Em parceria com a Ray-Ban, marca da multinacional franco-italiana EssilorLuxottica, a Meta, de Mark Zuckereerg, lançou no Brasil seus novos óculos inteligentes em setembro. O acessório promete uma experiência high-tech, com câmera de 3K e integração com redes sociais, além de recursos de inteligência artificial (IA) capazes de responder a perguntas e fazer traduções em tempo real. Por aqui, custa cerca de R$ 3.500.
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As lentes não exibem imagens nem comandos: o controle é realizado por voz. Assim, quem usa os óculos consegue se manter atento ao mundo real, interagindo com as pessoas e o ambiente. O modelo funciona como uma espécie de central de dispositivos inteligentes, reunindo funções de fones de ouvido e relógios conectados, com o diferencial de trazer uma câmera embutida no campo de visão e integração com IA.
O GLOBO testou os novos óculos durante um evento da Meta em São Paulo, nesta terça-feira. O modelo testado (Skyler) aparenta ser pesado, mas se mostrou confortável no rosto. Ele se prende às laterais da cabeça, sem causar incômodo no nariz ou rente aos olhos. Mesmo sem testes em momentos de maior intensidade, como em corridas, os óculos permanecem firmes no lugar. O design é discreto. Na haste esquerda, há um botão deslizante de liga e desliga. Já na haste direita, um botão mais camuflado, na parte superior, é usado para disparar fotos ou iniciar vídeos.

Testamos os novos óculos da Meta com a Ray-Ban em show da Ludmilla
Os óculos são acompanhados por uma caixa de material similar a couro, em marrom claro, que atua como carregador portátil, seguindo o padrão da maioria dos fones sem fio. O carregamento é feito via USB (o cabo não acompanha o produto) e o status da bateria é indicado por uma luz frontal na capinha (verde para carga completa, amarela durante o carregamento).
A primeira etapa de uso exige paciência. É necessário baixar o aplicativo Meta AI (disponível para iOS e Android). O cadastro pode ser realizado por meio de contas existentes no Facebook ou Instagram, mas, durante o teste, só foi possível acessar o dispositivo criando uma nova conta vinculada especificamente ao Meta AI. Os óculos exigem que o Bluetooth do celular permaneça ligado para funcionar.
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O uso da câmera se mostrou o meu maior aliado durante a noite. Para o usuário, uma luz branca suave indica que a função de captura de imagem ou vídeo está ativa. Embora posicionada na parte interna, a iluminação não chega a incomodar os olhos. Há também um alerta para quem está ao redor: uma luz branca na parte frontal dos óculos acende, avisando que imagens ou vídeos estão sendo registrados.
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O recurso permitiu aproveitar uma noite de show da cantora Ludmilla e guardar vídeos da apresentação, eliminando a necessidade de assistir ao artista através da tela do celular. É importante lembrar que o usuário deve controlar seus próprios movimentos, porque os óculos registram tudo até que a gravação seja interrompida. Há algumas limitações: não é possível fazer fotos na horizontal ou controlar a entrada de luz nas lentes, o que pode dificultar imagens em cenários de luz frontal intensa.
A qualidade do som é boa, embora haja certo vazamento para o entorno. O grande destaque é a integração com a Meta AI. Os óculos respondem detalhadamente a perguntas diversas. Também foi possível pedir aos óculos para realizar uma ligação telefônica via WhatsApp para um contato específico. A pessoa do outro lado da linha não identificou que a comunicação estava sendo feita por meio dos óculos.
O problema maior acontece em ambientes barulhentos, onde o microfone dos óculos tem dificuldade para reconhecer os comandos de voz do usuário. Além disso, ao testar a tradução simultânea, os óculos responderam que “não consegue traduzir simultaneamente, embora consiga traduzir textos”.

