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Trump anuncia acordos na Ásia antes de encontro com Xi, e secretário diz que China voltará a comprar soja americana

BRCOM by BRCOM
outubro 26, 2025
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Um trabalhador despeja soja importada do Brasil em uma empresa de processamento em Binzhou, na província de Shandong, leste da China — Foto: Getty Images via AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma série de acordos comerciais durante seu primeiro dia na Ásia, buscando garantir acesso a minerais críticos e ampliar o mercado para produtos agrícolas americanos antes de uma reunião crucial com o presidente chinês Xi Jinping.

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Representantes dos governos da China e dos EUA tiveram o segundo dia de conversas hoje na Malásia, entre eles o vice-premiê chinês He Lifeng e o secretário americano do Tesouro, Scott Bessent, que demonstrou otimismo em relação a uma negociação entre as duas maiores economias do mundo. Ele afirmou que a China concordou em voltar a comprar soja americana.

—Minha mensagem às nações do Sudeste Asiático é que os Estados Unidos estão com vocês 100% e pretendem ser um parceiro e amigo forte por muitas gerações — disse Trump na reunião da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) em Kuala Lumpur, da qual participa como convidado, assim como o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente americano ofereceu isenções de seu regime de tarifas recíprocas sobre exportações importantes da Tailândia, Camboja, Vietnã e Malásia como parte dos acordos.

Ele também se mostrou otimista, durante um encontro com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, de que os dois países poderiam facilmente firmar um acordo comercial — à medida que o Brasil busca reduzir a tarifa de 50% aplicada a muitos de seus produtos.

A Casa Branca espera que os acordos comerciais estruturais — que devem entrar em vigor nas próximas semanas — reforcem a posição de Trump antes de sua reunião com Xi no fim desta semana, na Coreia do Sul. Antes da cúpula, Pequim suspendeu as compras de soja e anunciou novas restrições à exportação de minerais críticos, provocando a ira de Trump com a ameaça à economia dos EUA representada pelas medidas.

A China impôs tarifas retaliatórias sobre produtos agrícolas americanos em março, fechando efetivamente o mercado para a soja dos EUA antes mesmo do início da colheita. No ano passado, o país asiático comprou US$ 13 bilhões em soja americana — mais de 20% de toda a safra — usada na produção de ração animal e óleo de cozinha. Neste ano, pela primeira vez desde 2018, a China deixou de importar soja dos Estados Unidos em um mês de setembro.

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  • ‘Compras substanciais’ de soja
  • Foco no Sudeste Asiático, mas sem detalhes
      • Trump anuncia acordos na Ásia antes de encontro com Xi, e secretário diz que China voltará a comprar soja americana

‘Compras substanciais’ de soja

Um trabalhador despeja soja importada do Brasil em uma empresa de processamento em Binzhou, na província de Shandong, leste da China — Foto: Getty Images via AFP

No mês passado, não houve um registro sequer de compras do grão cultivado em terras americanas, reflexo do tarifaço de Trump. A suspensão das encomendas de soja americana abalou os agricultores rurais, que compõem uma base política de Trump nos EUA. Os problemas políticos de Trump se aprofundaram nas últimas semanas, quando a China assinou uma carta de intenção para comprar US$ 900 milhões em soja, milho e óleo vegetal da Argentina, justamente quando o presidente americano oferecia ao governo sul-americano uma ajuda de US$ 40 bilhões.

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Hoje, após conversas com autoridades chinesas, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que a China fará “compras substanciais” de soja americana, um sinal de que as relações entre os dois países estão se aquecendo antes da esperada reunião entre os líderes das duas maiores economias no mundo.

Comunicado do Ministério do Comércio da China, informou apenas que um consenso inicial foi alcançado sobre diversas questões bilaterais, incluindo agricultura.

Se confirmada por Pequim, a promessa de aumentar as compras de suprimentos americanos traria alívio significativo aos agricultores dos EUA, que enfrentam dificuldades financeiras depois que a China — seu principal comprador — se afastou.

O presidente americano tem afirmado repetidamente que pressionaria Pequim a retomar as compras de soja dos EUA.O governo chinês tem usado as importações do grão como uma importante moeda de troca ao longo de sua disputa comercial com Washington, fortalecendo sua posição de barganha na rodada mais recente de negociações.

Bessent acrescentou ainda que os dois lados discutiram compras agrícolas, a questão envolvendo a venda do TikTok nos EUA, o problema do fentanil, comércio, terras-raras e o relacionamento bilateral em geral. Ele descreveu as conversas como “construtivas, amplas e aprofundadas”, acrescentando que elas dão às duas nações “a capacidade de avançar e preparar o terreno para a reunião dos líderes dentro de um quadro muito positivo.”

Terras-raras são um grupo de mais de uma dúzia de metais usados em setores de alta tecnologia, como energia verde, eletrônicos e aeroespacial. — Foto: Bloomberg
Terras-raras são um grupo de mais de uma dúzia de metais usados em setores de alta tecnologia, como energia verde, eletrônicos e aeroespacial. — Foto: Bloomberg

Os EUA também estão envolvidos em uma disputa sobre terras-raras com a China, que reagiu à ofensiva comercial de Trump no início do ano cortando o fornecimento desses materiais. Embora o fluxo tenha sido restaurado após uma trégua que reduziu tarifas, a China ampliou neste mês as restrições de exportação desses minerais, depois que os EUA expandiram as limitações sobre empresas chinesas.

A perspectiva de um aperto ainda maior no fornecimento deu impulso à iniciativa dos EUA de construir alternativas de produção e processamento. Trump planeja assinar nos próximos dias um acordo semelhante com o Japão sobre minerais críticos. No início deste mês, ele assinou um pacto com a Austrália para ampliar a produção, avaliado em US$ 8,5 bilhões pelo primeiro-ministro Anthony Albanese.

Ainda assim, não está claro se os acordos alterarão de forma significativa o comércio dos EUA, especialmente em uma escala que possa compensar uma negociação malsucedida com a China.

Isso é particularmente relevante porque Trump ameaça novamente elevar as tarifas sobre um de seus maiores parceiros comerciais — o Canadá — devido à irritação com um anúncio de TV que questionou suas políticas tarifárias. Autoridades americanas expressaram confiança neste domingo de que as conversas com Xi podem resultar em um acordo capaz de acalmar a guerra comercial em curso.

Foco no Sudeste Asiático, mas sem detalhes

A escassez de detalhes apresentados em muitos dos acordos comerciais anunciados pelos EUA neste domingo tornou difícil avaliar seu impacto final. Embora os países da Asean tenham concordado em reduzir tarifas e regulamentações sobre a compra de produtos americanos, as negociações continuarão sobre quais concessões eles receberão — e se setores-chave como o de vestuário e eletrônicos terão algum alívio.

— É um passo na direção certa, mas ainda há uma incerteza considerável — disse Peter Mumford, analista do grupo de consultoria de risco Eurasia Group, que cobre o Sudeste Asiático, citando dúvidas sobre as regras de origem dos acordos recíprocos, tarifas setoriais e taxas de transbordo. — E nenhum desses acordos é juridicamente vinculante. São todos acordos bastante flexíveis.

O Sudeste Asiático já é hoje uma fonte maior de bens para os EUA do que a China, destacando a importância potencial dos acordos assinados neste domingo — especialmente no caso do Vietnã, que vem se consolidando rapidamente como um dos principais exportadores para os Estados Unidos.

O acordo com o Camboja estabelece que o país eliminará todas as tarifas sobre importações de alimentos, produtos agrícolas e industriais americanos. Em contrapartida, a Casa Branca identificou centenas de produtos que planeja isentar da tarifa de 19% que Trump impôs às mercadorias cambojanas.

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Embora o Camboja esteja “satisfeito” com o acordo, o país também espera que os EUA reduzam as tarifas sobre vestuário, calçados e artigos de viagem, disse o vice-primeiro-ministro cambojano Sun Chanthol em uma mensagem de texto. O setor de vestuário representa mais da metade das exportações do Camboja.

“Gostaríamos de agradecer ao presidente Trump por nos conceder a taxa recíproca que nos permite competir e expandir nosso comércio e investimento”, acrescentou Sun Chanthol.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e chefes de Estado da região participam da 13ª Cúpula Asean-Estados Unidos durante a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur, — Foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP
O presidente dos EUA, Donald Trump, e chefes de Estado da região participam da 13ª Cúpula Asean-Estados Unidos durante a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur, — Foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP

Trump anunciou o acordo em uma cerimônia com o primeiro-ministro cambojano Hun Manet e o primeiro-ministro tailandês Anutin Charnvirakul, que assinaram um documento formalizando o cessar-fogo alcançado após um confronto de cinco dias na fronteira no início deste ano. Hun Manet afirmou que estava indicando Trump ao Prêmio Nobel da Paz por seus esforços em ajudar a mediar o fim das hostilidades.

A Casa Branca também firmou um acordo comercial com a Tailândia que eliminará barreiras tarifárias sobre 99% dos produtos americanos, incluindo toda a gama de bens industriais, alimentares e agrícolas. Os EUA em breve identificarão um conjunto de produtos tailandeses que planejam isentar das tarifas recíprocas. Assim como o Camboja, as exportações tailandesas atualmente enfrentam uma tarifa de 19%.

Os dois países também assinaram um pacto sobre minerais críticos, que deve oferecer acesso preferencial a empresas americanas às terras-raras — minerais essenciais usados na produção de tecnologias avançadas, como semicondutores e motores a jato. No entanto, o memorando de entendimento traz poucos detalhes, deixando dúvidas sobre o impacto que ele pode ter em um setor de terras raras dominado pela China, que controla 70% do mercado.

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— Na ausência de compromissos específicos, o impacto do acordo pode não durar além da cúpula — disse Adam Farrar, analista de geoeconomia da Bloomberg Economics.

Além dos acordos com a Tailândia e o Camboja, Trump anunciou pactos com a Malásia, país anfitrião, e com o Vietnã, um dos maiores parceiros comerciais dos EUA na região, que oferecem acesso preferencial para produtos e exportações agrícolas americanas. Assim como nos outros acordos, a Casa Branca prometeu definir isenções das tarifas recíprocas de 19% sobre produtos malaios e da taxa de 20% sobre produtos vietnamitas.

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Trump também assinou um acordo com a Malásia sobre minerais críticos, que pode se mostrar o mais valioso entre os pactos. A Malásia busca expandir sua capacidade de refino de terras raras e tem procurado parcerias tanto com Pequim quanto com Washington para ampliar sua infraestrutura.

Embora o presidente americano tenha apresentado os acordos como um gesto de amizade e cooperação com a região, o movimento ocorre enquanto ele enfrenta pressão de Pequim antes de sua reunião com Xi.

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