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entenda a reestruturação por que passa a ex-estatal a ponto de mudar de nome

BRCOM by BRCOM
outubro 23, 2025
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Logo da Eletrobras e da Axia Energia — Foto: Montagem com foto da Bloomberg e de divulgação

Criada há mais de 60 anos, a Eletrobras anunciou ontem que trocou seu nome para Axia Energia. A mudança vem três anos após a privatização da empresa, ocorrida em 2022. O entendimento é que a mudança vem após uma guinada no antigo perfil de grupo estatal — simplificou a estrutura societária, revisou o portfólio, enxugou custos e equipe, vendeu termelétricas e sua participação na Eletronuclear, além de ter alcançado um acordo sobre o poder de voto da União na companhia.

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“Essa mudança traduz um movimento profundo de transformação que a empresa viveu nos últimos três anos e também seus desafios de negócio”, afirmou Ivan Monteiro, presidente da agora Axia Energia. “Evoluímos nossa governança, ampliamos investimentos, fortalecemos nossa estrutura e nos reposicionamos para responder a um setor em transição, marcado por novas tecnologias, mudanças regulatórias e novos padrões de consumo”, disse em nota sobre a troca de nome.

Segundo o comunicado divulgado ao mercado ontem pela companhia, o nome Axia tem origem grega e significa “valor”. Remete ainda à ideia de “eixo”, aquilo que conecta, sustenta e gera movimento.

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Com a mudança, os tíquetes dos papéis da companhia na B3 e na Bolsa de Nova York serão alterados a partir do dia 10 de novembro. Na Bolsa brasileira, entrará o AXIA3 para ações ordinárias, no lugar de ELET3. As preferenciais A e B passam a ser AXIA5 e AXIA6, respectivamente.

Na Nyse, nos Estados Unidos, o código EBR para ações ordinárias será substituído pelo AXIA, enquanto nas preferenciais o EBR B será trocado pelo AXIA PR.

Ontem, as ações ordinárias da companhia fecharam com recuo de 1,49%, a R$ 54,11.

Para Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, a mudança de nome tem efeito “neutro” para a tese de investimentos da companhia. Trata-se mais de uma espécie de marco para uma nova etapa na trajetória da companhia, passadas as mudanças feitas após a privatização.

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— A tese da Eletrobras era de uma empresa que deixou de ser “amarrada”. Na época de estatal, ela vendia uma parte da energia no sistema de cotas. E existiam as amarras de ser estatal, de pessoal, jurídico etc. — explica ele. — Com a privatização, ela resolveu a questão das cotas. Só que, na época, os preços de energia estavam muito baixos. Preços de longo prazo agora estão maiores, então ela vem diminuindo a descontratação do portfólio.

Logo da Eletrobras e da Axia Energia — Foto: Montagem com foto da Bloomberg e de divulgação

Em paralelo, continua o analista, a companhia também avançou em questões jurídicas que ocasionavam provisões:

— Também aconteceu que o governo questionava o modelo de corporation. E a Eletrobras resolveu esse questionamento via arbitragem. E agora fez essa venda da parte nuclear, que também era um problema. Para concluir (Angra 3) custaria bilhões. Então, passados essas milestones (esses marcos), vem a mudança de nome.

Independentemente do nome, a empresa tem papel de peso no setor de energia no país. Ela soma 44,4 GW de capacidade instalada, o equivalente a mais de um quinto da capacidade de geração total do Brasil.

A Eletrobras conta com 82 parques geradores espalhados por 20 estados e o Distrito Federal. Desses, 47 são usinas hidrelétricas, incluindo as de Belo Monte (PA) e Jirau (RO), além do Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso, na Bahia. Há 33 eólicas e uma solar.

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Hoje com quatro subsidiárias — Eletrobras CGT Eletrosul, Chesf, Eletronorte e Eletropar — a companhia foi criada em 1962, no governo João Goulart. E é vista como pilar central do período conhecido como o do “milagre brasileiro”, entre o fim da década de 1960 e o início dos anos 1970, quando o Brasil cresceu a uma taxa superior a 10% ao ano, a reboque de robustos investimentos em infraestrutura.

Nessa época, a Eletrobras precisou literalmente erguer cidades para construir sua rede de hidrelétricas pelo país. Um dos exemplos é a mineira São José da Barra, vizinha a Rio Grande, onde fica a usina de Furnas. Na localidade com menos de 8 mil habitantes, como mostrou reportagem da agência Bloomberg, a companhia é dona de um aeroporto, um cinema e dois hotéis.

Essa trajetória deixou uma série de ativos ainda sob o chapéu da Eletrobras que, agora, a companhia se esforça para vender, voltando suas atenções para o foco central do negócio. A companhia tem, por exemplo, um hospital, da época da construção do conjunto de Paulo Afonso.

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O movimento de ajuste do portfólio de ativos ganhou fôlego a partir da privatização da companhia. De saída, Itaipu Binacional e Eletronuclear foram separadas da empresa, passando para o comando de uma nova estatal, a Empresa Nacional de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar).

Monteiro, ex-CEO da Petrobras, está no comando da Eletrobras desde setembro de 2023. E tem atuado para fazer da antiga estatal — vista pelo mercado como burocrática e lenta — uma companhia mais célere e rodando no ritmo do setor privado. Para isso, o executivo vem cortando custos, reduzindo o quadro de funcionários e de ativos considerados não essenciais.

Ele comandou a venda das termelétricas a gás da Eletrobras para a Âmbar, o braço de energia do Grupo J&F, dos irmãos Batista. A negociação feita em etapas somou R$ 3,6 bilhões. Por fim, neste mês, a antiga estatal vendeu também para a J&F a sua participação na Eletronuclear, a empresa do governo voltada para a energia nuclear.

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Foram movimentos importantes para o processo de transformação da companhia, que passou a contar com um portfólio de geração de energia 100% de fontes renováveis. A Eletrobras definiu a meta de, já em 2030, zerar suas emissões de gases de efeito estufa.

Outra coisa é que, ao sair da Eletronuclear, tirou de cena a obrigação de ter de arcar com aportes vultosos, caso a opção seja por seguir com a construção de Angra 3, projeto que pode consumir aproximadamente R$ 20 bilhões. É um movimento que simplifica estrutura corporativa e reduz incertezas jurídicas e regulatórias relativas à Eletronuclear.

A venda da fatia na estatal de energia nuclear recebeu sinal verde após a assinatura, em março, de um acordo com o governo federal para aumentar a participação da União no Conselho de Administração da Eletrobras.

O acordo foi alcançado por meio de uma mediação realizada pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 7.385.

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Por meio dessa ação, o presidente Lula questionava o limite que a privatização da Eletrobras impôs ao poder de voto da União na companhia. É que, pelo modelo de desestatização adotado, ficou definido que qualquer acionista ficaria impedido de exercer mais do que o equivalente a 10% dos votos no colegiado, independentemente da fatia de ações que detivesse.

Depois de deixar o controle, o governo ficou com cerca de 42% da companhia, mas com menos de 10% do capital votante, questionou o presidente Lula. Pelo acordo alcançado, o Executivo passará a contar com três dos dez assentos do conselho de administração, mais um no conselho fiscal.

No segundo trimestre deste ano, a Eletrobras registrou um lucro líquido ajustado de R$ 1,46 bilhão, salto de 43,3% na comparação com igual período de 2024, impulsionado pela redução de custos com pessoal, material, serviços e outros. Houve corte de 10% no quadro de empregados nos 12 meses encerrados em junho. Para o trimestre, a companhia pagou R$ 4 bilhões em dividendos.

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