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O membro do governo do presidente Donald Trump listou países que, segundo ele, adotam medidas comerciais desfavoráveis aos EUA. Entre eles, citou o Brasil, que, no entanto, importa mais do que vende aos EUA. No ano passado, o déficit comercial registrado com os americanos foi superior a US$ 28 bilhões, incluindo produtos e serviços.
“Temos um punhado de países para consertar, entre eles Suíça e Brasil. Eles têm um problema. Índia (também). Esses são países que precisam reagir corretamente aos Estados Unidos. Abrir seus mercados, parar de tomar ações que nos prejudiquem, e é por isso que estamos em desvantagem com eles”, disse Lutnick durante a entrevista.
Executivo veterano de Wall Street, Lutnick foi escolhido em fevereiro para assumir um amplo portfólio que inclui a defesa dos interesses empresariais dos Estados Unidos e a supervisão de restrições à exportação de tecnologia.
Em votação no Senado, na ocasião, foi confirmado por 51 a 45 para o cargo de secretário de comércio do presidente Trump, colocando em posição um dos principais responsáveis econômicos da administração, que ajudará a conduzir uma agenda voltada a tarifas e protecionismo.
Lutnick, que foi CEO da empresa de serviços financeiros Cantor Fitzgerald, tornou-se um conselheiro econômico central de Trump ao longo de 2024 e liderou sua equipe de transição. Ele defendeu tarifas como uma ferramenta para proteger indústrias americanas da concorrência internacional, promoveu a redução de impostos corporativos e pediu a expansão da produção de energia.
Em audiência no fim de 2024, o secretário disse que adotaria uma postura firme na supervisão do departamento sobre a venda de tecnologia para a China e apoiaria os controles de exportação dos EUA com a ameaça de tarifas. Ele afirmou que a recente tecnologia de inteligência artificial lançada pela startup chinesa DeepSeek foi baseada na plataforma aberta da Meta e em chips vendidos pela empresa americana Nvidia.
— Precisamos parar de ajudá-los — disse Lutnick sobre a China, na ocasião, acrescentando: — Serei muito firme nisso.
Lutnick é um investidor rico, e, segundo o jornal americano The New York Times, possui uma rede de contatos que levanta preocupações sobre potenciais conflitos de interesse enquanto lidera políticas governamentais que podem afetar significativamente empresas e mercados, potencialmente enriquecendo clientes ou parceiros antigos.
Por exemplo, ele possui interesses financeiros na indústria de mineração na Groenlândia por meio da Cantor Fitzgerald. A Cantor investiu na Critical Metals, uma empresa que propôs minerar metais e minerais na Groenlândia já em 2026. Trump propôs repetidamente a compra da Groenlândia, que é um território autônomo dentro do Reino da Dinamarca.
Um relatório de divulgação financeira que Lutnick apresentou em dezembro de 2024 mostrou cargos executivos que ele ocupou ou ocupa em mais de 800 empresas individuais. Também revelou que ele recebeu mais de 350 milhões de dólares em renda, distribuições e bônus nos últimos dois anos de sua rede de empresas de serviços financeiros e imobiliárias.
Atuante em Wall Street por décadas, o secretário também ganhou atenção nacional quando muitos funcionários da Cantor Fitzgerald, a corretora da qual ele era presidente e CEO, morreram no ataque terrorista ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001.
