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Turismo de favela transforma comunidades e projeta o Rio no cenário internacional

BRCOM by BRCOM
outubro 14, 2025
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Pratos típicos como a feijoada fazem parte da experiência do turismo em favelas no Rio de Janeiro — Foto: Getty Images

As paisagens icônicas do Rio de Janeiro estão mais internacionais do que nunca. Entre janeiro e setembro de 2025, 1,63 milhão de turistas estrangeiros desembarcaram no estado, um salto de 51,7% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Embratur, Ministério do Turismo e Polícia Federal. O movimento reflete não apenas o fortalecimento da imagem do Rio como destino global, mas também a valorização de novas formas de viajar, em que o turismo de favela e o afroturismo ganham protagonismo como motores de desenvolvimento comunitário e inclusão social.

— Enxergamos o turismo de favela como uma potência. Nossas comunidades são locais com uma cultura muito forte e vibrante, notadamente de matriz africana, com muita originalidade e inovação constante. O turista estrangeiro se encanta e quer cada vez mais viver tudo isso que nossas favelas oferecem, consumindo na ponta os serviços dos empreendedores locais. Isso é geração de emprego e renda e também uma ferramenta de reparação histórica e social — afirma o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.

Entre os projetos que traduzem essa visão está a Rota do Samba, iniciativa que valoriza os territórios onde história e cultura popular se encontram. O programa oferece roteiros temáticos e ferramentas interativas que destacam os bairros de Oswaldo Cruz e Madureira, berços do samba e da identidade carioca, fortalecendo a economia local e o sentimento de pertencimento.

Outro eixo estratégico é o fortalecimento da Pequena África, na zona portuária, reconhecida como um dos principais polos de afroturismo do país. A região abriga o Cais do Valongo, Patrimônio Mundial da Humanidade, e uma rede de instituições dedicadas à preservação da herança africana.

— As políticas públicas entram de diferentes maneiras para estruturar o produto turístico, qualificar a mão de obra, abrir caminhos de financiamento para os pequenos empreendedores e contribuir na promoção nacional e internacional desses roteiros, dessas experiências, atraindo turistas de todos os lugares do mundo para conhecer o que nossas favelas têm de melhor — explica Freixo.

Formação e oportunidades

Na prática, esse modelo já vem transformando comunidades. O Laboratório de Encantadores, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o Sebrae, oferece cursos gratuitos para formação de guias e condutores locais. A série documental Turismo Transforma, produzida pela Embratur, também tem contribuído para mudar a percepção sobre as favelas, mostrando histórias reais de impacto social e empreendedorismo.

Segundo Freixo, a presença crescente de pousadas, ateliês e restaurantes nas comunidades revela a consolidação de um novo ciclo de oportunidades.

— Hoje, o turismo de base comunitária, organizado por agências de turismo e de guias locais, já existe e é um sucesso como produto turístico. São diversos os roteiros que possuem grande demanda de visitação de turistas, nacionais e estrangeiros. E não há relatos de problemas com segurança — destaca o presidente da Embratur.

A gastronomia ocupa papel central nessa transformação. O chef João Diamante, fundador do restaurante Dois de Fevereiro e embaixador de projetos como o Circuito Gastronômico de Favelas, afirma que a culinária das comunidades é um ativo cultural e econômico.

— A gastronomia das favelas tem um potencial imenso, porque carrega afeto, identidade e resistência. Cada prato conta uma história de sobrevivência, de criatividade diante da escassez e de como o povo da favela transforma pouco em muito — diz o chef.

Diamante defende que o segredo está na autenticidade.

— Não se trata de ‘gourmetizar’ a comida da favela, mas de potencializar aquilo que ela já tem: sabor, simplicidade e verdade. Um simples prato de arroz com feijão pode se transformar em uma experiência única quando contado dentro da narrativa da favela, com música, com roda de conversa, com a energia comunitária — pontua o chef.

Pratos típicos como a feijoada fazem parte da experiência do turismo em favelas no Rio de Janeiro — Foto: Getty Images

Com o recorde nacional de 7,09 milhões de turistas estrangeiros até setembro de 2025, superando a meta do Plano Nacional de Turismo, o Brasil reforça sua imagem como destino de diversidade e hospitalidade. E o Rio de Janeiro, ao integrar o turismo de favela à sua vitrine global, mostra que é possível crescer com inclusão, valorizando as histórias e talentos que nascem nas encostas e vielas da cidade.

— O sucesso do Rio é o sucesso do Brasil — comemora Freixo.

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