— Se falamos em 21 anos, é sinal que ainda estamos juntos. Se os Douro Boys foram criados àquela altura, foi porque os vinhos portugueses não eram conhecidos, havia muita dificuldade em vender vinhos portugueses no mundo, e ainda hoje é. Tivemos a ideia de juntar essas cinco famílias, para chamar a atenção do mercado americano, do brasileiro — conta Tomás Roquette, CEO da Quinta do Crasto, na primeira visita do grupo ao Rio em mais de uma década.
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Francisco Olazabal, o Xito, enólogo da Quinta do Vale Meão, lembra que, quando os Douro Boys começaram, pouca gente falava dos vinhos portugueses:
— As revistas internacionais, principalmente as americanas, como a Wine Spectator, não tinham especialista em Portugal. Ninguém provava os nossos vinhos, nenhum jornalista. Não falavam de nós, praticamente não existíamos. Até havia interesse no vinho do Porto, mas não nos outros. Nós provocamos a mudança. Hoje em dia, todas as revistas têm um wine writer dedicado ao nosso país.
Olazabal conta que atualmente é muito fácil que os vinhos do Douro sejam avaliados por especialistas e vendidos em restaurantes e lojas em diferentes países:
— Na parte comercial, mudou muito. E também na parte técnica. Já sabemos muito mais sobre as nossas vinhas, como se comportam em função do clima, do ano. Adquirimos um conhecimento muito grande. Tínhamos um hardware, as vinhas, mas era preciso o software.
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Xito avalia que houve uma revolução no Douro, causada por uma geração de enólogos que foi à universidade e criou muito conhecimento técnico:
— Começamos a utilizar aquilo que já tínhamos e a melhorar. Fazendo o percurso mais individual, com mais certezas, capacidades, maturidade. Ao longo desses anos, percebemos que, de qualquer maneira, fazia sentido continuarmos paralelamente com os Douro Boys.
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José Teles, CEO da Nieport, avalia que o Douro tem uma desvantagem competitiva: os vinhos são produzidos há pouquíssimo tempo, em comparação aos vinhos do Porto:
— Evidentemente que temos uma desvantagem muito grande. São menos anos. O Douro foi demarcado em 1756. Estamos a falar de quase 300 anos de produção e comercialização do vinho do Porto. Já o vinho do Douro, é comercializado praticamente a partir dos anos 1990. Nos anos 90, havia o Barca Velha e uma marca ou outra. Os Douro Boys vieram trazer essa consistência de apresentação do vinho do Porto e do Douro internacionalmente.
Teles lembra que, nos anos 1990, o volume de produção do vinho do Porto era muito superior aos tintos, brancos e rosés do Douro.
— Hoje, a produção da região é quase a mesma, quase 50%/50%. Estamos a falar de 105 mil pipas de 70 litros do Porto e 90 mil pipas do Douro. É muito semelhante atualmente. Nos anos 90, eram 10 mil contra 120 mil. Portanto, o vinho do Porto estacionou, e o vinho do Douro aumentou em vendas.
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Francisco Olazabal explica que o Douro é a maior área de vinhas de montanha do mundo.
— Há regiões que são mais perto do mar e outras que são encostadas à Espanha. Pode-se ter influência atlântica, mais mediterrânea e até continental nas zonas mais altas. O Douro mistura todas essas regiões. Se combinamos isso com muitas variedades de uva, temos o que distingue e que cria a personalidade do Douro.
Ele diz que, além de ter muitas variedades autóctones, a região reúne vinhas muito antigas com uvas diferentes plantadas misturadas:
— Mas temos vinhas também com as variedades separadas. Este mix faz os vinhos do Douro. Agora, em termos de qualidade, perfil aromático, é muito difícil especificar. Há vinhos mais baseados numa determinada variedade, como a Touriga Nacional, que são muito florais e cítricos. Podemos ter vinhos mais baseados na Tinta Roriz, que é o Tempranillo na Espanha, com mais frutos vermelhos — detalha Olazabal.
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Tomás Roquette conta que, todos os anos, os Douro Boys aprendem com as vindimas:
— Temos poucos anos no mundo do vinho tinto, estamos a fazer isto há quase 40 anos. Não é nada comparado a outras regiões. Agora, em termos de vinificação, não alteramos muita coisa. Continuamos a acreditar que o verdadeiramente importante é a matéria-prima. Não existe muita margem no Douro para mudar radicalmente tudo. Acima de tudo, temos que garantir que continuamos a ter capacidade quer em mão de obra, quer em tecnologia, para explorar aquilo que é a região do Douro com as suas características.
Francisco Olazabal frisa que é mais difícil aprender no Douro que em outras regiões:
— Quando começamos não sabíamos muito bem com o que estávamos a lidar. Começamos a fazer os primeiros vinhos e aprendemos com o tempo. Isso permitiu-me ter uma evolução. Quando temos só uma variedade, pensamos num tipo de barrica, dessa proveniência, mudo e pronto, as coisas correm bem. Aqui, como temos muitas, não há essa equação. Às vezes, não bate certo mudando e volta a não dar certo. Por quê? Porque a proporção mudou, porque o tipo do ano é diferente, porque as castas são diferentes.
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Para ele, é um desafio muito grande saber, por exemplo, como o vinho vai evoluir ao longo do tempo.
— Nós começamos de Quinta do Vale Meão com o ano 99, depois 2000, 2001, 2002. Desses, 2001 e 2000 são anos mais ricos, super aromáticos. Depois veio 2002, o vinho era muito difícil de beber e duro. Agora, o 2002 está melhor que o 2001, mais leve e interessante, foi uma característica daquele ano. O que aprendemos? Bem, se esse vinho evolui melhor assim, vamos extrair um pouco menos e tentar fazer aquilo que aconteceu naquele ano, ou utilizar variedades mais frescas, mais ácidas. Essa evolução é natural — analisa Olazabal.
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Todo maior que as partes juntas
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Tomás Roquette conta que cada um dos quatro produtores tem a sua parte comercial e a sua estrutura, mas vale a pena estarem juntos em algumas ações, como as masterclasses no Rio e em São Paulo em março.
— De uma forma quase inesperada e muito natural, e não era esse o nosso objetivo, acabamos, sem querer, por criar uma marca que é os Douro Boys. Somos reconhecidos em todo lugar. Fico impressionado, e digo que atingimos um estatuto, sem ser esse o principal objetivo, mas que aconteceu.
Forma descomplicada de apresentar os vinhos
João Alvares Ribeiro, produtor da Quinta do Vallado, revela que existe muita procura pelos vinhos dos Douro Boys. Além da qualidade dos rótulos, ele acredita que a forma descomplicada como apresentam seu trabalho atrai o público:
— Trazemos um aproach que há 20 anos era bem moderno, e que hoje continua a ser. É essa forma descomplicada, bem-humorada de falar dos vinhos. Não é demasiado técnico, nem formal. Gostamos de brincar, mas os vinhos são sérios, com muita qualidade. Podem ser comunicados ao mundo em ambiente descontraído, de amizade, em conversa, em refeição, no almoço ou no jantar.
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Ribeiro também destaca a singularidade dos vinhos que os quatro elaboram, totalmente distintos do que a maior parte que está à venda:
— Os vinhos do mundo, de certa forma, estão se tornando muito parecidos. Se eu tenho um grande Malbec na Argentina, os outros produtores vão atrás. Essa universalização dos vinhos tem duas causas principais. Uma é a tecnologia. É mais fácil copiar outro vinho. Você descobre a técnica, contrata um enólogo que entende, usa as mesmas cubas de fermentação, as mesmas barricas.
Segundo ele, a outra causa é o “fenômeno do enólogo consultor”.
— Um grande enólogo faz um grande vinho e depois viaja ao mundo tentando replicar isso para outros. No nosso caso é diferente. As vinícolas são de família, multigeracionais.
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Ele considera que a Niepoort é um grande exemplo do que é único no Douro.
— Um dos melhores enólogos do Douro é o Dirk Niepoort. Ele não estudou enologia. Mas tomou muitos vinhos, falou com muitos produtores, viajou muito, criou a sua própria opinião. E partilha muito o seu conhecimento. Os Douro Boys crescem em conjunto por causa de pessoas como o Dirk.
Para João Ribeiro, os quatro produtores procuram se manter fiéis à identidade, em parte pelas regras rígidas da denominação de origem:
— A burocracia do Douro proíbe usar variedades que não sejam locais. Isso foi um desafio grande nos anos 1990, 2000, quando iniciamos. Seria muito mais fácil fazer um Syrah, um Cabernet Sauvignon, um Pinot Noir, que era o que o mundo procurava. Mas à medida que os vinhos do mundo acabam tornando-se um pouco universais ou com menos identidade, você toma o Pinot Noir fantástico do mundo inteiro e se perde a ligação com o terroir.
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Ele destaca que os quatro integrantes do Douro Boys estão “forçosamente e felizmente conectados de forma umbilical ao terroir” :
— Estamos ligados às nossas variedades, que são complicadas, complexas. Temos que aprender sobre elas. É uma grande vantagem competitiva que o Douro tem nesse momento. Nossos vinhos são muito difíceis de replicar noutras regiões — avalia Ribeiro.
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Um blend para a eternidade
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Tomás Roquette revela o cuidado que os produtores com a elaboração de seus vinhos de alta gama. Para manter a composição do blend do Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa, ícone da marca, ele conta que foi desenvolvido o projeto Patente Genética:
— Temos um georreferenciamento de cada planta. A vinha Maria Teresa é muito singular. Não há muitas vinhas velhas com dimensão tão grande como ela. Tem 4,7 hectares. E identificamos cerca de 29 mil plantas. Depois identificamos as variedades e chegamos a 53 castas diferentes, que estão misturadas em proporções diferentes. Temos muita Tinta Amarela, Touriga Nacional, Touriga Franca, Como nós temos tudo identificado com georreferenciamento, se uma videira morrer, o que é normal, teremos como saber qual variedade era.
Ele explica que foi um grande investimento para manter “para a eternidade” o blend original do vinho:
— Se depois as outras gerações quiserem continuar a fazer o vinho da mesma forma, será possível. Quando uma videira morre, já não tem folha, vara, cacho, que são os fatores para identificar a variedade. Mas como já sabemos o que lá estava, conseguimos saber qual é. Se é a Borrado das Moscas, a Português azul, por exemplo, que são menos conhecidas. Como temos uma réplica de todas essas variedades num campo de ensaios, podemos ter novamente a mesma variedade no mesmo local.
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José Teles aponta outra característica dos Douro Boys que impõe às marcas uma visão voltada para o futuro:
— O fato de sermos empresas familiares permite-nos ter uma visão de longo prazo. Costumo dizer que já não estou a trabalhar para o Dirk Niepoort, que é a quinta geração, ou para o Daniel Nipoort, a Ana, o Marco, que são a sexta geração. Já estou a trabalhar para os filhos deles. Isso permite-nos ter decisões atempadas e não precipitadas ou a pensar no imediatismo.
Além de olhar para frente, Teles frisa que a Nieport não segue tendências nem elabora vinhos baseados no que está na moda:
— Nossa equipe de enologia faz o que acredita. Nós não produzimos os vinhos que a moda, ou que os críticos querem. Quando plantamos uma vinha, a melhor produção dela vai nos demorar 25 anos. Nós não podemos ir atrás de modas. Podemos acreditar e podemos seguir aquilo em que nós acreditamos. É evidente que estamos atentos ao mercado, mas como estamos na tal visão de longo prazo, trabalhamos para a sétima geração, os pequenininhos de hoje.
Ao comentar a tendência de vinhos desalcolizados ou de menor teor alcoólico, Teles afirma que ela coincide com o que a marca produz desde o início.
— Se virmos nossos rótulo de vinhos mais antigos, produzimos vinhos com menos álcool. Temos vinhos de 11,5 graus, 12 graus, até os 13,5. Mas basicamente, essa é uma filosofia que o Dirk Neipoort sempre acreditou. Não queremos vinhos muito alcoólicos, que achamos que são demasiado cansativos. Queremos elegância.Não é uma tendência, é uma consequência daquilo que estamos a praticar e não vamos alterar o procedimento que estamos a fazer já há 20 anos de trabalho.
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Tomás Roquette diz que é mudanças no clima têm sido registradas no Douro, como o regime de chuvas:
— Não quer dizer que no Douro chove menos do que chovia, mas está chovendo é de uma maneira diferente. Quando chove, é muito de uma vez, depois fica um período longo de seca. Quando vamos ver as médias de pluviosidade, elas estão-se alterando um pouquinho.
Roquette classifica essas alterações como um desafio, mas ele aponta as características dos vinhedos como um fator que pode ajudar nesta adaptação:
— As videiras que temos ali no Douro, sobretudo as vinhas velhas, com raízes que vão a 7 metros, 8 metros de profundidade, têm demonstrado que talvez sejamos das regiões mais preparadas para lidar com essas alterações climáticas.
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Entre as medidas que a Quinta do Crasto está tomando, estão ações no campo:
— O que é que nós podemos fazer? Podemos conduzir a videira no seu ciclo genético de uma forma um pouco diferente, deixar um pouco mais de folhas durante o ano para que protejam mais os cachos. Também podemos fazer mais enrelvamentos, para manter a videira um pouco mais fresca, para ganhar mais reservas de nutrientes, de água.
Ele acrescenta que também está sendo desenvolvida a viticultura regenerativa:
— No fundo, significa fechar o ciclo, reaproveitar tudo, o pé da uva a gente depois deixa em decomposição para usar como matéria orgânica no ano seguinte. Há reciclagem da água. É incrível. Quando você começa a entrar numa viticultura regenerativa, orgânica, num ano ou dois você vê o solo respondendo de uma maneira completamente diferente. A própria biodiversidade aparece. É gratificante, mais caro, dá mais trabalho, mas é o caminho.
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João Ribeiro aposta na versatilidade dos vinhos do Douro na harmonização com receitas de diferentes culinárias mundiais:
— O Douro produz vinho branco, leve, fresco, para frutos do mar. Vinhos brancos encorpados para bacalhau, por exemplo. Produzimos vinhos tintos, leves, que funcionam bem com pratos mais leves, carnes brancas. Produzimos vinhos muito encorpados, que aguentam sabores mais fortes, comidas picantes. Temos vinhos com acidez natural muito alta, que aguentam muita gordura. Temos vinhos do Porto, jovens, que ficam bem com sobremesas frescas, com chocolate, com queijo leve. E vinhos do Porto evoluídos, que ficam bem com crème brûlée, com fruta caramelizada. Fazemos vinhos para tudo isso.
Ele diz que Portugal tem a sorte de possuir uma gastronomia diversa, mas lamenta que não tenha muitos restaurantes portugueses no mundo:
— Apesar disso, a cozinha portuguesa tem muita influência em várias partes do mundo. No Japão, você come tempurá, que é uma receita portuguesa. No Brasil, dando outro exemplo, há um grande foco nas sobremesas com base de ovos, que é uma coisa tipicamente portuguesa. Temos influência no mundo inteiro, apesar de não termos representação em muitos restaurantes. Mas estamos numa ótima posição para harmonizações, em steakhouses, com comida asiática, rutos do mar, carnes.