A Philip Morris International (PMI) colocou o tema sustentabilidade no topo de suas estratégias e está mobilizando toda a sua cadeia produtiva para atender aos principais protocolos ambientais mundiais, cravando novas metas de adequação. O presidente da Philip Morris Brasil (PMB), Branko Servalic, explicou como está ocorrendo a transição em um brand talk realizado durante o evento “Preservação de florestas e bioeconomia: os caminhos para mitigar a crise climática”, promovido pelos jornais O GLOBO e Valor, em Brasília.
— Na PMI e suas afiliadas, não apenas falamos sobre sustentabilidade. Estamos fundamentalmente transformando nosso negócio para alcançá-la. Para a Philip Morris Brasil, sustentabilidade envolve mitigar os impactos tanto de suas operações quanto de seus produtos. Priorizamos a mensuração de nossas ações para orientar decisões, o que nos permite alcançar conquistas significativas, como a classificação Triple A no CDP, o Índice Dow Jones de Sustentabilidade e o Top 5 na corrida para o net zero da Forbes — explicou Branko.
— Éramos uma companhia 100% fabricante de cigarros, e o seu impacto estava no topo desta lista. Em nossa nova visão, chegamos à conclusão de que queríamos um mundo onde a combustão se torne obsoleta — explicou Branko.
Para isso, a companhia trabalha com metas e objetivos mensuráveis. Uma delas é zerar as ações de desmatamento até 2033, o que já ocorre em sua cadeia de suprimento correspondente a celulose e tabaco. No Brasil, a fábrica também já alcançou o marco zero nas emissões de carbono.
O executivo reforçou que todas as atuais conquistas só foram possíveis graças a parceiros significativos que se juntaram à nova visão da empresa e agregaram impactos positivos aos resultados. Entre as instituições parceiras está a Embrapa, que elaborou um projeto de segurança alimentar reconhecido pela Food and Agriculture Organization (FAO), e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
— Estamos envolvidos no programa Protetor das Águas para proteger e melhorar os recursos hídricos na sub-bacia do Arroio Andréas, pertencente à Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. A iniciativa melhorou significativamente a qualidade e a disponibilidade da água para a comunidade local, beneficiando tanto o ambiente quanto os produtores integrados — declarou o executivo.
Ao longo dos 15 anos do programa, a produção de água na área monitorada aumentou de 48 L/s para 95 L/s, mesmo durante períodos de seca severa no Sul. E, durante as enchentes de maio de 2024, o projeto ajudou a mitigar os impactos das chuvas, evitando erosão e sedimentação nos canais.
“Incentivamos colaboradores e produtores para garantir que nossa compensação em sustentabilidade seja em torno de 30% das nossas receitas” — Branko Servalic, presidente da Philip Morris Brasil
Em relação aos pagamentos por serviços ambientais, a PMB incentiva os produtores integrados a cuidarem dos recursos naturais. É uma abordagem, segundo o presidente Branko Servalic, que mostra aos produtores que preservar a natureza não é uma despesa, mas uma fonte de rendimento.
Nesse ponto do brand talk, Branko se referiu ao Perfect Forest, um projeto que tem como objetivo a busca de soluções baseadas na natureza (NbS) para a preservação dos recursos florestais. — A ideia é planejar uma floresta que imita de perto os ecossistemas naturais e, ao mesmo tempo, proporciona benefícios comerciais e ambientais — detalhou o executivo.
Segundo ele, o objetivo geral desse modelo é criar armazenamento de carbono em longo prazo, onde o CO2 é absorvido pelo crescimento de árvores, solo, raízes e outros elementos naturais. — O projeto-piloto está em desenvolvimento no Brasil em um ecossistema dominado por araucárias, um bioma conhecido por sua rica biodiversidade e espécies únicas — declarou.
Branko explicou que a floresta com essa espécie nativa se estendia por aproximadamente 200 mil km², principalmente nos estados do Paraná (40%), Santa Catarina (30%) e Rio Grande do Sul (25%). — Porém, estudos mostram que menos de 4,3% dessa floresta permanece ativa, por isso tomamos medidas — justificou.
Projeto combina manejo sustentável e créditos de carbono para fortalecer economia neutra
A iniciativa destacada por Branko Servalic cobre seis mil hectares, com foco na conservação e no manejo florestal sustentável, e visa gerar valor econômico em três frentes: produção de madeira certificada, geração de créditos de carbono e reabilitação do solo.
— Acreditamos que o Perfect Forest é financeiramente sustentável e ajudará a reduzir a exposição à volatilidade dos preços do mercado de carbono no longo prazo. Ele é mais que um projeto, é uma jornada de várias décadas concebida para proporcionar benefícios sociais, econômicos e ambientais — acrescentou o presidente.
Branko acredita que na PMB essas ações em coparticipação caminham para manter a companhia na direção certa quando se fala em futuro sustentável. — Queremos assegurar que a transição para uma economia neutra em carbono é benéfica para todos, não um custo. Se quisermos fazer negócios sustentáveis neste planeta, ele também precisa ser para que continuemos nossos trabalhos. Isso é importante não apenas para os acionistas, mas para o progresso mundial — finalizou.
No Brasil, a Philip Morris realiza o pagamento por serviços ambientais aos produtores integrados, para garantir a manutenção da mata nativa.