O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, rejeitado nesta quarta-feira pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, foi apresentado em 2021 pelo atual ministro do Turismo, Celso Sabino. Na época, a motivação foi a prisão de Daniel Silveira, aliado do então presidente Jair Bolsonaro, por vídeos com ofensas a ministros do Supremo Tribunal Federal.
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Sabino é um nome com influência no Centrão e é ligado ao ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O paraense já foi um importante aliado do também deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), teve rixa dentro do PSDB com o ex-governador de São Paulo João Doria e chegou a responder um processo de expulsão da legenda tucana antes de migrar para o União Brasil.
Agora, se aproximou do presidente do Lula e reluta deixar o governo mesmo com a determinação do União Brasil de que seus filiados desembarquem da Esplanada. Sabino pretende se candidatar ao Senado em 2026 com o apoio do petista. Ainda assim, há a previsão de que ele entregue o cargo ainda nesta semana.
No entanto, foi justamente a proximidade de Sabino com o ex-presidente Bolsonaro um dos pontos de tensão que o levaram a deixar o PSDB, em 2021. Quando ainda era filiado ao PSDB, o político era apontado por colegas tucanos como o principal articulador para que a legenda integrasse a base do governo de Jair Bolsonaro.
O anúncio feito por Sabino de que assumiria o cargo de líder da Maioria foi a gota d’água na relação. De acordo com o membros do PSDB, a decisão feria o estatuto de ética da legenda. Com isso, Sabino chegou a ser alvo de um processo de expulsão do partido, mas, em 2021, após os atritos com a direção, se desfiliou por conta própria.