BRcom - Agregador de Notícias
No Result
View All Result
No Result
View All Result
BRcom - Agregador de Notícias
No Result
View All Result

entenda as células do PCC ligadas a operações recentes contra a facção

BRCOM by BRCOM
outubro 25, 2025
in News
0
Imagens mostram trocas de mensagens — Foto: Reprodução

Em duas operações contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) nesta semana, dois termos citados pelas investigações da Polícia Civil de São Paulo revelaram parte da organização interna da maior facção criminosa do país. A “Sintonia Restrita”, responsável pelos atentados contra autoridades, e a “Sintonia Final”, que funciona como um departamento de “Recursos Humanos” do crime.

  • Plano do PCC contra autoridades: promotor foi monitorado por drones e suspeitos alugaram uma casa a poucos metros de sua residência
  • Casas, carros e parentes: como PCC monitorou autoridades para planejar atentados

A operação desta sexta-feira se conecta a um longo histórico de ameaças a agentes públicos que investigam a facção. O promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP-SP), acredita que a ordem para matar o ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, assassinado em setembro na Praia Grande, é a mesma que visava ele próprio e Roberto Medina, diretor dos presídios da Região Oeste do estado.

As investigações indicaram que Medina e Gakiya tiveram suas rotinas monitoradas pelos criminosos, um modus operandi que remete diretamente à célula denominada “Sintonia Restrita”. Esse é o setor do PCC encarregado de cometer atentados contra policiais, autoridades do Judiciário, do Ministério Público e do sistema penitenciário, além de planejar resgates.

Segundo Gakiya, o modo de operação é idêntico ao plano que mirava o ex-ministro da Justiça e atual senador Sérgio Moro, que acabou impedido pela Polícia Federal (PF). “É exatamente o mesmo modus operandi, com filmagens de local de trabalho, de residência, de rotina”, explicou o promotor, destacando que essa célula dificilmente se comunica por telefone, priorizando encontros pessoais.

Os integrantes da Sintonia Restrita mantêm contato direto com a cúpula do PCC e operam sob um rígido esquema de compartimentação. Nessa tática, cada membro tem uma função específica sem conhecer a totalidade do plano, o que dificulta a detecção e o desmantelamento das tramas, conforme descreve o MP-SP.

Autoridades como Ruy Ferraz Fontes, que foi jurado de morte desde 2019 após transferir lideranças da facção para o sistema penitenciário federal, são alvos prioritários por sua atuação no combate ao crime organizado.

Além da célula de execução, o PCC mantém a Sintonia Final do Resumo, um setor interno que, na avaliação de investigadores, funciona como o “Recursos Humanos (RH)” da facção. O Sintonia Restrita responde apenas à Sintonia Final, liderada por Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.

A rotina desse departamento foi desvendada a partir de mensagens apreendidas, incluindo o celular do traficante Michael Silva, o “Neymar do PCC”, um dos responsáveis por transmitir recados da cúpula. A Sintonia Final atua, sobretudo, na manutenção da ordem, hierarquia e controle da quadrilha.

Imagens mostram trocas de mensagens — Foto: Reprodução

As responsabilidades desse setor são amplas. Ele cuida do cadastro dos membros, o que inclui o “protocolo de retorno” para criminosos perdoados, além de emitir orientações sobre posicionamentos eleitorais e definir regras estritas para o mercado de drogas, advertindo até contra irregularidades como a venda via delivery em áreas já dominadas por bocas de fumo.

A Sintonia Final também aplica um “tribunal” sobre a conduta dos filiados e emite ameaças a quem “entra em conflito com os interesses do PCC”, como comerciantes e moradores, em uma tentativa de manter a disciplina e o domínio territorial.

Além de questões internas, a Sintonia Final também atua na expansão do PCC a outros estados, como o Rio de Janeiro, e financia o custo dessas “filiais”. Em uma das mensagens apreendidas, um comparsa informa o chefe que está no Complexo da Maré e, após ser orientado a conversar com “a final”, encerra o diálogo com a frase: “Bora revolucionar o Rio”.

Ações de grande repercussão e execuções, como as que eram planejadas no caso, são recorrentes ao longo da história do PCC, lembra o jornalista e pesquisador da área de segurança pública Bruno Paes Manso. Outros exemplos são a morte do juiz Machado Dias, em 2003, os ataques na cidade de São Paulo em 2006, as mortes de agentes penitenciários em 2017 e outros episódios de demonstração de força.

— Percebe-se que tem uns momentos mais de tensão que, às vezes, eles atacam. Agora, eles são sobretudo uma facção que pensa em ganhar dinheiro. Então, eles sabem também que tudo isso é sinônimo de prejuízo — diz Manso.

Apesar de as execuções não serem novidade, a operação desta sexta revelou uma maior sofisticação da facção no planejamento desse tipo de ação, analisa Luis Sapori, especialista em segurança pública da PUC-Minas.

— O que é de novo e mais preocupante é o perfil das autoridades que eram o principal alvo. A importância do Gakiya, do Medina, revela uma maior audácia da organização, um empoderamento bélico e a disposição de efetivamente eliminar autoridades do estado que os incomoda. Isso eu acho que é uma novidade — diz Sapori.

O isolamento de lideranças do PCC em presídios federais, como é o caso de Marcola, pode ser o motivo para a constância dos planos de vingança contra autoridades como Gakiya, diz o professor da FGV Rafael Alcadipani, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

— O crime quer mostrar que ele tem força também, mesmo simbolicamente, e acaba querendo se vingar. O que mais me preocupa é que uma hora eles vão conseguir. Estão atuando de forma profissional e sofisticada. A gente está vendo drone, aluguel de residenciais, ir atrás de familiares, é algo muito delicado — afirma Alcadipani.

* Colaborou Guilherme Queiroz

entenda as células do PCC ligadas a operações recentes contra a facção

Previous Post

Escritores de Belém e região amazônica revelam diversidade de um território tão encantado quanto brutal

Next Post

chef Pedro Siqueira, do Sìsì, ensina duas receitas de massa para fazer em casa

Next Post
Receita massa fresca — Foto: Freepik

chef Pedro Siqueira, do Sìsì, ensina duas receitas de massa para fazer em casa

  • #55 (sem título)
  • New Links
  • newlinks

© 2025 JNews - Premium WordPress news & magazine theme by Jegtheme.

No Result
View All Result
  • #55 (sem título)
  • New Links
  • newlinks

© 2025 JNews - Premium WordPress news & magazine theme by Jegtheme.