Fernanda Lima trouxe à tona um relato íntimo sobre os desafios da maternidade ao participar de um podcast apresentado por Tata Estaniecki e Cláudia Raia. Em conversa sincera, a apresentadora revelou como o excesso de proteção na criação dos filhos, apesar das boas intenções, acabou gerando inseguranças, especialmente em um dos meninos, que chegou a expressar medo de situações sociais comuns na adolescência.
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“Meu filho me disse: ‘Mãe, você me protegeu tanto que estou com medo de sair à noite nas festas. Acho que você exagerou e agora eu fico com receio’. Foi muito bonito ele conseguir verbalizar isso, porque até então só dizia que não gostava de sair. Quando me contou o motivo, percebi que realmente posso ter pesado na proteção. Sempre alertei muito sobre os perigos da noite e, de certa forma, acabei apavorando eles”, contou.
O desabafo levantou uma reflexão importante sobre os efeitos da superproteção na criação dos filhos. Segundo a neurocientista Telma Abrahão, autora best-seller e especialista em desenvolvimento infantil, o sentimento expresso por Fernanda é comum a muitas mães.
— É muito importante validar o sentimento da Fernanda como mãe. O impulso de proteger os filhos nasce do amor e do desejo profundo de vê-los bem e em segurança. Toda mãe, em algum nível, sente esse medo. E é natural querer evitar sofrimentos ou riscos, especialmente em uma família pública, onde a exposição e as preocupações tendem a ser ainda maiores — explica Telma.
Contudo, a especialista faz um alerta: o excesso de zelo pode ter impactos emocionais relevantes.
— Quando o cuidado se transforma em superproteção, a criança pode crescer acreditando que o mundo é sempre perigoso e, com isso, desenvolver inseguranças para viver experiências próprias da adolescência e da vida adulta, como sair à noite, socializar e conquistar autonomia. Isso pode resultar em ansiedade, dificuldade de confiar em si mesma e até medo de enfrentar situações cotidianas —afirma.
A chave, segundo Telma, está em preparar os filhos para a independência, sem privá-los de vivências fundamentais.
— O caminho não é blindar, mas educar para a autonomia. É preciso conversar sobre riscos reais, sem exageros; ensinar estratégias de segurança; incentivar pequenas doses de independência e, acima de tudo, manter o diálogo sempre aberto. Assim, os filhos aprendem a se proteger sem viver aprisionados pelo medo, desenvolvendo confiança e resiliência — conclui.