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Conheça Nilson Lima, o ‘homem maratona’, que parte para a 417ª corrida e quer ‘fechar o Brasil e a Europa’

BRCOM by BRCOM
outubro 26, 2025
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Nilson Lima na última Maratona de Boston: a preferida — Foto: Arquivo pessoal

O consultor financeiro Nilson Lima, de 72 anos, fará neste domingo, em Aracaju, a 417.ª maratona, sua primeira na capital do Sergipe. Mineiro de Uberlândia, ele já correu 17.553 km em provas oficiais de 42 km. Quase meia volta ao mundo pela Linha do Equador, cuja circunferência é de 40.075 km. Ele nunca abandonou uma prova.

As façanhas de Nilson são extravagantes. Já completou 42 km em todos os países da América do Sul. Correu maratona nos 50 estados dos Estados Unidos. Viajou para correr em 69 países em todos os continentes. É dono de três mandalas das Six Majors, das seis lendárias maratonas do planeta (Berlim, Boston, Chicago, Londres, Nova York e Tóquio; em 2025, Sydney passou a integrar o grupo e Nilson já correu por lá). 

No currículo, carrega 13 participações na Maratona de Boston (vai para a 14.ª em 2026), a mais tradicional do mundo, com 129 anos, além de dez edições da Comrades, a ultramaratona sul-africana, com 90 km.

Nilson Lima na última Maratona de Boston: a preferida — Foto: Arquivo pessoal

Mas, mesmo com extensa ficha, o maratonista ainda não completou os 27 estados brasileiros (incluindo o Distrito Federal) — diz que já correu em 18 ou 20. Nilson faz parte de um clube, com cerca de 100 maratonistas, que sonha “fechar o Brasil correndo 42 km”.

— Essa meta é para completar em breve — fala Nilson, que explica o motivo pelo qual ainda não viajou de cabo a rabo no seu país: — Não existem maratonas com chancela oficial da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) em todos os estados. Esse é um sonho que quero ajudar a realizar, levar a maratona para todo o país.  

Segundo Nilson, os estados do Norte e Nordeste ainda não entraram na onda da corrida como os do Sudeste. Aracaju, por exemplo, já recebeu eventos esporádicos de 42 km. E só agora a cidade passará a ter uma das maiores corridas de rua do Nordeste, com cerca de 10 mil atletas, integrante do calendário de corridas de rua do país.

Além de “fechar o Brasil”, Nilson quer correr em todos os 50 países da Europa. Até agora já o fez em 39. Tem como prioridade as maratonas de Luxemburgo, Mônaco, Letônia e Ucrânia. Acredita que conseguirá em 2027 porque as ofertas das corridas se concentram no verão. E muitas provas têm datas coincidentes.

Há cerca de duas semanas, ele encerrou a última viagem a Europa, onde completou maratonas na França (a Medoc, em Bordoux, com 21 pontos de degustação de vinho), Lituânia, Berlim, Bósnia e Macedônia do Norte. Explica que muitas vezes repede os locais em função do calendário das provas e de sua agenda pessoal (“já que estou aqui…”).

Há tempos, Nilson Lima queria correr a Medoc, na região de Bordoux, na França: 21 pontos de degustação de vinho — Foto: Arquivo pessoal
Há tempos, Nilson Lima queria correr a Medoc, na região de Bordoux, na França: 21 pontos de degustação de vinho — Foto: Arquivo pessoal

— Certamente não iria a alguns países se não fosse associado a uma maratona. Alguns a gente ‘conhece’ só pelas tragédias, guerras. E ao visitá-los constatamos suas belezas e riquezas — declara Nilson.  

Mesmo o ano já batendo em novembro, no finalzinho, Nilson arrumará tempo para completar mais oito maratonas. Depois de Aracaju, correrá em Florianópolis, Verona e Turim (Itália), no Deserto Saara (primeira vez no Norte da África),  Alicante e Valência (Espanha), Ilhas Canárias (também estreia) e em Macapá (outra novidade no território brasileiro). Fechará o ano com 45 maratonas.

O recorde, ele recorda, foi em 2018, quando correu 53.

As três filhas Cláudia, de 42 anos, Tatiana, com 41, e Simone, 32, reclamam que ele viaja demais. Mas a esposa Silvana, de 55 anos, diretora de uma franqueadora de idiomas, apoia o marido. Ela já correu 80 maratonas e completou nove ironman (3,8 km de natação, 180 km de bike e 42 km de corrida). Entende bem a rotina de quem é apaixonado pelo esporte.

Coleção de medalhas de Nilson Lima: todas estão guardadas em um armário; destaque para a de número 50, quando completou os 50 estados dos Estados Unidos — Foto: Ávila Campos/ O Globo
Coleção de medalhas de Nilson Lima: todas estão guardadas em um armário; destaque para a de número 50, quando completou os 50 estados dos Estados Unidos — Foto: Ávila Campos/ O Globo

— As filhas já estão criadas. Preparei minha vida para fazer o que faço. Mas continuo trabalhando para sustentar tudo isso — fala Nilson, que opta pelas viagens mais baratas. — Quando tenho upgrade pelo programa de fidelidade, sem custo adicional, aí sim subo de categoria. Além disso, faço parte de uns dez grupos de corredores pelo mundo e estou sempre na companhia de amigos. Muitos me hospedam em suas casas. Isso e incrível, vai além da corrida.

Ao menos, no final do ano, Nilson manterá uma tradição familiar. No dia 31 de dezembro, estará na 100.ª edição da São Silvestre, prova com 15 quilômetros pelas ruas de São Paulo, com a família e amigos. Ele já completou esta prova “umas 40 vezes”.

Foi na São Silvestre que tudo começou. Ele diz que sempre correu, jogou futebol, era ativo. Por muito tempo ficou nas provas de 5 km e 10 km e quando resolveu correr a São Silvestre teve de fazer uma preparação especial.   

— Nas festas de ano novo em família, a gente assistia a São Silvestre. Foi o meu maior desafio na vida. Me preparei uns três anos — lembra aos risos. — E virou um programa de família. A gente ia para o litoral paulista, no Guarujá ou Bertioga, e depois para São Paulo para a corrida. E isso permanece até hoje.

Nilson correu alguns anos provas abaixo de 21km até “tomar coragem” para partir para a maratona. Ele já tinha 45 anos quando completou a primeira, em 1998, em São Paulo. 

— Sofri muito (risos), mesmo cercado de bons profissionais. Terminei a prova achando que não queria mais aquilo para a vida — contou o maratonista, que tem equipe com fisioterapeuta, nutricionista e cardiologista. 

Depois da estreia, manteve uma programação conservadora, algo como uma maratona por ano. Ficou nisso uns três anos. À época não haviam muitas opções de maratona pelo mundo. Viajar atrás destas corridas passou a ser “um estilo de vida” quando foi aos Estados Unidos com amigos.

A marca histórica de 400 maratonas foi atingida na Maratona de Uberlândia, prova que leva seu nome, em maio de 2025.

É a única no país em que a largada e a chegada acontecem dentro de um estádio de futebol, o Estádio Parque do Sabiá, com 60 mil lugares. E na ocasião, seus amigos correram em pelotão a seu lado e outros ficaram nas arquibancadas. Foi uma festa. 

Nilson Lima e amigos, na 400ª maratona dele, em Uberlândia: festa — Foto: Arquivo pessoal
Nilson Lima e amigos, na 400ª maratona dele, em Uberlândia: festa — Foto: Arquivo pessoal

Quando perguntado sobre a prova preferida, não pestanejou. Apontou a Maratona de Boston, segundo ele a prova que confere “selo de qualidade aos maratonistas pela exigência de qualificação”. 

— Para todas fui com tempo qualificado. E em 2013, quando teve o atentado, com mortes e cerca de 150 feridos, eu estava lá. De alguma forma, tudo aquilo me fidelizou ainda mais à prova. 

Em 2013, a prova foi interrompida com cerca de 4 horas e ele já havia cruzado a linha de chegada. Estava na zona de escape, a uns 400 metros de onde duas bombas caseiras explodiram. Ele comentou que ao ouvir um estrondo, achou que pudesse ter sido um acidente em um restaurante da área. 

Mas quando os médicos e voluntários, aqueles que ficam na linha de chegada, com cadeiras de rodas para dar suporte aos corredores, correram para ajudar… Ele disse que o local foi cercado e que só conseguiu sair de lá na madrugada. Ele e um amigo seguiram viagem pelos EUA, atrás de outras maratonas.

— A imagem daquelas pessoas feridas nunca saiu da minha memória.

Nilson Lima exibe as três mandalas das Six Majors, as seis lendárias maratonas do planeta (Berlim, Boston, Chicago, Londres, Nova York e Tóquio; em 2025, Sydney passou a integrar o grupo; Nilson já correu por lá). — Foto: Ávila Campos/ O Globo
Nilson Lima exibe as três mandalas das Six Majors, as seis lendárias maratonas do planeta (Berlim, Boston, Chicago, Londres, Nova York e Tóquio; em 2025, Sydney passou a integrar o grupo; Nilson já correu por lá). — Foto: Ávila Campos/ O Globo

Para se manter saudável em meio ao sacrifício físico que a maratona impõe, ele disse que treina diariamente e faz trabalhos preventivos. Corre cinco vezes na semana e faz deep runner (corrida na piscina). São três sessões de musculação, três aulas de pilates, e uma de spinning por semana.

— Odeio spinning, são 50 minutos de uma viagem ao inferno. Com música alta e ainda aquele painel na frente com o ranking dos alunos. É uma tortura.

Essa rotina e o conhecimento do próprio corpo o ajudam a evitar lesões. Garante que nunca teve nada grave e que uma “lesãozinha é padrão”. Nilson afirma que não fica parado por causa de uma dorzinha, que se recupera ativamente e que seu fisioterapeuta fica maluco. 

A corrida o rejuvenesceu:

— Acho que se eu tivesse falecido em 1998, quando corri a minha primeira maratona, teria morrido muito mais velho do que quando isso vier a acontecer. Hoje sou muito mais jovem, com muito mais disposição e ousadia. Quero chegar no final dessa linha em pé e fazendo o que escolhi.

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