De um lado, um dos melhores zagueiros da história do futebol mundial. Do outro, um ítalo-brasileiro que esbanja categoria no meio-campo. Thiago Silva e Jorginho fazem um duelo à parte no clássico entre Fluminense e Flamengo, hoje, às 21h30, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. Campeões da Champions League pelo Chelsea em 2021, o Monstro comanda a defesa tricolor, enquanto o volante deve voltar a ser relacionado após lesão na coxa direita e pode aparecer no time titular.
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Aos 41 anos, Thiago Silva segue impressionando pelo nível de rendimento. Mesmo com a possibilidade de continuar jogando em alto nível na elite do futebol europeu, ele voltou ao Brasil para vestir a camisa tricolor, enquanto a mulher, Belle Silva, e os filhos, Isago e Iago, ficaram em Londres, na Inglaterra.
Pouco mais de um ano após o retorno, Thiago ainda não cumpriu o seu principal objetivo: conquistar novamente um título pelo clube. O desejo é tanto que ele deixa em aberto um possível adeus dos gramados caso levante o troféu da Copa do Brasil ao fim da temporada. Nos últimos dias, Thiago teve seu nome vinculado ao Milan na imprensa europeia. O time italiano é mais um que o tem como ídolo.
Apesar do histórico de poucas lesões na carreira, Thiago sentiu o desgastante calendário brasileiro e a má qualidade de alguns gramados. Com 40 jogos como titular de 41 até aqui em 2025, precisou superar contusões, mas nenhuma delas grave. A estrutura que o cerca é digna de um atleta de elite, com uma rotina intensa de recuperação e prevenção.
E o cuidado com o corpo se reflete dentro de campo. Destaque do Flu na Copa do Mundo de Clubes e indicado à seleção da temporada no Fifa The Best, o capitão não só exerce o espírito de liderança como também é vice-líder da equipe em interceptações (0,8) e cortes (5,6) por jogo no Brasileiro. Com atuações que justificam o seu tamanho no futebol, vê-se capaz de voltar a defender a seleção brasileira, mas o técnico Carlo Ancelotti não parece contar com ele para a Copa.
Já Jorginho, até chegar ao Flamengo em junho, construiu sua carreira inteiramente na Europa. O volante nascido em Santa Catarina se lançou como jogador profissional na Itália, país pelo qual se naturalizou posteriormente. Entre as passagens por Napoli e o Arsenal, da Inglaterra, o jogador de 33 anos viveu seu melhor momento no futebol com a camisa do Chelsea, onde atuou por cinco temporadas, entre 2018 e 2023.
Foi em Londres que o ítalo-brasileiro atuou ao lado de Thiago Silva, e juntos conquistaram a Liga dos Campeões da Europa na temporada 2020/21, além do Mundial de Clubes e da Supercopa da Europa. No mesmo período, faturou a Eurocopa com a Itália. Tudo isso o fez ser eleito o terceiro melhor jogador do mundo em 2021, segundo a Bola de Ouro.
Quatro anos depois, Jorginho decidiu se aventurar pela primeira vez no futebol brasileiro ao assinar um contrato de três anos com o Flamengo. O primeiro desafio foi a Copa do Mundo de Clubes, nos Estados Unidos, onde deu bons indícios do que mostraria assim que desembarcasse em definitivo no Brasil.
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Em pouco tempo, virou peça indispensável na equipe de Filipe Luís. O camisa 21 é preponderante no papel de comandar a saída de bola e organizar os demais companheiros nas jogadas. Além da liderança técnica, virou o batedor oficial de pênaltis da equipe, qualidade importada dos tempos de Europa. Ainda não desperdiçou nenhuma cobrança.
Jorginho tem 57 jogos disputados com a camisa da seleção da Itália — marcou cinco gols e deu três assistências —, mas não é convocado desde junho de 2024, quando disputou a última Eurocopa. Porém, ser titular absoluto no Flamengo pode fazê-lo voltar ao radar do futebol europeu e até sonhar com uma nova convocação. Depois de uma campanha frustrante, a equipe comandada por Gennaro Gattuso disputará a repescagem para a Copa do Mundo de 2026.
— Essa foi mais uma decisão que pesou na minha vinda para um clube como o Flamengo, para estar em vista. Estou me dedicando para estar pronto se chegar uma chamada — revelou Jorginho em entrevista ao UOL.
Ele não joga desde o dia 29 de outubro, quando o Flamengo eliminou o Racing na semifinal da Libertadores, ocasião em que sofreu uma lesão na coxa direita. Porém, treinou integralmente nos últimos dias, e a tendência é que seja relacionado para o clássico. O mesmo vale para De la Cruz, ausência na goleada sobre o Sport no último sábado. Pedro e Allan seguem fora, e as dúvidas são as presenças de Léo Ortiz e dos convocados na data Fifa.

