No dia 30 de setembro de 2026, o Estado do Tennessee planeja executar Christa Pike, marcando a primeira aplicação da pena de morte para uma mulher naquele estado em mais de duzentos anos, segundo anúncio da Suprema Corte local.
- Saiba mais: Christa Pike, única mulher no corredor da morte no Tennessee, luta contra a execução
O crime pelo qual Pike foi condenada remonta a 12 de janeiro de 1995, quando sua então amiga e colega, Colleen Slemmer, foi atraída a uma área afastada do campus agrícola da Universidade do Tennessee sob o pretexto de “fazer as pazes”. Lá, Colleen foi brutalmente espancada, esfaqueada e teve um pentagrama gravado em seu peito. Parte de seu crânio foi retirada como “lembrança”, conforme registro da acusação.
Os cúmplices no crime foram o namorado de Christa, Tadaryl Shipp, e uma amiga chamada Shadolla Peterson. A promotoria argumentou que Christa Pike acreditava que Colleen tentava “roubar” seu namorado — motivação usada para justificar o ataque.
Após julgamento em 1996, Christa foi condenada por assassinato com agravantes e conspiração, recebendo a pena de morte. Shipp foi sentenciado à prisão perpétua com possibilidade de condicional, mas teve sua pena aumentada após um novo crime cometido na prisão. Peterson, por sua vez, cooperou com as investigações e obteve liberdade condicional.
Em apelações posteriores, a defesa de Christa Pike alegou que ela sofrera abusos físicos e sexuais na infância e convivia com transtornos como bipolaridade e estresse pós-traumático não diagnosticados na época do crime.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/N/T/0dBjn0R9mXimCNZroznA/condenada2.png)
Christa Gail Pike nasceu em 10 de março de 1976, em Beckley, West Virginia. Desde bebê, enfrentou problemas neurológicos e episódios convulsivos, além de um ambiente familiar instável, segundo registros biográficos. Na adolescência, sofreu maus-tratos e alegou ter sido sexualmente abusada — fatores que hoje fundamentam parte de sua linha de defesa.
Durante a juventude, integrou o programa Job Corps, voltado à formação profissional de jovens com baixos recursos socioeconômicos. Foi nesse contexto que conheceu Colleen e se envolveu no crime que a lançaria para a história criminal dos EUA.
Fragmentos dessa trajetória são usados pela defesa para pleitear clemência ou reabertura de apelações: sustentam que a combinação de juventude, trauma infantil e transtornos mentais não tratados deveria mitigar sua responsabilidade.
Eles também apontam que ela permaneceu por décadas, praticamente isolada, como única mulher no corredor da morte no Tennessee, o que poderia configurar condições cruéis de encarceramento.
O desenlace previsto para setembro de 2026 coloca o Tennessee em destaque nacional nos Estados Undios. Se persistir a execução, Christa Pike se tornará a 19ª mulher executada na era moderna dos EUA — fatídico ranking que realça a excepcionalidade de seu caso.