Samuel Lino foi substituído no segundo tempo do empate sem gols do Flamengo com o Cruzeiro, na noite de ontem, entre aplausos e algumas vaias no Maracanã. A contratação mais cara da História do clube — foi comprado do Atlético de Madrid no final de julho em um negócio de 22 milhões de euros fixos (R$ 143 milhões) — se tornou titular imediato na ponta-esquerda, e completou 15 jogos em dois meses pelo rubro-negro. Porém, oscila e vem apresentando um desempenho recente aquém das altas expectativas.
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Neste período, o camisa 16 marcou dois gols e deu quatro assistências, mas cinco destas seis participações se deram na goleada por 8 a 0 sobre o Vitória, em 25 de agosto. A exceção foi um passe para gol diante do Mirassol, no dia 9 daquele mês. Em todos os outros 13 jogos, ele passou em branco.
O jogador de 25 anos foi contratado pela capacidade de gerar jogo por dentro e driblar no espaço curto, o que era uma necessidade entre os pontas. Sua estreia aconteceu em 31 de julho diante do Atlético-MG pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. Mesmo em uma derrota, ele agradou por ter entrado em campo incendiando a partida e teve um gol anulado.
Em campo, Samuel Lino não tem deixado de tentar dribles, mas grande parte de suas jogadas não tem se convertido em lance de perigo. Filipe Luís justificou a atuação de ontem:
— Importante que a torcida entenda que os dribladores são os jogadores que mais perdem bola. Isso é uma coisa natural do futebol. Eles arriscam o “um contra um” e se expõem muito. Uma das coisas que eu tentei muito foi explorar ele contra o William (lateral-direito), mas o Cruzeiro dobra muito bem a marcação. Vinha dois ou três e não era um jogo fácil. Ele não teve uma performance no nível que vinha apresentando antes — disse em coletiva.
— O difícil é isso. Na primeira vez que ele dá uma oscilada, já vem a vaia. E isso quase sempre são com os dribladores. Importante que a gente saiba que esse tipo de jogador tem a confiança do treinador. Sou eu que peço para ele driblar, ir para cima. Porque, quando consegue passar, era muita vantagem. Espero que ele não se abale com isso, é uma coisa absolutamente normal, e que ele recupere a alegria e continue indo para cima o quanto antes — complementou Filipe.
Ao todo, Samuel Lino esteve como titular em 12 dos 15 jogos que participou pelo Flamengo, e foi até convocado por Carlo Ancelotti para atuar pela seleção brasileira na data Fifa de setembro. Ao mesmo tempo, não tem apresentado tamanho poder de decisão, e ainda busca deslanchar de vez com a camisa rubro-negra. Para Filipe Luís, isso está relacionado com a maratona de jogos do futebol brasileiro.
— Todo mundo sabe da qualidade, ele (Lino) já demonstrou. Todo jogador, principalmente aqui no Flamengo, oscila. O Lino teve uma sequência pesada, muito difícil. No jogo da Libertadores (classificação contra o Estudiantes), teve uma carga grande, três dias depois teve que jogar com o Corinthians (vitória pelo Brasileirão). Fisicamente, talvez ele sentiu um pouco, e isso faz o rendimento cair — explicou o treinador.
A próxima partida do Flamengo será diante do Bahia, na Fonte Nova, às 18h30 do domingo. Líder do Brasileirão com 55 pontos, a equipe tenta ir para a data Fifa com a posição mantida.