A senadora Elizabeth Warren, de Massachusetts, escreveu ao secretário do Tesouro, Scott Bessent, solicitando mais informações sobre o possível socorro à Argentina pelo governo de Donald Trump. Ontem, o secretário disse em post publicado no X (ex-Twitter) que seu país vai oferecer “todas as opções para a estabilização” da economia argentina.
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“É profundamente preocupante que o presidente pretenda usar fundos emergenciais significativos para inflar o valor da moeda de um governo estrangeiro e fortalecer seus mercados financeiros”, escreveu a principal democrata do Comitê Bancário do Senado na carta datada de segunda-feira.
Elizabeth Warren também afirmou que a relação do presidente Donald Trump com Javier Milei, presidente da Argentina, levantava “sérias preocupações” de que “o objetivo desse resgate é pessoal e político – e ocorre às custas do povo americano.”
Trump e Bessent devem se reunir com Milei à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, nesta terça-feira.
A Argentina é um “aliado sistemicamente importante dos EUA na América Latina”, e o Tesouro está pronto para “fazer o que for necessário” para apoiá-la, disse Bessent no post publicado na segunda-feira no X.
O secretário americano mencionou especificamente três opções potenciais do que esse apoio poderia incluir, entre elas “linhas de swap, compras diretas de moeda e aquisições de dívida pública denominada em dólares dos EUA a partir do Fundo de Estabilização Cambial do Tesouro.”
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As negociações ocorrem em um momento crítico tanto econômica quanto politicamente para Milei. Os argentinos irão às urnas em 26 de outubro, no teste eleitoral mais importante do presidente argentino desde que assumiu o cargo.
Investidores acompanham de perto o quanto o libertário conseguirá ampliar a presença de seu partido no Congresso para aprovar reformas mais favoráveis ao mercado e resistir aos esforços dos rivais para derrubar seus vetos legislativos.
A recente derrota do partido de Milei na eleição legislativa na província de Buenos Aires fortaleceu o partido de oposição, que agora está apenas quatro pontos percentuais atrás do dele em uma pesquisa realizada no início deste mês.
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A aprovação pessoal de Milei também caiu nos últimos meses, de acordo com o LatAm Pulse, uma pesquisa conduzida pela AtlasIntel para a Bloomberg News.
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“Eu entendo por que o presidente Milei, passando de crise em crise e incapaz de administrar de forma eficaz a economia argentina, quer que o povo americano financie um resgate”, escreveu a senadora Warren, acrescentando:
“Não entendo por que isso estaria no interesse dos Estados Unidos nem como seria estruturado de forma a garantir os melhores resultados para o povo argentino, em vez de para os investidores de fundos de hedge.”