Uma carta escrita por Cee Cee Lyles, comissária de bordo morta nos atentados de 11 de setembro de 2001, chegou às mãos de seu filho, Jevon Castrillo, 24 anos depois de ter sido redigida. O bilhete, guardado durante mais de duas décadas pela professora Tammy Thurman, foi entregue em setembro de 2025, em reportagem da emissora WPTV, em West Palm Beach, Flórida.
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Na mensagem curta, Lyles celebrava o esforço de Jevon, então criança, ao terminar sozinho a leitura de um livro. Ela agradecia à dedicação da professora e fazia questão de registrar o orgulho que sentia do filho. “Ontem à noite, Jevon leu um livro que trouxe da biblioteca. Ele o leu de capa a capa. Eu disse a ele que escreveria um bilhete para dizer o ótimo trabalho que ele fez”, escreveu.
Tammy Thurman recebeu a carta dias antes da tragédia que abalou os Estados Unidos e decidiu preservá-la, mesmo após mudar de escola e perder o envelope original. Em 2024, diante do peso emocional do bilhete, buscou meios de entregá-lo a Jevon. O encontro aconteceu no ano seguinte, quando o jornalista Jon Shainman levou o documento até ele, agora adulto e pai de um bebê de três anos. Em frente às câmeras da WPTV, Jevon se emocionou ao ler as palavras maternas. “Era exatamente algo que ela teria dito”, afirmou, com a voz embargada.
Lyles era uma das integrantes da tripulação do voo 93 da United Airlines, sequestrado por terroristas da Al-Qaeda em 11 de setembro de 2001. O avião caiu em Shanksville, na Pensilvânia, depois que passageiros e tripulantes reagiram, impedindo que a aeronave atingisse alvos em Washington, como o Capitólio ou a Casa Branca.
Naquele dia, Lyles chegou a ligar para o marido e deixou mensagens relatando a situação a bordo. Sua coragem, junto à de outros passageiros, ajudou a evitar uma tragédia ainda maior. Em Fort Pierce, sua cidade natal, ela é lembrada com uma estátua em homenagem ao papel desempenhado no episódio.
Agora, a carta representa para Jevon não apenas uma lembrança pessoal, mas também uma forma de compartilhar com o próprio filho o amor e o orgulho de uma avó que ele nunca conheceu. “Como mãe, sei que você precisa ler essas palavras da sua mãe”, disse Tammy Thurman, ao explicar por que decidiu guardar o bilhete por tanto tempo.
