A Coreia do Norte encontra-se na “fase final” do desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental capaz de alcançar os Estados Unidos com ogivas nucleares, afirmou nesta quinta-feira o presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, que está em Nova York para a Assembleia Geral da ONU.
Seul e seus aliados ocidentais não conseguiram deter o programa nuclear do Norte, que afirma que nunca o abandonará.
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Em meio a essas tensões, o exército sul-coreano disparou na manhã desta sexta-feira tiros de advertência contra um navio norte-coreano que entrou em suas águas.
– Seja para ganhar influência nas negociações com os Estados Unidos ou para garantir a sobrevivência de seu próprio regime, a Coreia do Norte continuou desenvolvendo mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) capazes de transportar bombas nucleares até os Estados Unidos – alertou Lee Jae-myung, durante uma visita à Bolsa de Valores de Nova York.
– Não parece que já tenha conseguido, mas diz-se que está na fase final, restando apenas resolver a tecnologia de reentrada — e parece que também vai alcançar isso – afirmou.
O presidente sul-coreano estimou que seu vizinho está produzindo material suficiente para abastecer “entre 15 e 20 bombas nucleares a cada ano”.
– Se não for controlado, o número de bombas nucleares continuará aumentando a cada ano, e seus mísseis balísticos intercontinentais se tornarão cada vez mais avançados – disse.
Seul e Pyongyang continuam tecnicamente em guerra, já que a Guerra da Coreia (1950-1953) terminou com um armistício, e não com um tratado de paz.
Por volta das 5h locais desta sexta-feira, o exército sul-coreano realizou disparos de advertência contra um navio mercante que cruzou a fronteira marítima, conhecida como Linha Limítrofe Norte (NLL), a noroeste da ilha de Baengnyeong, informou Seul.
“Nossas forças emitiram avisos por rádio e realizaram disparos de advertência, após os quais o navio se retirou para além de nossas águas”, afirmou a força em comunicado.
Esse incidente ocorre dois dias depois de a Coreia do Norte realizar exercícios com fogo real perto da NLL, que não reconhece oficialmente.
O presidente Lee, que assumiu o cargo em junho, prometeu adotar uma postura mais moderada em relação ao Norte.
Na terça-feira, o mandatário sul-coreano disse perante as Nações Unidas que trabalhará para pôr fim ao “círculo vicioso” de tensões com Pyongyang, ao mesmo tempo em que se comprometeu a não buscar uma mudança de regime.