Mais do que um carro, o Toyota Celica que ainda está na garagem de Zico é uma lembrança viva do maior título da história do Flamengo. Presenteado ao craque em 1981, após a vitória por 3 a 0 sobre o Liverpool na final do Mundial Interclubes, o veículo japonês resiste ao tempo como um troféu pessoal do eterno camisa 10 da Gávea — e, quatro décadas depois, segue intocável.
- Zico reencontra seu carro esportivo Miura da década de 1970 restaurado após 45 anos; veja fotos
- Fiat lança programa de assinatura com seis modelos de carros no Brasil; veja como funciona
Na época, os prêmios individuais oferecidos pela Toyota foram divididos com o elenco rubro-negro. Nunes, autor de dois gols na decisão, levou um Corolla de US$ 7 mil. Zico, eleito melhor em campo, ficou com o Celica, avaliado em US$ 8 mil.
Para manterem os carros, ambos pagaram as cotas dos companheiros, num gesto que reforçou a união de um grupo histórico.
— Foi um período gratificante e aquela conquista foi o final feliz. A gente veio de uma série de situações muito significativas na nossa história e na do clube até chegar ali — relembrou Zico em entrevista ao Extra em 2011.
— Já tive muitas propostas de colecionador, de torcedores. Só não vêm outras porque não tem a menor chance. Nem ouço. É um troféu que eu vou levar. Se tiver que tirar as rodas e botar no cavalete, não tem problema — afirmou o Galinho.
O caminho até trazer o carro ao Brasil, no entanto, não foi simples. À época, a legislação não permitia a importação. Zico lembra que precisou de apoio político para destravar a entrada do veículo.
— O Langoni, presidente do Banco Central, marcou encontro com o Dornelles, que era Ministro da Fazenda. O Ministro entendeu, entrou o carro com admissão temporária de um ano, mas precisava ter uma lei. Depois desse período, o Márcio Braga conseguiu a lei e o carro ficou em definitivo em 1983 — contou.
O ex-jogador Zico reencontrou no último sábado (20), no Rio de Janeiro, um carro que fez parte de sua vida no fim dos anos 1970: um Miura modelo 1979. O esportivo, que esteve com o camisa 10 por poucos meses, passou por vários donos, atravessou um período de decadência e agora ressurge totalmente restaurado. O encontro emocionou o ídolo do Flamengo, que autografou o veículo após 45 anos sem vê-lo.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/Z/I/voyRKAQDS9NB5NaJ1dVg/arte-90-.png)