCOM
setembro 22, 2025
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Proteção. O veterinário Douglas Marques e o agente Rafael Pereira, da prefeitura: orientação é não tocar no animal — Foto: Arquivo Pessoal

Cuidado, pode mesmo haver um morcego na porta principal, como sugere a canção “Gotham City” (1969) de Jards Macalé e Capinam. Se essa porta — ou uma janela — estiver aberta, nada impede que o mamífero alado entre sem ser convidado e ocupe aquele “quarto quase azul”, ou a sala, a cozinha e o banheiro. Desde o início do ano, a central 1746 da prefeitura do Rio já recebeu 507 chamados de todos os cantos da cidade para capturar morcegos. Quase dois por dia em média (1,95 para ser exato). O número representa um incremento de 80,42% em relação aos 281 acionamentos registrados no mesmo período do ano passado.

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— Não existe uma explicação direta e única para esse aumento. O que a gente percebe é uma maior vigilância da população, estimulada, muitas vezes, por notícias divulgadas pela mídia, principalmente quando são encontrados animais que testam positivo para raiva. O pessoal fica mais esperto e, quando encontra um morcego em casa ou mesmo na rua, aciona o nosso serviço — explica o veterinário Douglas Marques de Macedo, do Centro de Controle de Zoonoses Paulo Dacorso Filho (CCZ).

Na semana passada, dois morcegos recolhidos após abertura de chamado no 1746 — um no Maracanã e outro em Campo Grande — testaram positivo para raiva. No caso do bairro da Zona Norte, uma mulher encontrou o animal caído na rua e levou para casa com o objetivo de cuidar dele. Mesmo não tendo sido mordida ou arranhada pelo morcego, após a confirmação da presença do vírus ela foi encaminhada para iniciar o esquema vacinal e sorológico contra a doença, medida que sempre deve ser tomada da forma mais ágil possível.

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— Viu um morcego caído, encontrou um em casa, acione a central 1746 que nós iremos até o local. Não encoste no animal de jeito nenhum. É muito arriscado. Acuado, ele pode atacar. Se ele estiver caído, jogue uma caixa ou um balde em cima, para que ele seja capturado pela equipe de zoonoses — alerta Luiz Ramos Filho, secretário municipal de Proteção e Defesa dos Animais, pasta responsável pelo CCZ.

O aviso pode até parecer exagerado, afinal, quem estaria disposto a “brincar” com um morcego, não é verdade? Pois é, muita gente. Rafael Pereira, de 60 anos, é agente de saúde pública, funcionário do Ministério da Saúde cedido à prefeitura onde atua na captura desses animais. São 15 anos na função. Tempo suficiente para presenciar muitas histórias curiosas.

Proteção. O veterinário Douglas Marques e o agente Rafael Pereira, da prefeitura: orientação é não tocar no animal — Foto: Arquivo Pessoal

— Já vi quase tudo. Tem gente que encontra o morcego, acha bonitinho e quer tratar como animal de estimação, como se fosse um gato ou um cachorro. Colocam dentro de uma gaiola e chegam a dar nome e tudo. Encontrei uns que eram chamados de Richard, Bruce… — conta Rafael.

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A atividade rendeu ao profissional um apelido carinhoso dado pelo neto, que vive em Portugal:

— Quando ele tinha uns 4 anos começou a me chamar de Vovô Batman. Hoje ele já tem 8 anos e ainda me chama assim. Quando eu ligo, para saber qual é o avô que está falando ele sempre pergunta se é o Batman — diverte-se Rafael.

O crescimento no número de chamados para captura de morcegos salta aos olhos, mas está longe de ser motivo para pânico. Aliás, a melhor forma de lidar com esses animais é com calma e conhecimento. Criaturas envoltas em uma aura de mistério embalada em grande medida por histórias e mitos que povoam o imaginário popular, os morcegos quase sempre são, acredite, bons camaradas. Dependendo dos hábitos alimentares, desempenham funções essenciais para o equilíbrio ecológico: dispersam sementes; ajudam a controlar as populações de insetos, inclusive pragas e transmissores de doenças; e polinizam flores, garantindo a reprodução das plantas.

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A pesquisadora Luciana Costa explica que existem cerca de 1.500 espécies conhecidas em todo o mundo, das quais 188 já foram observadas no Brasil. Dessas, apenas 79 estão presentes no Rio. Na turma, há os que se alimentam de insetos, os que preferem frutas, néctar, pólen, pequenos animais, peixes e sim… sangue. São os chamados hematófagos, popularmente conhecidos como vampiros. Mas calma, são apenas três espécies — todas elas presentes em terras fluminenses, é verdade — com essa característica. Dessas, duas preferem aves e apenas uma tem especial gosto pelo sangue de mamíferos o que, potencialmente, coloca os seres humanos no menu.

Conselho. A pesquisadora Luciana Costa: nada de apavorar — Foto: Caio Salles/Divulgação
Conselho. A pesquisadora Luciana Costa: nada de apavorar — Foto: Caio Salles/Divulgação

— Não é comum que mordam pessoas. Mas, se um morcego entrar em casa, a primeira coisa é não se apavorar e não pegar no animal. Apagar as luzes e abrir portas ou janelas para que ele saia. Se não sair, ligar para o 1746. Se sair, é importante manter a rota que ele usou como entrada fechada nos dias seguintes porque ele pode voltar, aquele caminho fica na memória do animal — explica Luciana, pós-doutoranda voluntária no Laboratório de Ecologia de Mamíferos da Uerj.

De acordo com os especialistas, o percentual de morcegos infectados com o vírus da raiva não passa de 5%. Mas o cuidado se justifica dada a gravidade da doença.

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— Este ano já testamos mais de 400 morcegos e apenas 19, contando com os dois desta semana, tiveram resultado positivo. Destes, nenhum era hematófago — disse Fernando Ferreira, diretor Hospital Municipal Veterinário Jorge Vaitsman.

Em caso de suspeita de contágio humano, não custa lembrar, a ação deve ser rápida. É preciso procurar tratamento imediatamente. A Secretaria municipal de Saúde informa que a “vacinação antirrábica humana está disponível em várias unidades de Atenção Primária”. São 82 ao todo, em todas as regiões da cidade. Já o soro antirrábico é aplicado exclusivamente no Hospital municipal Rocha Maia, em Botafogo.

Bem mais comuns que os casos envolvendo morcegos são os chamados no 1746 para “controle de roedores e caramujos africanos”. De janeiro a meados de setembro foram 17.733 acionamentos, 11,87% a mais que no mesmo período de 2024. Quase todos são voltados à infestação por ratos. Para remoção de caramujos foram só 360 ligações de acordo com Bianca Quintaes, gerente do Centro de Pesquisa da Comlurb, onde funciona o Serviço de Combate a Vetores:

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— Locais com descarte inadequado de resíduos como valões, praias, quiosques e food trucks, são mais críticos. Restos de alimentos atraem os roedores. Manter sobras de comida em sacos bem fechados e retirar a ração de pets à noite são medidas importantes.

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