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Rio Acari será beneficiado com empréstimo de R$ 882 milhões autorizado por vereadores do Rio para obras do PAC

BRCOM by BRCOM
setembro 24, 2025
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Rocinha. Comunidade será uma das beneficiadas com o retorno das obras do PAC — Foto: Fabiano Rocha

A bacia do Rio Acari, na Zona Norte, poderá receber intervenções para controle de enchentes a partir do ano que vem. Na terça-feira (23), a Câmara Municipal aprovou, em discussão final, a autorização para que a prefeitura contraia empréstimos no valor de R$ 882 milhões junto à Caixa Econômica Federal para a realização de obras, e um dos destinos é o curso d’água em questão. A prefeitura entrará com contrapartida de R$ 46,6 milhões. O empréstimo integra uma nova fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.

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O orçamento só para o Rio Acari, já com as contrapartidas, chega a R$ 368,4 milhões, dentro do programa Cidades Sustentáveis e Resilientes. Bastante assoreado, o rio transborda com frequência quando chove forte. Em um episódio mais recente, de janeiro de 2024, pelo menos 20 mil moradores de bairros como Acari, Vigário Geral, Irajá e Parque Colúmbia tiveram as casas tomadas pela água. Perderam documentos, móveis e outros bens.

De acordo com a prefeitura, as obras exigirão remoções e reassentamento de moradores de dezenas de casas à beira do Rio Acari. O total de unidades não foi divulgado. Segundo a Secretaria de Infraestrutura, já existe um projeto básico , que vai orientar as intervenções A licitação está prevista para o primeiro semestre de 2026, e a expectativa é que as obras comecem pelo Jardim América.

Rocinha. Comunidade será uma das beneficiadas com o retorno das obras do PAC — Foto: Fabiano Rocha

A Favela da Rocinha e o Complexo do Alemão também deverão voltar a receber investimentos de grande porte em infraestrutura após quase 13 anos.

No caso da Rocinha, já com a contrapartida, o aporte chegaria a R$ 350 milhões em três anos. Os projetos locais tomarão como base o Plano Diretor da Rocinha, concebido em 2008 pelo arquiteto Luiz Carlos Toledo, que começou a ser executado na gestão do ex-governador Sérgio Cabral. Em apresentação aos vereadores, a prefeitura detalhou alguns alvos de investimentos na comunidade, como saneamento, habitação e retomada das obras de planos inclinados cujas obras não terminaram na gestão Cabral, além de áreas de lazer.

— A gente tem uma proposta conceitual para apresentar à CEF. Formalizado o contrato, vamos nos reunir com os moradores para definir as prioridades. Há previsão de habitações populares e de saneamento, cujas obras serão realizadas de forma articulada com a concessionária Águas do Rio., que também executa obras no local. As intervenções pelo PAC devem começar no segundo semestre de 2026 — explicou secretário municipal de Infraestrutura, Wanderson Nogueira.

O acordo com o governo federal prevê que a prefeitura ganhe um ano de carência do empréstimo. Depois, terá 240 meses (20 anos) para quitar os financiamentos com a Caixa Econômica.

Abandono. Plano inclinado, que transportaria passageiros da parte baixa à parte alta da Rocinha, também facilitaria o trabalho de coleta de lixo: obras pararam em 2013 — Foto: Fabiano Rocha
Abandono. Plano inclinado, que transportaria passageiros da parte baixa à parte alta da Rocinha, também facilitaria o trabalho de coleta de lixo: obras pararam em 2013 — Foto: Fabiano Rocha

Rocinha e Alemão serão inseridos no Programa Periferia Viva, que, entre outras medidas, exige que sejam erguidas moradias populares. Na Rocinha , a apresentação prevê que sejam alcançadas pelo menos 200 famílias — lideranças comunitárias calculam que deveriam ser 300.

Esse contingente deixaria áreas de risco, principalmente becos cuja má circulação de ar facilita a propagação de doenças como a tuberculose. Também podem ser deslocados aqueles que moram em casas muito próximas, quase coladas, separadas apenas por talvegues, caminhos sinuosos do escoamento das águas de chuvas e nascentes de rios que, por isso mesmo , não são áreas edificáveis.

—Tive tuberculose três vezes desde que vim morar na Rocinha, em 1980. Passei a ter problemas de circulação e catarata. A tuberculose foi me enfraquecendo com o tempo. Em casa, tinha uma birosca que fechei porque não tenho mais condições de trabalhar— contou aposentado Francisco Manoel de Brito, de 71 anos, o Piauí, que mora sozinho numa casa da Rua 2, desde que a mulher morreu, em dezembro de 2024.

Condições insalubres. Jurandir Antônio, de 72 anos, vive ao lado de uma vala: em dias de chuva forte, diz ele, a água invade sua birosca e chega à altura do joelho — Foto: Fabiano Rocha
Condições insalubres. Jurandir Antônio, de 72 anos, vive ao lado de uma vala: em dias de chuva forte, diz ele, a água invade sua birosca e chega à altura do joelho — Foto: Fabiano Rocha

O medo da tuberculose também é constante para o desempregado Luiz José de Souza, de 53 anos o Ceará, há 20 na comunidade. Ele diz que tem dificuldades para respirar, mas teme ir à UPA e confirmar que está doente:

— Duas vizinhas minhas morreram disso há pouco tempo —contou Ceará.

Dono de uma birosca no térreo de uma casa localizada ao lado de um talvegue, o carpinteiro Jurandir Antônio Batista, de 72 anos, diz que, a cada chuva mais forte, teme que o talvegue transborde, com água contaminada por esgoto e lixo:

— Em temporais, é comum o talvegue ser entupido por lixo. Eu tenho que limpar. Mesmo assim muitas vezes a água chega ao joelho na birosca. Graças a Deus nunca fico doente.

O presidente da União Pró Melhoramentos da Rocinha, João Bosco Castro, diz que a comunidade vai reivindicar nas reuniões com a prefeitura que sejam priorizadas as obras de saneamento, com a eliminação de valões de esgoto, intervenções de drenagem e a construção de casas populares para reassentar aqueles quem vivem em áreas de risco, antes de qualquer outra intervenção.

— Na primeira fase do PAC houve uma retirada parcial daqueles que viviam nas área de risco. Mas os imóveis voltaram a ser ocupados por outras pessoas— contou João Bosco.

As marcas deixadas pelas obras incompletas de 2013 não se limitam à reocupação de áreas de risco. A mais visível é o esqueleto de um dos planos inclinados previstos no projeto de Toledo. Além de transportar moradores, o equipamento teria um compartimento à parte para que a Comlurb fizesse a retirada do lixo de áreas mais altas da comunidade.

A estrutura ligaria a Roupa Suja até o Cesário, no alto da comunidade. Há cabos sem uso e enferrujados, além de material de obra abandonado. Na Roupa Suja, o terreno onde ficaria a estação de desembarque, próximo à Lagoa-Barra, foi ocupado por uma academia construída na gestão do ex-prefeito Marcelo Crivella. Hoje o espaço é administrada pela associação, que oferece aulas de jiu-jitsu.

Luiz Carlos Toledo, o autor do plano diretor original, também acredita que na Rocinha habitação e saneamento devem ser prioridades:

— A execução total do plano diretor da Rocinha custa mais de R$ 2 bilhões. Não é algo que se termine em um governo, mas também é necessário ter vontade política para isso— disse ele.

No caso do Complexo do Alemão, as intervenções serão coordenadas pela Secretária municipal de Habitação (SMH) — na primeira versão do PAC, também foram tocadas pelo Governo do Estado. Incluída a contrapartida, a previsão é de R$ 210,5 milhões serem aplicados. Na apresentação aos vereadores, os técnicos da prefeitura informaram que parte do dinheiro será usada para construir 192 casas: o reassentamento de moradores, transferidos de áreas de risco, estava previsto na primeira fase do PAC, mas acabou não saindo do papel. Em nota, a SMH informou que os recursos solicitados à Caixa serão empregados nas seguintes comunidades: Capão-Nova Brasília; Travessa Laurinda-Morro do Alemão e Itararé. Também estão previstos a construção de um novo parque público, asfaltamento de ruas e de vias de acesso.

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