O estado de São Paulo confirmou a terceira morte por intoxicação por metanol relacionada ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. A vítima, Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, faleceu após permanecer internada em estado grave no Hospital de Clínicas de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Ela havia ingerido vodca misturada com suco de pêssego no dia 28 de setembro e foi internada no dia seguinte, já com quadro crítico, necessitando de ventilação mecânica.
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Bruna consumiu a bebida no último dia 28, durante um show, passou mal no dia seguinte e foi internada no Hospital das Clínicas. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a equipe médica adotou um protocolo de cuidados paliativos, em conjunto com a família. A prefeitura disse que a paciente recebeu “a melhor assistência possível” e manifestou solidariedade a parentes e amigos. A morte de Bruna é o único caso confirmado de intoxicação por metanol em São Bernardo do Campo.
Com a morte de Bruna, sobe para três o número de óbitos registrados no Brasil relacionados à intoxicação por metanol. A primeira vítima confirmada foi o empresário Ricardo Lopes Mira, morador de São Paulo de 54 anos, que passou mal em 12 de setembro e morreu quatro dias depois em um hospital da Zona Leste da cidade. O empresário atuou por mais de 30 anos no setor de plásticos em São Paulo.
Segundo o registro do óbito feito pela Polícia Civil, o irmão da vítima foi avisado pela cunhada de que Ricardo estava passando mal. De acordo com o registro da morte, durante o atendimento Ricardo apresentou “rebaixamento da consciência, dispneia e rigidez de nuca”, além de “intoxicação exógena para álcool etílico, cetoacidose e edema cerebral”.
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A segunda morte confirmada foi de Marcos Antônio Jorge Junior, de 46 anos, que morreu na quinta-feira (2). De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Civil, Marcos passou mal após ingerir bebidas no “Bar do Chiquinho”, também conhecido como “Torres Bar”, localizado na Mooca, no domingo (28).
Marcos bebeu vodca em uma bar da Zona Leste da capital no dia 28 de setembro. Marcos foi o único do grupo de amigos a ingerir destilado, enquanto os colegas consumiram cerveja. De acordo com o boletim de ocorrência, Marcos começou a passar mal na manhã seguinte, com náuseas e visão turva. Ao longo do dia, os sintomas evoluíram para dores no estômago e vômitos constantes.
Marcos foi socorrido com ajuda da companheira e foi levado ao Hospital Municipal Dr. Carmino Caricchio, no Tatuapé, onde deu entrada em estado grave por intoxicação. O laudo do hospital registrou como causas possíveis da morte: “intoxicação por metanol, insuficiência renal aguda, choque distributivo e morte encefálica”. O corpo de Marcos foi sepultado na tarde do sábado (4), no Cemitério São Pedro, também na Zona Leste.
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A Secretaria de Saúde de São Paulo revelou que 78 notificações de suspeita de contaminação pela substância tóxica foram registradas em São Bernardo do Campo, embora apenas o caso da Bruna tenha sido confirmado no município. No total, o estado concentra a maior parte dos registros do país, com 158 casos ainda sob investigação e 38 casos descartados. 18 casos tiveram confirmação atestada de presença de metanol, com três óbitos registrados e sete mortes em investigação.