A paralisação do governo dos EUA, provocada pelo impasse ente republicanos e democratas sobre o plano orçamentário para financiamento do governo, forçou agências e órgãos federais americanos a suspenderem atividades e colocarem funcionários em licença não remunerada, uma vez que os gastos com serviços considerados não essenciais foram suspensos. Além das consequências econômicas e sobre trabalhadores do serviço público, algumas das suspensões podem afetar turistas brasileiros que desembarquem no país enquanto o impasse não for superado, além de potencialmente afetar a emissão de vistos americanos, conforme alertado pela Embaixada dos EUA no Brasil.
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O comunicado da Embaixada americana diz que os serviços de passaporte e visto programados no Brasil estão mantidos, embora não deixe claro até quando. “No momento, os serviços de passaporte e visto programados nos Estados Unidos e em Embaixadas e Consulados dos EUA no exterior continuarão enquanto a situação permitir”, diz a nota postada no perfil oficial nas redes sociais.
Segundo a embaixada e consulados, também foram suspensas postagens nas redes sociais devido ao shutdown, mantendo apenas alertas “urgentes e de segurança”.
Os efeitos de um “apagão” do governo tendem a se desdobrar em etapas — os EUA passaram por 21 shutdowns desde 1976, quando as regras orçamentárias atuais foram promulgadas. Com base nas paralisações anteriores, espera-se que museus e monumentos históricos estejam entre os primeiros a serem afetados pelos cortes.
Quem planeja viajar aos EUA e fazer uma visita a um parque nacional ou ao National Mall — área da capital americana que reúne alguns dos principais pontos do turismo cívico do país — pode se deparar com portas trancadas e placas de proibição de entrada se a paralisação durar mais do que alguns dias.
Os museus do Instituto Smithsonian — que incluem alguns dos principais museus de Washington, como os de História Natural, História Americana e Arte Americana — às vezes permanecem abertos por um curto espaço de tempo, após a paralisação do governo. O mesmo já aconteceu com o Zoológico Nacional. A tendência é que isso mude se o impasse permanecer.
Os aeroportos também podem se tornar um motivo de preocupação. Oficialmente, os controladores de tráfego aéreo e funcionários da Administração de Segurança no Transporte (TSA, na sigla em inglês) devem continuar trabalhando normalmente, por serem considerados trabalhadores essenciais — mas uma suspensão dos pagamentos, que é um cenário possível em caso de crise prolongada, pode fazer com que vários não se apresentem para trabalhar.
Durante o shutdown de 2019, que durou 35 dias durante o primeiro mandato de Donald Trump, embora os controladores de voo e funcionários de aeroportos estivessem obrigados a se apresentar ao trabalho, registrou-se um aumento do número de pedidos de afastamento do trabalho por razões de saúde. Na época, viajantes enfrentaram longas filas e pontos de controle fechados. (Com NYT)