O Dia do Empreendedorismo Feminino, celebrado em 19 de novembro, coincide com um momento de expansão acelerada no setor de beleza no Brasil. Uma parte significativa desse avanço vem de mulheres que começaram nas redes sociais e hoje comandam marcas que movimentam milhões de reais anualmente. A combinação de influência digital, leitura de tendências e agilidade comercial transformou criadoras de conteúdo em empresárias que disputam espaço com fabricantes tradicionais.
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Bianca Andrade, 31 anos, é uma das representantes mais visíveis dessa virada. Ela começou gravando vídeos amadores de maquiagem e, anos depois, assumiu o comando completo de sua marca. A empresária afirma que sempre quis ter autonomia sobre o negócio e que a experiência acumulada nos bastidores do setor foi decisiva para dar esse passo. Em entrevistas, costuma defender abertamente que mulheres falem sobre dinheiro: “Eu falo de dinheiro mesmo. A gente tem que aprender a ter o dinheiro para gente. Quero ver mais mulheres pegando essa grana que sempre ficou na mão da homarada”. O discurso acompanha a estratégia de crescimento que adotou nos últimos anos.
Aos 38 anos, Bruna Tavares trilhou um caminho diferente, mas igualmente influente. Jornalista, ela transformou um blog criado em 2009 em uma marca de maquiagem que ganhou presença nacional. A criadora de conteúdo diz que o ritmo da indústria não permite acomodação e que “inovar rápido sem perder qualidade” se tornou uma regra interna. Em sua avaliação, o processo de internacionalização exige preparo e paciência, mas faz parte da visão de longo prazo que ela tem para a marca.
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Com 26 anos, Virgínia Fonseca se consolidou como uma das principais vozes do social commerce no país. Ela atribui o início de sua marca à busca por produtos que funcionassem no cotidiano, especialmente durante sua gravidez. A apresentadora repete que a proximidade com o público é o diferencial de sua operação: “Se eu gosto, eu vendo. Se eu não gosto, não vendo”. A estratégia de testar e ajustar produtos com rapidez fez a marca ganhar força no comércio digital.
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Mari Maria, 32 anos, construiu uma empresa baseada na estética que a acompanhou desde os primeiros tutoriais de maquiagem. O pincel triangular que desenvolveu surgiu, segundo ela, da frustração com a falta de ferramentas que atingissem determinados pontos do rosto. Mari costuma dizer que sua autenticidade acabou se tornando um ativo: “Minhas sardas, minha maquiagem pesada, tudo isso virou identidade, virou marca”. A relação direta com o público ajudou a ampliar o alcance da empresa para outras categorias.
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Niina Secrets, 31 anos, foi uma das primeiras influenciadoras de beleza do país a estruturar uma marca própria em parceria com a indústria nacional. Ela afirma que testar os produtos em sua rotina é parte central do processo criativo, porque “testar na vida real é o que faz diferença”. A participação da comunidade nas decisões de cores e texturas ajudou a posicionar a linha entre as mais lembradas pelo público que acompanha seu trabalho há mais de uma década.
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As histórias dessas cinco empreendedoras revelam um movimento que ganhou força nos últimos anos: marcas fundadas por influenciadoras passaram a disputar espaço com empresas tradicionais, impulsionadas por velocidade, conexão com o público e entendimento direto do comportamento de consumo. Mesmo diante de desafios como competição intensa, pressão por resultados e necessidade de profissionalizar estruturas, elas se consolidaram entre as figuras que hoje moldam o mercado de beleza no Brasil.

