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Katrhyn Bigelow e Idris Elba falam sobre ‘Casa de dinamite’, que estreia nesta quinta-feira no Brasil

BRCOM by BRCOM
outubro 9, 2025
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Kathryn Bigelow, diretora de 'A house of dynamite', filme apresentado no Festival de Veneza — Foto: Tiziana Fabi/AFP

Numa manhã de janeiro de 2018, milhares de cidadãos americanos no Havaí receberam uma mensagem angustiante, informando sobre a ameaça de mísseis balísticos a caminho da ilha, e pedindo que a população procurasse abrigo imediatamente. “Isso não é um exercício”, alertava o sistema de defesa dos Estados Unidos. O alarme, como se sabe hoje, era falso, mas deixou um gosto amargo na memória não só dos americanos, mas do mundo inteiro, diante da possibilidade de um ataque nuclear em solo americano e de consequente contra-ataques pelo planeta. Com o thriller “Casa de dinamite”, que chega nesta quinta-feira (9) aos cinemas brasileiros, a diretora Katrhyn Bigelow, que passou por um susto nuclear quando criança, durante a crise dos mísseis de Cuba em 1962 (“Nos mandaram ficar debaixo das mesas, porque isso nos salvaria”, lembra), propõe um exercício de imaginação: e se realmente um míssil nuclear fosse lançado contra uma cidade americana?

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Inspirada pela explosiva realidade geopolítica atual, que transformou as relações internacionais num barril de pólvora, a trama criada pelo roteirista Noah Oppenheim (“Jackie”, 2016) descreve a reações pessoais e profissionais de três funcionários do governo ligados ao Sistema de Defesa dos Estados Unidos, durante os 20 minutos entre o lançamento de um projétil nuclear em direção à cidade de Chicago e a queda em seu alvo. A capitã Olivia Walker (Rebecca Fergunson), que trabalha na Sala de Crises da Casa Branca, o impulsivo general Anthony Brady (Tracy Letts) e o presidente Potus (Idris Elba), único com o poder de autorizar um contra-ataque, têm apenas alguns minutos para tomar as decisões mais importantes de suas vidas.

— Questionamos como a responsabilidade de uma decisão tão vital pode estar nas mãos apenas de uma pessoa, o presidente, único com autoridade de apertar o botão vermelho, ou não — explicou a premiada diretora ganhadora de dois Oscars (de direção e de melhor filme, por “Guerra ao terror”, em 2008), ao lado de Idris Elba, durante o Festival de Veneza, onde “Casa de dinamite” disputou o Leão de Ouro.

Leia o resumo da conversa a seguir.

Muito das estratégias e segredos do sistema de defesa americano não são de conhecimento público. O quanto o que o filme mostra é próximo da realidade?

Kathryn: Se tivemos a sorte de ter tanto acesso aos mecanismos de defesa americano, isso se deve principalmente ao nosso roteirista Noah Oppenheim, que trabalhou como jornalista por décadas, é extremamente conhecido e tem muitos contatos no governo. Tínhamos generais de três e quatro estrelas trabalhando conosco, o que foi realmente informativo. Nosso maior desafio foi manter a acurácia, ter certeza de que tudo o que filmamos era o mais autêntico possível.

Kathryn, como ‘Casa de dinamite’ dialoga com seus trabalhos anteriores?

Kathryn: Acho que há certa fascinação com o poder militar, até um determinado ponto, mas levantando questões não respondidas. Em “Guerra ao terror”, por exemplo, eu estava interessada na metodologia da insurgência dentro da hierarquia militar, porque o protagonista, um sargento de uma esquadrão antibombas na Guerra do Iraque, se rebela contra seus superiores. Em “A hora mais escura”, eu questiono a razão de o governo americano levar dez anos para capturar o terrorista Osama Bin Laden. Então, esses filmes estão fazendo perguntas que estão lá fora, que valem a pena examinar. No caso de “Casa de dinamite”, tratamos da proliferação de armas nucleares. Existe um mundo em que o poderio nuclear possa ser reduzido? Isso seria extraordinário.

Kathryn Bigelow, diretora de ‘A house of dynamite’, filme apresentado no Festival de Veneza — Foto: Tiziana Fabi/AFP

De onde vem esse fascínio pelo poderio militar?

Kathryn: Não sei. Acho que tem a ver com o poder que ele exerce sobre nossas vidas, e sobre o qual não tenho controle algum. Sou fascinada por isso. Quero saber mais, e quero compartilhar minhas descobertas. Só entendo que matar não é a resposta para tudo.

Idris: Nesse sentido, a arte é realmente importante. Ela nos permite falar sobre coisas sérias, graves, e no emocionar com isso. É como as comédias, que nos fazem rir de algo muito sério. Não devemos negar a liberdade artística.

Kathryn, você disse que era importante manter a ambiguidade da trama. Não acha perigoso ser ambíguo em relação a assuntos políticos tão relevantes?

Kathryn: É uma boa questão. Para mim, o filme tinha que ter um fim ambíguo porque queria dar ao público uma oportunidade para completá-lo em sua cabeça. Em outras palavras, o filme apresenta uma série de perguntas, do tipo “e se…?” e “o que fazer diante disso?”, mas o objetivo é fazer com que a plateia termine essas frases e resolva o problema. Então, eu acho que dá ao público uma responsabilidade tremenda para que o destino do mundo fique em suas mãos. Porque a alternativa não é o pânico, mas o diálogo. Não estou olhando para isso como um problema de nosso país, mas como um problema global. De alguma forma, as pessoas abraçam o potencial da devastação que nós, como cultura, temos. O único jeito de atravessar isso é colocar algumas cercas de proteção, é ter diálogo.

Idris: Minha sensação é a de que nós nunca seremos capazes de acabar com conflitos. É uma coisa natural do ser humano. Se nós, nesta sala por exemplo, começássemos a discutir e um de nós tiver uma arma, isso é uma vantagem injusta, que pode afetar não somente essa pessoa como todos nós dentro dessa sala. Nenhum conflito que podemos imaginar neste mundo vale a pena. Então, não importa o que eu, pessoalmente, faça. Só acho que devemos ter um lugar de diálogo, concordando ou não com o outro, porque não vamos quebrar a casa inteira enquanto não concordamos. “Casa de dinamite” não é o primeiro filme a abordar esse tema. Mas é o primeiro filme nesta geração, e considera o momento que o mundo atravessa hoje. Não oferece respostas, mas definitivamente nos dá uma oportunidade de dialogar.

O presidente americano de ‘Casa de dinamite’ parece racional e humano, aberto a argumentos, mesmo diante da maior das crises. Teríamos um desfecho diferente caso houvesse um outro tipo de presidente na Casa Branca?

Idris: Acho que a razão que levou Kathryn a fazer esse filme é nos abrirmos para esse tipo de diálogo, pensar sobre isso com a situação presente em mente. O presidente do filme não foi baseado em ninguém específico, o que importa não é quem está na Casa Branca, mas o fato de que há botões vermelhos em todo o mundo ligados a algum tipo de sistema de defesa e alguém pode pressioná-los e destruir o resto de nós. É um problema que o mundo inteiro precisa discutir.

Kathryn: É bom lembrar também que, num caso desses, temos minutos ou alguns momentos para tomar essa decisão. No caso dos Estados Unidos, porque não posso falar por outros países, quem tem essa função é uma autoridade solitária, só uma pessoa pode decidir sobre o destino de nosso país, que é o presidente. A grande questão realmente é a compressão do tempo.

O fato de que militares do alto escalão estiveram dispostos a colaborar com o filme não significa que as forças armadas americanas também estão preocupadas que uma crise como essa possa realmente acontecer?

Kathryn: É uma boa pergunta a que eu não saberia responder. Mas acho que há realmente uma preocupação por parte deles, sim. Mas isso é uma conjectura minha.

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