Foi pensando em jogar luz sobre as tragédias climáticas que têm se tornado cada vez mais frequentes no Brasil e no mundo que a paulistana Zizi Possi criou, com o irmão José Possi Neto, o show “Choro das águas” — que tem rodado o Brasil e chega ao Rio de Janeiro sábado (4), no Teatro Multiplan. O espetáculo marca também a volta da cantora, de 69, a um palco carioca, depois de um hiato de oito anos.
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— Esse show fala intrinsicamente de vida. Sou uma pessoa “cabeça” (risos), então essas músicas falam sobre existência, e de uma poesia que existe na vida — diz Zizi ao GLOBO. — Com tantos estímulos, é muito fácil a gente se desligar das tantas tragédias que estão acontecendo no mundo, mas isso não pode acontecer. O caso do Rio Grande do Sul, por exemplo, que me comove especialmente, não é para trás, é hoje, porque não foi resolvido.
No palco, ela estará acompanhada somente pelo pianista Daniel Grajew. Juntos, apresentam interpretações intimistas para canções de Gonzaguinha, Ivan Lins, Gilberto Gil, Louis Armstrong e mais. “Per amore” (Mariella Nava) e “Perigo” (Nico Rezende e Paulinho Lima), clássicos incontornáveis de sua carreira, também estão no repertório, ela conta, antes de falar sobre o lugar que a música ocupa em sua vida:
— Não sei quem eu seria se não fosse a música. Eu sempre me reconheci através dela, que significa uma conexão com o mais puro, o mais belo, com o divino, e é onde consigo ser o melhor de mim. Só isso (risos).
Neto comentou, em um vídeo compartilhado nas redes sociais, sobre o fato de Zizi adorar o formato de piano e voz. Ele explica que a intérprete já foi pianista e estudou música erudita contemporânea:
— Por isso minha irmã às vezes parece antipática quando diz: “Eu não sou animadora de plateias, sou uma cantora”. Zizi é uma cantora por excelência, e o repertório escolhido faz com que ela possa mostrar todas as sutilezas e a sofisticação musical que ela traz consigo, impressas principalmente na sua alma.
Zizi também não poupa elogios ao público carioca, de quem vai matar as saudades em poucos dias.
— O público carioca é importantíssimo para mim, porque eu comecei a minha carreira profissional no Rio de Janeiro. É muito bonito olhar para trás e ver a evolução da minha carreira, que significa intrinsicamente a minha relação com o publico carioca, que é especial de verdade, de gente que entende o que está acontecendo — afirma a cantora. — Espero desse público, nesse momento, reencontrar um carinho que há muito tempo estou precisando ter. Além de poder levar para eles o que eu tenho de mais bonito no momento para dar.
Toda a renda do show no Rio vai ser revertida para instituições que atuam na reconstrução de comunidades atingidas pelos desastres climáticos.
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- Onde: Teatro Multiplan. Village Mall, Barra.
- Quando: Sábado (4), às 20h30.
- Quanto: De R$ 160 a R$ 280. Via Sympla.
- Classificação: Livre.