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Segundo levantamento preliminar do IDPN, nos 34 meses de mandato de Lula, apenas duas pessoas negras foram indicadas a cargos relevantes no sistema judiciário: as ministras Edilene Lôbo e Vera Lúcia Santana de Araújo, ambas no Tribunal Superior Eleitoral, em posições temporárias e sem remuneração fixa. “Mulheres negras, novamente, a serviço do Estado brasileiro de forma gratuita”, diz o texto.
O instituto ressalta que, apesar da fidelidade no voto ( em 2022, o Datafolha apontou 60% de intenção de voto de eleitores pretos e 52% de mulheres a favor de Lula ), esses grupos ainda estão sub-representados nas indicações políticas.
“O Presidente que tirou o Brasil do mapa da fome, garantiu a entrada massiva de pessoas negras nas universidades e implementou o maior programa de distribuição de renda do planeta tem, agora, a chance de reparar uma das mais persistentes violências simbólicas da República brasileira”.
A carta também relembra a campanha “Ministra Negra Já”, que mobilizou o país e ganhou repercussão internacional em 2023, com ações na Times Square, em Nova Déli, e destaque na imprensa. Na ocasião, Lula afirmou que já possuía nomes em mente, mas que o anúncio seria feito no momento certo.
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Agora, com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, o IDPN vê a oportunidade de corrigir uma das “mais persistentes violências simbólicas da República” e reforça que o gesto do presidente seria uma demonstração concreta de fortalecimento da democracia e representatividade.
O instituto afirma que não pretende sugerir nomes publicamente, mas exige que o movimento negro seja ouvido no processo de sucessão no STF, em igualdade com outros grupos políticos. “O Movimento Negro Brasileiro não busca cargos: constrói um projeto de país”, afirma a carta, destacando cinco séculos de resistência e luta por inclusão nos espaços de poder.