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Israel e Hamas trocam hoje reféns e prisioneiros, mas paz ainda é elusiva

BRCOM by BRCOM
outubro 13, 2025
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Palestinos recolhem pacotes de ajuda em caminhões que entraram pela passagem de Karem Abu Salem, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza — Foto: Omar al-Qattaa/AFP

Após dois anos de uma guerra que mobilizou o mundo e mergulhou israelenses e palestinos em um drama sem fim de reféns presos em túneis subterrâneos e bombas espalhando a morte e a destruição em quantidades sem precedentes, Israel e o Hamas vão enfrentar nesta segunda-feira o primeiro grande desafio do plano de paz proposto na forma de um ultimato ao grupo extremista na semana retrasada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Ao longo do dia de hoje, o quarto do cessar-fogo decretado na sexta-feira, o Hamas terá de libertar todos os 20 reféns vivos ainda em seu poder na Faixa de Gaza e devolver os restos mortais de outros 28, enquanto Israel terá de começar a soltar 250 prisioneiros palestinos condenados e outros 1.700 presos no enclave durante o conflito. Uma cúpula reunindo Trump e outros líderes internacionais se reunirá ainda nesta segunda no Egito para formalizar o fim da guerra, mas a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos é apenas o primeiro — e nem o mais complicado — obstáculo de uma corrida que ainda tem muitos outros pela frente para que se possa declarar inequivocamente a paz. O desarmamento do Hamas, sua exclusão do futuro de Gaza, a montagem de uma administração para o enclave no pós-guerra e a formação de uma força internacional para manter sua segurança, um projeto para a reconstrução do território devastado… tudo isso irá bater à porta dos negociadores nas próximas etapas de implementação do plano de paz de 20 pontos.

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A libertação dos reféns está marcada para ocorrer até o meio-dia desta segunda-feira (6h em Brasília) segundo o estipulado na primeira fase do acordo, aceita tanto pelo Hamas como por Israel. Os 20 reféns vivos são todos homens e israelenses — é incerto o destino do estudante nepalês Bipin Joshi, de 25 anos, também mantido em Gaza. A entrega dos restos mortais de reféns mortos não deve ocorrer inteiramente hoje, uma vez que o Hamas já avisou não saber onde estão todos os 28. O alto funcionário do Hamas Hussam Badran disse ao jornal catari al-Araby al-Jadeed que parte dos mortos será devolvida nesta segunda-feira à noite. Israel avisou que não permitirá a reconstrução de Gaza enquanto todos os restos mortais de reféns não forem devolvidos. Uma fonte do grupo indicou neste domingo à agência AFP que já estavam em ordem os preparativos para a troca de todos os 20 e de alguns dos corpos dos mortos. Representantes da Cruz Vermelha já estariam junto ao grupo de reféns no início da madrugada.

Em pronunciamento ao país neste domingo, o premier de Israel, Benjamin Netanyahu, celebrou antecipadamente a libertação dos reféns como um “evento histórico que combina a tristeza da libertação dos assassinos com a alegria do retorno dos reféns”. E fez um alerta de que a paz é apenas uma esperança ainda.

— Onde quer que tenhamos lutado, vencemos — disse ele. — Mas tenho de dizer a vocês, ao mesmo tempo, que a campanha não terminou. Ainda temos importantes desafios de segurança à frente. Alguns de nossos inimigos estão tentando se reagupar e nos atacar de novo. E, como dizemos aqui, estamos de olho.

Terminada a entrega dos reféns, que serão levados para a base militar de Reim, onde encontrarão suas famílias, Israel começará a libertar os palestinos detidos em prisões israelenses, disse ontem uma porta-voz de Netanyahu. Segundo fontes próximas às negociações, o grupo terrorista insiste que a lista de prisioneiros deve incluir sete líderes palestinos proeminentes que Israel se recusa a libertar, incluindo Marwan Barghouti, do Fatah — a facção rival do Hamas que administra parcialmente a Cisjordânia ocupada através da Autoridade Nacional Palestina (ANP) — e Ahmad Sa’adat, chefe da Frente Popular pela Libertação da Palestina, ambos presos desde 2002. Barghouti é um dos mais populares líderes palestinos encarcerados por Israel e é visto por muito como um potencial sucessor do presidente da ANP, Mahmoud Abbas, se ganhar a liberdade.

Palestinos recolhem pacotes de ajuda em caminhões que entraram pela passagem de Karem Abu Salem, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza — Foto: Omar al-Qattaa/AFP

  • Veja fotos: Caminhões com ajuda humanitária começam a entrar em Gaza neste domingo

Ainda nesta segunda-feira, Trump fará uma breve visita a Israel, onde discursará no Parlamento e se encontrará com as famílias de reféns. Em seguida, o presidente americano irá para o balneário de Sharm el-Sheikh, no Egito, onde, em uma cúpula com 20 líderes internacionais, declarará o fim da guerra em Gaza.

— A guerra terminou — disse Trump ao embarcar ontem à tarde na Base Aérea de Andrews. — Vai ser um momento muito especial.

Além de Trump e do presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, que encabeçarão a cúpula, confirmaram presença Emmanuel Macron (França), Friedrich Merz (Alemanha), Georgia Meloni (Itália), Pedro Sánchez (Espanha), Keir Starmer (Reino Unido), Recep Tayyip Erdogan (Turquia), Mohammed bin Salman (Arábia Saudita), Tamim bin Hamad al-Thani (Catar) e Abdullah II (Jordânia). Além deles, participarão o chefe do Conselho Europeu, António Costa, o secretário-geral da ONU, António Guterres, o presidente da ANP, Abbas, e líderes de outros países do Golfo Pérsico. O Hamas não participará da reunião sob alegação de que as negociações foram feitas por mediadores, afirmou à AFP Hossam Badran, membro do escritório político do grupo, e Israel também informou que não enviará representantes. Um comunicado da Chancelaria egípcia disse que a cúpula tem o objetivo de “inaugurar “um novo capítulo de paz e segurança (…) e aliviar o sofrimento do povo palestino”.

— A campanha não terminou. Ainda temos importantes desafios de segurança à frente. Alguns de nossos inimigos estão tentando se reagupar e nos atacar de novo. (Benjamin Netanyahu, premier de Israel)

Esse novo capítulo, no entanto, vai depender de como se desenrolarão as próximas fases do plano de Trump, ainda sem definição. Um dos mais importantes é o desarmamento do Hamas e sua exclusão do poder em Gaza. Neste domingo, uma fonte do grupo extremista próxima às negociações disse à AFP que ele não participará do futuro governo do território após a guerra, mas deixou a entender que o Hamas não vai simplesmente sair de cena.

— Para o Hamas, governar a Faixa de Gaza é um assunto encerrado. O Hamas não participará de forma alguma da fase de transição, o que significa que abriu mão do controle da Faixa, mas continua sendo uma parte fundamental do tecido social palestino — disse a fonte sob condição de anonimato.

Neste sábado, o Hamas convocou cerca de 7 mil membros de suas forças de segurança para reassumir o controle sobre áreas de Gaza recentemente desocupadas pelas tropas israelenses, o que já representa uma barreira importante para o plano de paz. Bassem Naim, membro do gabinete político do Hamas, disse à Sky News que “não seremos desarmados… (até) termos um Estado independente e soberano, capaz de se defender”. O plano de paz de Trump também prevê a substituição do Exército israelense, em sua retirada de Gaza, por uma força multinacional composta por Egito, Catar, Turquia e Emirados Árabes Unidos, coordenada por um centro de comando liderado pelos EUA em Israel.

— A guerra acabou (Donald Trump, presidente dos Estados Unidos)

O governo Netanyahu, apoiado na extrema direita, já deixou claro que não aceitará que o Hamas mantenha seus armamentos após o fim da guerra. Neste domingo, o ministro a Defesa israelense, Israel Katz, disse que o Exército planeja destruir o que resta da extensa rede de túneis do Hamas em Gaza sob um “mecanismo internacional” coordenado pelos EUA. Katz disse já ter dado a ordem para que os militares de preparem para o que definiu como um “grande desafio”. A questão que se apresenta é que o Exército israelense já recuou para atrás de uma linha acordada na primeira fase do plano de paz, que impede a reocupação de áreas evacuadas por Israel — atualmente 47% de Gaza.

Em entrevista ao New York Times, o premier do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al- Thani, disse que o acordo de cessar-fogo deixou algumas questões mais espinhosas do conflito para uma fase posterior de negociações porque Israel e o Hamas não estavam prontas para um acerto abrangente.

— Se tivéssemos buscado negociações com um pacote completo, não teríamos alcançado esses resultados — disse o xeque, um dos principais mediadores pela paz em Gaza, assegurando, no entanto, que o grupo palestino está disposto a conversar sobre uma relação diferente com Israel. — O Hamas está realmente aberto a discutir como não representará uma ameaça para Israel.

Milhares de palestinos retornam ao norte de Gaza com início de cessar-fogo

Milhares de palestinos retornam ao norte de Gaza com início de cessar-fogo

A guerra começou em 7 de outubro de 2023 com um ataque do Hamas a Israel que deixou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns, seguido de uma violenta retaliação israelense que devastou o enclave e deixou ao menos 67 mil mortos, além de milhares que se presume estarem sob milhões de toneladas de escombros.

Enquanto os dois lados faziam os preparativos finais para a troca de reféns por prisioneiros, os israelenses e os palestinos de Gaza se concentravam, uns, na longamente esperada libertação dos compatriotas, e outros, na chegada dos caminhões com a ajuda prometida para aliviar a catástrofe humanitária no enclave, submetido a meses de bloqueio apenas parcialmente levantado após muita pressão internacional. No terceiro dia de cessar-fogo, alguns caminhões com ajuda humanitária cruzaram para Gaza neste domingo do Egito, mas moradores de Khan Younis, no sul, relataram que alguns foram saqueados por pessoas famintas.

― Todos temem o retorno da guerra. As pessoas roubam ajuda e guardam em suas casas ― disse Mahmud al-Muzain, morador de Gaza, expressando sua desconfiança de que paz seja duradoura após dois cessar-fogo rompidos anteriormente.

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